Há quem nasça sem sorte (122)

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Jean:

O meu coração batia mais rápido, quando ouvi o Edu aceitar ouvir a minha história.

Eu estou um pouco nervoso. Falar neste assunto ainda mexe muito comigo.

Eu vivi muitos anos na Austrália, mas nasci em Inglaterra.

A minha mãe morreu ao dar a luz. Nunca a conheci. O meu pai nunca me aceitou. Ele era uma pessoa com dinheiro e casado e a minha mãe era uma jovem empregada que trabalhava na casa dele.

Ele seduzia, ela ficou gravidou de mim. Quando minha mãe contou que esperava um filho dele, o meu pai ameaçou expulsa-la de casa.

Neste tempo uma gravidez fora do casamente era muito censurado e minha mãe sabia que ninguém a acolheria se ela fosse expulsa de casa.

O meu pai deixou-a ficar, mas ela nunca contou a esposa do meu pai de quem era o filho esperava.

Mesmo assim, a esposa dele tinha suspeitas que a minha mãe e o pai tinham um envolvimento.

A minha madrinha foi quem me criou. Ela também trabalhava nessa casa.

Ela contou-me que a esposa dele fez a vida num inferno a minha mãe. Ela estava no final da gravidez, e continuava a trabalhar pesado como antes.

Até que chegou a hora do parto e ela não resistiu. Mas eu nasci saudável.

A madrinha foi quem me criou. Ela não era uma pessoa meiga e sempre deu mais atenção aos filhos dela.

Eu não a culpo, eles é que eram filhos dela, ela só fez um favor a minha mãe.

Eu cresci na casa do meu pai, na zona de empregados, na altura eram escravos. Trabalhavam em troca de comida.

O meu pai nunca tratou com filho, olhava-me com disperso.

A esposa dele, olhava-me com raiva. Ela nunca gostou de mim. Desde pequeno que ela pôs a trabalhar.

Quando tinha oito anos, ela mandou-me trabalhar na exploração de minas, longe da sua casa.

Fui nessa altura que começaram haver a exploração de minas de ferro e carvão.

Era um trabalho pesado e as condições que tínhamos não eram as melhores. Nós morávamos numa casa ampla e sem condições nenhumas, onde dormíamos todos a monte.

Trabalhávamos de manha á noite e não havia folgas. Eu sentia sempre muitas dores no corpo.

Mas foi-me crescendo e o trabalho começou a ser uma coisa normal.

Devia ter uns 23 anos, apareceu uma doença desconhecida e todos os trabalhadores ficaram doentes e muitos morreram. A doença atacava os pulmões, tinha a ver com trabalho que fazíamos.

Eles trabalhavam até a morte. O nosso patrão não tinha coração e dava ordens que não podíamos parar de trabalhar. Muitos estavam a trabalha e caiam para o lado, mortos.

Eu não gosto de lembrar disso. Ver a morte de tao perto, é horrível.

Eu tinha um amigo que trabalhava comigo. Chamava-se Charlie, era como um irmão para mim. Conhecia-nos desde que começamos a trabalhar na mina.

Eu admirava a coragem dele. Ele não lhe fazia impressão a morte. Tinha pena, mas era muito pratico.

Eu também não escapei a doença e já apresentava sintomas avançados da doença.

Sinta o corpo cansado, a minha vista estava turva. Sabia que mais menos dia, também iria chegar o meu dia.

Um certo dia, nós estávamos a trabalhar. Eu tossia muito e sai sangue. Apareceu um homem, muito bem vestido.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora