Tatiana:
Estávamos a meio da tarde e ainda não sabiam nada da Aurora. O meu coração estava apertado. Mal comi hoje, o comer parecia não descer.
Não consiga estar mais em casa. A Carla abriu o café à tarde e fui para lá. Ia falando com as pessoas, dá-lhes a discrição da carrinha, perguntava se tinham visto alguma coisa. Toda a gente conhecia a minha filha, mas ninguém tinha visto nada. Eu tenho tanto medo.
E o pior é que eu tenho a certeza que a minha filha está em Córdova. Só que ninguém acredita em mim. Ninguém quer ir comigo buscar a minha filha a Córdova. Eu não posso conduzir, porque tenho o braço ao peito.
Já fui ver transportes, mas demoro muito tempo. É quase dois dias de viagem e tenho que apanhar vários transportes. Enquanto se for de carro, são apenas seis horas. Eu não sei o que fazer. Estou desesperada.
Encontrava-me sentada num banco ao balcão. Tinha a telemóvel posado à minha frente, pensava na minha filha. A possibilidade de nunca mais a ver apavorava-me. Tinha as lágrimas nos olhos. Este é o dia mais longo da minha vida.
Estava pouca gente no café, alguém senta-se ao meu lado. Eu não dou muita importância. Sinto que essa pessoa olha para mim e eu olho para ela.
" Joel!" Eu exclamo admirada ao encarar o azul dos seus olhos.
" Dizerem-me que precisavas de herói. Cá estou eu." Ele disse e eu soltei um pequeno sorriso.
" Disseste que ias embora, afinal não foste." Eu constatei.
" Mudei de ideias. O que é que te aconteceu ao braço?" Ele perguntou, olhando para o meu braço ao peito.
" A minha filha foi raptada e durante o rapto levei um tiro." Eu contei olhando para as minhas mãos em cima do balcão.
" Eu já sei que a miúda foi raptada, é por isso que estou aqui." Ele disse. Eu olhei para ele. Na minha cabeça surgiu a questão de como ele sabia aquilo, mas não ia perguntar agora. " A polícia já disse alguma coisa?" Ele perguntou-me.
" Não, Joel. A polícia não disse nada. Eu estou desesperar. E o pior é que eu sei onde está a minha filha." Eu disse e levantei-me." A minha filha está em Córdova, eu sinto." Eu afirmei.
" Córdova! Isso é Espanha." Ele declarou.
" Ninguém quer ir comigo. Eu não posso conduzir com o braço assim. O Edu, Nádia e a minha mãe recusam-se a ir comigo. Eu estou desesperada." Eu virei-me de costas para ele e as lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto. Eu queria controlar o choro, mas não consegui. Alguns segundos de silêncio instalam-se entre nós, apenas o meu choro baixo se ouvia.
" Eu vou contigo a Córdova." O Joel quebrou o silêncio.
" O quê?" Perguntei virando-me para ele.
" Arruma as malas, eu levo-te a Córdova." Ele disse firmemente.
" A sério, Joel? Farias isso por mim?" Eu ainda duvidei.
" Não a brincar, Tatiana! Achas que eu sou de brincadeiras? Daqui a uma hora na minha casa. Sabes onde é?" Ele perguntou caminhando para a porta, parando e olhando para mim.
" Acho que sim. Eu já fui lá uma vez." Eu recordei.
" Espero-te lá." Ele disse e saio do Lince.
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Um Monstro em ti
VampireJoel Obsidiana é um vampiro assassino que há alguns anos atras viu o seu grande amor ser assassinado a sua frente. A dor e o sofrimento fizeram com que ele soltasse um monstro. Ele mata e sente satisfação nisso. Tatiana Silva perdeu o seu grande a...