Dança comigo (22)

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Tatiana:

Os últimos dias não foram propriamente fáceis. O meu pai ficou pior e foi internado. O mais curioso foi que a Aurora nesse dia, antes de sair de casa deu um beijo e abraço apertado ao avô e disse-lhe que ele ia para o hospital. Nessa mesma manhã, o meu pai sente-se mal e foi para o hospital. Eu estou receosa. Os médicos dizem que ele está mal.

Com isto tudo, acabei por não ir a polícia denunciar o Joel. Ele nunca mais me procurou. Pode ser que se tenha ido embora. Ele disse que viajava muito. Podia ter-se ido embora. Se é que ele não estava a mentir. Há algo estranho nele, eu senti isso desde o primeiro momento que o olhei nos seus olhos. E não é só por ele ser extremamente bonito, porque ele é bonito, eu não posso negar.

Estava no Lince a trabalhar. Hoje, era noite de kizomba. O bar estava cheio. A Nádia e Edu fizeram-me uma surpresa e pareceram no Lince. Eu estava atras do balcão e atendi uns clientes. A Nádia e Edu estavam sentadas ao balcão, conversavam comigo. Olhei a porta do Lince de relance e não pode acreditar em quem estava a entrar.

" Prepara-te Nádia." Eu disse. Ela olhou para trás e viu o mesmo que eu.
O Rui, o seu ex-namorado, estava a caminhar na nossa direção. Eu adoro o Rui, ele é uma excelente pessoa. Eles acabaram recentemente, porque o Rui beijou outra rapariga. Contou a Nádia e eles terminaram. Eles namoravam desde o tempo do Cláudio. Eu acho que eles ainda gostam um do outro. Desde que eles terminar que o Rui desapareceu. Nunca mais veio aqui. O rapaz moreno de olhos verdes parou perto de nós.

" Boa noite!" O Rui disse abrindo um sorriso.

" Quem é vivo sempre aparece." Eu disse, esticando-me no balcão para lhe dar um abraço. " Tudo bem?" Eu perguntei.

" Tudo e contigo?" Ele perguntou simpático.

" Também. Dentro do possível é claro." Eu disse.

" Então e tu, Edu?" O Rui perguntou-lhe, sendo simpático.

" Também, está tudo bem. Tu é que andas desaparecido." O Edu disse. Eu servi uma cerveja a um rapaz.

" Tive que dar um tempo." Ele disse e olhou para a Nádia. Ela permanecia calada e não olhou para ele.

" Bem! Desculpem, mas eu tenho que ir recolher aqueles copos de cima da mesa." Eu disse e sai de trás balcão. Eu queria deixa-los sozinhos e sabia que o Edu também ia arranjar uma desculpa para os deixar a sós. Fui recolher os copos e limpar a mesa. Quando olhei para a zona das casas de banho, o Edu estava encostado a parede do corredor. Tinha os braços cruzados e estava em pontas dos pés. Ele observa a conversa do Rui e da Nádia. Eu aproximei-me dele sem ele se aperceber.

" Coscuvilheiro!" Eu gritei. Ele assustou-se.

" Que susto! Tatiana!" Ele respirou fundo e eu ri. " Estava a observa-los. Parece que estão a conversar. "

" Eu gostava tanto que eles se entendessem." Eu disse.

" Também eu. Ela faz-se de forte, mas ainda gosta muito dele. Eu acho que ele também gosta dela, senão não estava aqui." O Edu disse.

Eu olhei para a zona das mesas para ver se alguém chamava. A porta do Lince abriu. Um homem alto, bonito e com um corpo visivelmente atraente entrou.

" Eu não acredito." Eu deixei escapar ao olhar para ele. O Edu olha para o mesmo sítio que eu.

" Meu deus! Que brasa!" Ele exclamou. Eu olhei para o Edu.

" O que é que foi, Tati? Tu conhece-o?" Ele perguntou empolgado.

" Eu gostava tanto de responder que não a essa pergunta." Eu disse.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora