O regresso da princesa (145)

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Tatiana:

Eu olhei para o Joel assim que ouvi a sua palavra. Ele olhava fixo para a mulher bonita que entrou quando a porta foi aberta.

Ele a chamou de Camila. A esposa do Joel chamava-se Camila, mas ela está morta.

" Não pode ser verdade. Tu não podes estar viva." O Joel disse e a mulher sorria.

" Ola, marido. Como tem sido a tua eternidade sem mim?" Ela perguntou a olhar para o Joel. A esposa do Joel está viva.

" Como podes estar viva? Eu vi o teu corpo sem vida." O Joel disse com a testa franzida.

" Meu deus! Menina camila!" O jean exclamou surpreso.

O que é que se esta a passar?

" ooooooooooh! O meu aio preferido. Vejo que já não estas mais só." A "camila" disse olhando para o jean.

" Camila, acho bem que arranjes uma explicação para tudo isto." O Joel disse quase em forma de ameaça.

" Joel, sei que já passou muito tempo, mas devias-te lembrar que eu gosto de ameaças. Eu gosto de carinho. E depois devias estar contente, eu estou viva." Ela disse de forma alegre. " Ou já me esqueceste?" Ela perguntou e olhou para mim, os olhos eram de azul muito claro.

" Chega de jogos, Camila. Explica-me." O Joel pediu com delicadeza, eu nunca o vi falar assim. Ele parecia vulnerável.

"Eu vou explicar. Mas primeiro, eu quero agradecer aos fiéis escudeiros. Obrigado, a todos por estar aqui e trabalharem para mim com toda a dedicação do mundo. Que festa comece." Ela gritou.

E um homem e uma mulher agarraram-me nos braços. Eu olho para o Joel e dois homens o seguram, olho para o Cláudio e mesmo acontece com ele. Todas as pessoas que eu conheço nesta festa estão presas.

" Eu preparei uma sala especial para vocês. La poderemos conversar mais a vontade. Não nos podemos esquecer da anfitriã da festa." Ela sorri. " Tenham o prazer de acompanhar." A rapariga de cabelo loiro, apanhado num coque disse.

O homem e a mulher levaram-me, os outros foram connosco.

Nós passamos um corredor e entramos noutra sala com cadeiras alinhadas em um semicírculo. A sala estava pouco iluminada.

Eu fui sentada e amarrada na cadeira do meio. Ao meu lado, eu tinha o Joel de um lado e do outro lado o Cláudio. Do lado do Cláudio, estavam sentados o seu pai, o Rui e a Nádia. Do lado do Joel estavam sentados a Sam, Edu e Jean.

Em frente a nós estava um trono, onde se sentou a Camila que sorria.

Quando todos estavam bem presos ela começou a falar.

" Muito melhor assim. Já podemos falar a vontade. Porque eu tenho a certeza que temos muita coisa para falar." Ela disse.

" Camila, o que é que está a passar aqui? Como é que estas viva? Explica-me tudo. Eu sofri tanto a tua morte" o Joel disse e eu quase podia ver as lagrimas nos olhos dele.

" Que querido! Ainda continua o mesmo romântico." A camila pareceu doce. " Eu fiz-me um pacto sim com ele mesmo. Eu acho que o Cláudio sabe do que eu estou a falar." Ela olhou para o Cláudio.

Eu olhei o Cláudio que permaneceu calado. " E voltei a vida, pouco tempo depois de te transformares." Ela disse para o Joel.

Ele olhou com desprezo e desilusão.

" O que? Tu voltaste a vida pouco tempo de eu me transformar e nunca me procuraste." O joel disse, quase em forma de pergunta.

" Tu estavas em melhor companhia. Não era Sam?" Ela direcionou o olhar para a Sam.

" Melhor que a tua era de certeza." A Sam responde-lhe com sorriso falso.

" Nos já conversamos." A Camila disse-lhe e retribui o sorriso falso.

" Quer dizer que voltaste a vida e não procuraste. Tu sabes o que eu sofri por ti, o que eu fiz para vingar a tua morte. Eu transformei num monstro por tua causa." O Joel disse com raiva.

" Eu não te pedi rigorosamente nada, Joel. Eu sei de tudo, mas podes contar na mesma o que fizeste para me vingar. Tenho a certeza que a Tatiana iria adorar saber." Ela disse e olhou para mim. Ela tem um olhar frio que quase me fez arrepiar. Eu não estou a perceber nada.

" Eu fi-lo, porque te amava. E eu não quero contar nada." Ele olhou para baixo. Estranhei a sua atitude.

" Ainda tens medo de perder a Tatiana. Caro, esposo. Eu acho que já a perdeste... esperem! Eu esqueci-me de uma coisa. A anfitriã da festa. Aurora, meu anjo." A camila lembrou-se.

Uma luz acendeu-se e eu consegui ver a Aurora de pernas e mãos atadas a uma cruz. A cruz estava alta.

" Aurora!" Eu gritei em desespero e tentei soltar-me.

" Mãe!" Ela gritou a chorar.

Joel:

" O que é tu queres da minha filha? O que é que queres nós todos?" O Kókio júnior perguntou.

" Eu vou responder a essa pergunta, mas devo começar do início." Camila aproximou-se de mim e fez-me uma festa na cara. Eu olhei firme. " Não é, meu esposo?" Ela perguntou-me.

" Eu deixei de ser teu esposo quando tu morreste aquela noite." Eu disse com a raiva a percorrer as minhas veias.

Eu abdiquei da minha vida por ela, para viver com uma vampira, e o que recebo em troca é despereço.

" Devias estar contente, eu voltei." Ela só pode estar a brincar. Eu soltei um monstro dentro de mim, porque não suportei o facto de ela não estar mais ao meu lado e ela volta e nem me procura.

" Voltaste, há muito tempo e nunca me procuras. Que amor é esse que sentias por mim?" Eu gritei para ela.

" Não deve ser mais pequeno que o teu. Bastou aparecer uma desclassifica qualquer, para me esquecer num piscar de olhos." A Camila acusou-me.

" A Tatiana não é uma desclassifica, ela é uma grande mulher." Eu disse-lhe.

" Tão grande que te traiu na primeira oportunidade que teve." Ela soltou uma grande gargalhada. " Deixa-me rir." Ela olhou novamente para mim. " Tu trocaste-me a mim, uma mulher de sangue real, por esta coisinha." Ela foi até a Tatiana e apontou para ela.

" Já percebi. Ciúmes! Fizeste isto tudo por ciúmes. Não achas que é tarde para teres ciúmes?" Eu perguntei.

Ela solta uma nova gargalhada.

" Ciúmes? Eu? Só podes estar a brincar. Apenas não gostei de ser trocada por ela." Ela disse segura.

" Então, conta-me porque não voltaste para mim?" Eu voltei a insistir. Todo o tempo que eu vivi com a Camila, ela parecia-me amar.

Ela caminhou para mim e baixou-se. O nosso olhar estava na mesma direção, azul com azul.

" É fácil. Eu nunca te amei." Ela disse de forma pausada, olhando nos meus olhos, de forma fria que eu nunca tinha conhecido. O meu coração parou de bater por um segundo. Ela só pode estar a mentir.

" Isso é mentira. Tu dizias que amavas todos os dias vivemos juntos." Eu gritei para ela, ainda mais dececionado.

" É a pura verdade." Ela levantou-se. " Eu nunca te consegui amar, como tu me amavas. Eu estava cansada da nossa vida. E quando morri, e tive a oportunidade de fazer um pacto para voltar a vida. Eu não pensei em ti, eu pensei que poderia ter outra chance de um dia conseguir amar alguém."

" Isso não pode ser verdade. Tu só podes estar a mentir." Eu não consegui acreditar que vivi uma mentira.

" O Jean pode-te contar qual foram as minhas últimas palavras quando eu morri. Não é jean?" Ela perguntou e olhou para o Jean.

Ele demorou até responder.

" Infelizmente, posso." Ele disse, com olhos cravados de lagrimas.


Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora