Conversas de amigos (8)

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Tatiana:

Eu fui direta para o Lince. Tirava a louça da máquina. De manhã nunca havia muitos clientes. Eu aproveitava para fazer as limpezas. O Edu entrou exaltado no Lince. Dirigiu-se ao balcão e sentou-se nos bancos altos.

" Tatiana, tu acreditas no que me acabou de acontecer?" Ele pergunta, antes de me contar.

" O quê?" Perguntei.

" O meu carro avariou." Ele contou.

" E então, o que é que fizeste?" Eu perguntei.

" Tatiana, o problema não é o carro avariar. O problema foi a Aurora ter adivinhado isso. Não te lembras desta manhã, ela dizer que o carro ia avariar?" Ele relembra-me.

" Sim, Edu. Foi uma coincidência." Eu não dei muita importância.

" Então, estão a acontecer muitas coincidências. A menina tem acertado muita coisa. A semana passada ela adivinhou que a Nádia ia ter um acidente e teve." Ele contou.

" Ainda bem que não foi grave." Eu disse.

" Tatiana, a cena é que a menina adivinhou. Eu acho que devias ir com a menina a algum sítio." O Edu aconselhou-me. Eu não liguei muito.

" São coisas de crianças, Edu." Eu tranquilizei-o.

" Tu é que sabes, mas eu acho que não são." Ele insistiu. Eu mudei de assunto e contei-lhe o que se passou no cemitério. Contei também da chapada que eu dei ao homem de olhos azuis.

" Tu estás doida? Tu dás uma chapada a um estranho que possivelmente matou alguém num cemitério" Ele disse.

" Eu sei. Eu sei que me arrisquei, mas foi um impulso. E ele mereceu. Aquele gajo é um idiota!" Eu exclamei.

A Nádia entrou no Lince e eu contei-lhe tudo o que me tinha acontecido. Ela concorda com Edu. Eu arrisquei-me muito. Só espero nunca mais cruzar-me com ele.  

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora