É o fim (57)

121 14 1
                                    

Obsidiana:

Fui dar a sala da casa. Havia uma mesa grande, onde estavam muitos papéis espalhados. Não havia ninguém na sala. Eu aproximei da mesa e remexi nos papéis. Procurava algum vestígio do Kokio. Eu acho muito estranhos raptarem a miúda assim. Qual o interesse nela? É só mais uma pirralha como todos as outras que só serve para comer e chatear os ouvidos. Encontrei um papel com um símbolo desconhecido. Não é o símbolo Kokio. Eu conheço o símbolo Kokio.

" Quieto ou eu disparo!" Ouço uma mulher gritar atras de mim. Ups! Fui apanhado. Eu virei-me para ela com as mãos para cima em forma de rendição. Era uma mulher na casa dos quarenta anos. Tinha o cabelo preto e apanhado.

" Quem és tu? E o que é que fazes aqui?" Ela perguntou autoritária.

" Uma pergunta de cada vez. Quem sou eu. Muitos chamam-me de monstro." Eu comecei a caminhar para ela. " O que é que faço aqui?" Fingi pensar, dando mais uns passo em sua direção. " Bem, em primeiro lugar vim buscar a Aurora e depois já que cá estou, vou ter que te matar." Eu respondi.

Ela disparou a arma contra o meu peito. Eu fingi sentir dor, deixei-me cair de joelhos, soltando alguns gemidos. Não é para me gabar, mas eu sou um ótimo ator. Ela abaixou a arma e senti a sua respiração ficar mais calma. Eu levantei a cabeça e olhei para ela.

" Espera, esqueci. Eu já estou morto. Não posso morrer outra vez." Eu disse, abrir um pouco a camisa, enfiando a mão dentro do meu peito e retirei a bala. A mulher morena olhou-me assustada. Ela preparou-se para disparar outra vez, mas eu fui mais rápido que ela e apanhei-a. A mulher deixou cair a arma e eu encostei-a à parede. Os meus dentes aumentaram de tamanho e eu mostrei-os a ela.

" Porque é que raptaste a miúda?" Eu perguntei. Os meus olhos começaram a brilhar. Eu a hipnotizei para ela dizer a verdade.

" Eu não sei." Ela respondeu. É estranho! Continuei o interrogatório. Eu apertei o pescoço.

" Quem mandou tu raptares a Aurora?" Eu perguntei. Hipnotizando-a novamente para ela responder a verdade.

" Eu não vou dizer." Ela respondeu pausadamente. Eu olhei para os seus pulsos e para o seu pescoço, mas ela não tinha nenhum amuleto que a protegesse da hipnose. Como é que eu não consegui hipnotizar?

" Quem mandou raptar a miúda? Não brinques comigo, porque eu não sou de brincadeiras." Eu ameacei.

" Podes matar-me, mas eu não vou dizer." Ela disse.

" Ah é. Os teus pedidos são uma ordem." Eu disse e cravei os meus dentes no seu pescoço. Já estava com fome e ela não ia dizer nada. Não era o tipo de sangue de que eu gostava mais, mas bebia-se. Estava quase a beber o sangue todo, quando sinto uma bala penetrar as minhas costas. Esta bala era diferente, esta bala feria-me. Eu sinto um ardor nas minhas costas incontrolável.

Larguei a mulher que caio no chão, morta. A minha boca está suja de sangue. Virei-me soltando um rugido. Qual não é a minha surpresa ao reconhecer a pessoa atrás de mim.

" Tu! " Eu exclamei. "Eu pensei que te tinha morto." O rapaz que me baleou foi o rapaz que enganou a Tatiana na discoteca e que eu matei alguns dias atrás. Ele estava diferente.

" Pensaste mal. Eu estava vivo. Tu deixaste naquele chão pelo um fiozinho de vida, mas alguém me ajudou." Ele disse. Ele apontava-me a arma. Eu sabia que ele não estava morto, mas nem me preocupei com isso. Mesmo que o socorressem, ele não ia resistir. Se calhar dei-o como morto cedo de mais.

" Quem te ajudou?" Eu perguntei. Eu estava a sentir dores nas costas. A bala era de prata. O rapaz sorriu.

" Achas mesmo que eu vou dizer? Única coisa que te posso dizer é que foi uma pessoa igual a ti." Ele disse confiante. Isso, eu já sabia. De certeza que um vampiro deu-lhe sangue, ele curou-se e matou alguém, para se transformar em vampiro. Um vampiro experiente como eu reconhece um vampiro a léguas de distância.

" Estás cheio de moral. O teu patrão deve ser poderoso." Eu disse, esperando que ele deixe escapar alguma coisa.

" Não sabes o quanto. O chefe não me ia deixar morrer assim." Ele disse convicto.

" Ah! Então já o conhecias. Foi ele que mandou raptar a Tatiana?" Eu perguntei.

" Queres saber? Também não há problema, vais morrer de qualquer maneira." Ele disse convencido.

" Se vou morrer podes contar-me. Leva isto como um ultimo pedido." Eu disse. Eu estava a sentir algumas dores e ele podia ver o meu sofrimento. Eu não consegui tirar a bala, porque não chegava lá.

" És curioso! Estás a morrer de dores e continuas curioso." Ele disse. Eu não senti tanta dor como ele pensava. Ele continuou. " O chefe enganou-se. Não era para raptar a mãe, era para raptar a filha. Mas nós já emendamos o errou. Satisfeito? Já me posso vingar." Ele sorriu para mim.

" Não! Não estou satisfeito. Eu queria saber mais uma coisa. Quem é o chefe?" Eu perguntei, fingido um gemido sofrido de dor. Ele soltou uma gargalhada.

" Ninguém sabe quem é o chefe. Acabou o tempo" Ele puxou o gatilho. Eu desapareci da sua frente. " Não brinques comigo. Eu agora sou um vampiro." Ele gritou.

Eu agarre-lhe o braço e dobrei-o atras das costas. Novatos! Metem pena! Eu torci com força o seu braço. Eu era mais velho que ele, tinha mais força.

"Pensavas o quê? Que eu vou morrer com uma balinha de prata nas costas?" Eu gritei. " Eu vou-te ensinar, como se mata um vampiro. Ou se envia uma estaca de prata no peito ou se arranca o coração." Eu enfiei a mão no peito dele e arranquei-lhe o coração. " Agora, eu quero ver tu voltares a viver sem coração." Eu disse, deixando o corpo dele cair no chão. Sorri ao ver o corpo dele dessecar. Sem coração, o sangue de humano que corre no corpo de um vampiro não circula e o vampiro morre. Apertei o coração dele na minha mão e o sangue escorreu pela minha mão.

" Joel!" Ouço uma voz feminina e familiar chamar.

...

De quem será a misteriosa voz feminina? Não esqueçam de votar e comentar.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora