Uma cama de casal (51)

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Obsidiana:

Já estive algumas vezes neste hotel, conheci o rececionista que falava bem português, embora fosse espanhol.

" Boa noite! Quero um quarto de casal." Eu fui direto.

" Boa noite! Vou fazer a ficha." O rapaz disse com leve sotaque espanhol.

" Não vale a pena. Eu não tenho intenções de pagar." Fui sincero. O rapaz olhou para mim admirado. Os meus olhos começaram a brilhar. Ele posou a chave em cima do balcão.

" Aqui está a chave." Ele disse sem perguntar nada.

A Tatiana acaba de entrar com dois sacos pequenos de viagem. É tao teimosa! Eu disse que depois ia buscar as malas. Eu olhei para o rececionista.

" Mais uma coisa." Os meus olhos começaram a brilhar de novo. " Se aquela rapariga perguntar, só há um quarto de casal, os outros quartos estão ocupados." Eu disse. A Tatiana aproximou-me.

" Então, já pediste os quartos?" Ela perguntou.

" O quarto." Eu emendei.

" Não, os quartos. Eu não vou dormir contigo." Ela afirmou.

" Pois, mas só há um quarto no hotel. Para tua felicidade vais ter dormir comigo." Eu disse sorrindo.

" É que nem morta." Ela olhou para rececionista. " Isto é verdade?" Ela perguntou ainda em dúvida.

" Sim, neste hotel só há um quarto de casal, os outros estão ocupados." Ele disse exatamente aquilo que eu queria que ele dissesse. Estava hipnotizado.

" Vês?" Eu sorri para ela. A Tatiana não parecia nada satisfeita.

" Então, vamos embora. Deve haver mais hotéis por ai." Ela disse decidida.

" Não, há não. Este hotel é o único nestas redondezas. Não é verdade?" Perguntei ao rapaz, hipnotizando para ele confirmar.

" É verdade." Ele responde.

" Eu não acredito. Eu não vou dormir contigo." Ela refila.

" Não te preocupes, eu não ressono." Piquei-lhe o olho.

" Não é esse o problema." Ela disse.

" Então, qual é o problema? Não me consegues resistir? Isso é normal, não és a única." Continuem a pica-la. Ela deu uma chapada no braço.

" Tudo bem. Nós partilhamos o quarto, mas tu dormes no tapete." Tatiana afirma convicta, entregou-me as malas e começou a andar para o elevador. Isso é o que vamos ver. Eu peguei as malas e fui atras dela.

Entramos no elevador. Ela olhava para o chão. O nosso quarto era no último andar. Eu não tirava o olhar dela. Ela tinha um rosto perfeito, nariz pequeno, lábios no tamanho certo e olhos castanhos. Para não falar nos caracolinhos do seu cabelo que caiam sobre o seu peito.

" Importaste, Joel!" Ela reclamou ao aperceber-se que eu estava a ser observada.

" O que é que foi?" Fiz-me de desentendido.

" Para de olhar para mim!" Ela ordenou.

" Porquê? Não posso?" Eu perguntei. Adora a ver irritada.

" Não!" Ela respondeu de forma seca.

" Mas eu quero." Continuei.

" Ó, Joel! Vamos lá por os pontos nos is. Aquele beijo que aconteceu foi uma parvoíce que não teve importância." Eu comecei a caminhar para ela, ela começou a ficar nervosa e desviou o olhar de mim. " Portanto, não tenhas esperanças. Porque não vai acontecer nada entre nós." Ela acabou um pouco atrapalhada e olhou para mim. Eu estava muito próximo dela. A Tatiana estava encostada á parede do elevador. Eu não disse uma palavra, apenas a olhava intensamente. Coloquei a minha mão no seu rosto e acariciei-o, observando os seus traços.

" Joel!" Ela disse, mas não acabou. A sua respiração estava acelerada. Desci o meu dedo até seus lábios. Eu aproximei devagar a minha cara da dela. Eu precisava de sentir o sabor dos seus beijos novamente. Eu estava quase a tocar os seus lábios quando a porta do elevador abriu. Ela empurrou-me. Logo agora aquela porcaria tinha que abrir.

" O que é que pensas que ias fazer?" Beija-te, mas porcaria da porta tinha que abrir logo agora. Eu respondi mentalmente." Eu já te disse que entre nós não vai haver nada. Mete isso na cabeça!" Ela gritava, já fora do elevador.

Todo isto deu-me fome. Preciso de me alimentar.

" Toma a chave. Vou ver se encontro alguma coisa para comer." Eu mando-lhe a chave e ela apanha.

" Vai, vai." Ela despachou-me.

A Tatiana foi na direção ao corredor do quarto e eu carreguei de novo no botão do elevador. Quando a porta abriu, uma empregada da limpeza estava lá dentro. 

Devia ser crime, uma empregada da limpeza ser tão boa. Ela era loira, pernas altas e sua farda era decotada. Já foste! Entrei no elevador. 

Assim que a porta fechou, eu cravei os meus dentes no seu pescoço. Sangue! Tudo o que eu precisava. Não a matei, era um desperdício de mulher. Hipnotizei para ela esquecer de mim. Pode ser que nós amanhã voltemo-nos a cruzar. Para pavor dela!


Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora