Regresso de um grande amor (116)

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Bruno:

Depois de ajudar o Renato, o meu pai, regressei ao quarto.

Precisava de um banho. Ainda não tinha visto a roupa que estava dentro da mala.

Sinto uma forte guinada no braço esquerdo. Não sei o que é que é esta porcaria.

Abri a mala, estava curioso. No interior havia varias camisas, com varias cores e padrões, camisolas de alças em tons neutros (preto, castanho e outras cores também neutras.), havia calças de ganga e calças castanhas claro e calções também de ganga.

Abro a outra mala, onde há chapéus redondos com fitas e gorros.

Eu coloco um chapéu castanho claro com uma fita castanha e observo-me no espalho do roupeiro que já estava montado. Eu e o Renato, montamo-nos.

" Um pouco diferente, mas ate fica bem." disse em voz alta, mantive o chapéu na cabeça, vi o resto das coisas. Havia também um casaco de cabedal preto, um colete de ganga e um casaco de ganga.

Doí-me novamente o braço.

Falta algo. Eu olhei para os pés. eu calçava uns ténis, mas com tenta roupa, não acredito que só tenho um para de sapatos.

Olho para as caixas no chão, vasculho as caixas e numa encontrei o calçado, todo ténis de varias cores, não muito fortes.

Escolhi uma camisa branca e umas calças pretas justas e um chapeu preto.

Dirigi-me a casa de banho com a roupa. Continuava com dores no braço.

Retirei a camisola cinzenta que tinha vestida com cuidado. Soltei alguns gemidos, quando a camisola passou pelo braço.

A dor abranda um pouco. Eu examino o meu braço, ele está vermelho, e parece que tenho uma marca no braço.

Eu sinto uma dor forte no braço, ainda mais forte que a que senti anteriormente. Eu coloco a mão do braço contrario no lavatório e deborco-me, soltando alguns gemidos.

É como se o meu braço estivesse a pegar fogo.

A dor aumenta novamente e eu fecho os olhos e deixo escapar alguns gemidos sofridos.

As marcas ficam cada vez mais nítidas, e dor continua forte. A dor para. Examino o braço e eu tenho um símbolo no braço. Eu sei perfeitamente o que essa símbolo significa. Significa o pacto que eu fiz com ele. O mais temido.

este corpo é do Bruno Aguiar, mas alma é do Cláudio Kokio.

Eu voltei, e voltei para reconquistar a Tatiana e a minha filha.

Elas não me vão reconhecer, eu estou totalmente diferente. Eu não lhes posso contar que sou Cláudio. Mas posso fazer com que a Tatiana descubra que sou eu. Eu sei que ela vai saber que sou eu, quando me vir.

Eu estava ansioso por ver a Tatiana. O lince ficava perto da casa e penso em ir lá depois do jantar.

Depois de tomar banho, a minha nova mãe, Ema, chamou para jantar.

Eu desci. A Ema tinha feito bifes com esparguete. Andava atarefada e fez algo rápido.

A família estava sentada. Eu comecei a comer, a mais de seis anos que eu não tinha o prazer de comer e aqueles bifes souberam-me tao bem.

Também a mais de seis anos não tinha a sensação de fome e quase me tinha esquecido de como ela pode ser desagradável.

Parei de comer e olhei o Renato e a Ema. Teria que os informar que ia sair. O Bruno tinha vinte um anos, mas de certeza que os informava. Mas será que ele dizia a mãe ou ao pai?

" Vou sair á noite." Eu disse para todos

" Vais a onde?" Perguntou a minha nova mãe.

" Vou a um bar aqui perto, chama-se lince." Expliquei.

" Filho, nem no primeiro dia que dormimos aqui em casa, tu ficas em casa." Resmunga a Ema.

" Deixa o rapaz. Ele tem que se divertir. E depois ele ajudou-nos bastante hoje. Nem pareci ele. Não reclamou nem nada." O Renato defendeu-me.

" A sara também vai?" Pergunta a raquel.

Eu olho para a minha suposta irmã. Sara? Só me faltava agora eu ter uma namorada.

"não."

"Chatearam?" Ela pergunta

"mais ou menos." Eu disse, sem noção nenhuma. Continuei a comer, nervoso. Eu não gosto de mentir, nem inventar desculpas.

" não tens juízo nenhum. Agora que encontraste uma rapariga que te atura, vais deixa-la partir." A raquel disse com algum à vontade, o que me parecia que ela e os meus pais já a conheciam.

Eu também gostava de ter apresentado a Tatiana ao meu pai. Talvez ele lhe desse mais valor.

Eu estive presente quando eles se conheceram.

Gostava de voltar a falar com o meu pai. Tenho que o procurar. Eu sei que não posso dizer que sou eu. Mas se falar com ele já fico feliz.

Depois do jantar, saio de casa.

Quando chego ao lince, ficou nervo. Olho a porta de entrada, em alguns minutos eu estarei perto da Tatiana, eu poderei falar com ela.

Sinto um friozinho no estomago como nos primeiros encontros que teve com a Tatiana.

Tomo coragem e entro no lince.

Percorro com o olhar todos os cantos do lince, mas não a encontro.

Vou até ao balcão e sento-me. Não pode ser o dia da folga dela. O pior de tudo é que eu nem sei a que dia da semana que estamos.

Pedi uma cerveja a Carla. Também não vejo o Rui.

Estou dececionado. Vejo um papel numa parede a pedir empregados para o lince. Chamo a Carla.

" Desculpe!"

" diga?" a Carla disse simpática.

" Estão a precisar de empregados?"

" Sim, estamos. Está interessado."

" Sim." Respondi sem pensar.

" Então, passe aqui amanha a tarde. Eu hoje estou sozinha. O rui o meu empregado está de folga e a Tatiana teve que sair mais cedo, acho que amigo está no hospital."

" não há problema, eu passo aqui amanhã. Mas a Tatiana volta?"

" conheci-a?" o que é que foi perguntar?

" De vista."

" Ela disse que sim. Mas não sei. Desculpe, mas tenho que ir atender aquela mesa. Espero amanhã."

Será que ela vem? Olho o relógio nove e um quarto. Será que o amigo é o Edu?

Olho em frente, estou sem esperança. Talvez tenha que esperar por amanhã.

Sinto alguém ao meu lado, posar uma mala.

Olho e os meus olhos não querem acreditar. Ela está apressada, entra para dentro do balcão, apanhando o seu cabelo compridos os caracóis. Põe um avental.

Ela está tao linda. Eu perco-me a olhar para ela.

Ela pega a mala que está próxima de mim, sem olhar para mim. Vai arruma-la lá dentro rapidamente. Entretanto a Carla aparece.

" Já cá estou." Ela comunica a Carla.

" E o teu amigo?" A Carla perguntou.

" Já está em casa. O Joel ficou com ele."

Não tenho noção nenhuma do que se passou. Eu contino a observa-la.

Ela atende os clientes e eu não tiro o olhar dela. Ela nem olhou para mim. Isso deixa-me triste.

Tenho que pensar que é normal, é o corpo do Bruno que todos vem.

Eu queria falar com ela, nem que fosse uma coisa básica, mas não tenho coragem. Fico só a observa-la.

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Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora