Será assim tão fácil tirar o Joel da minha vida?(140)

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Tatiana:

Os nossos lábios separam-se e percebo o erro que cometi.

Eu afasto-me de Joel.

Sem eu dar conta, enquanto eu beijava o Joel, parou de chover e sol começa a brilhar.

" Isto não devia ter acontecido." Eu disse.

" Não vai voltar acontecer, eu prometo." Ele disse sem olhar nos meus olhos.

" Foi um beijo despedida, certo?" Eu perguntei e levantou a cabeça e olhou nos meus olhos.

" Certo." Ele disse e dá alguns passos para mim e sinto o meu coração voltar a bater mais rápido. Ele coloca a mão no rosto e acaricio. Eu fecho os olhos ao sentir o seu toque. "Eu só quero que sejas feliz. Eu vou afasta-me de ti, mas se algum dia precisares de mim para qualquer coisa, é só chamares que estarei aqui." Ele disse no seu tom rouco.

Eu olhei nos seus olhos. Ele deu-me um beijo na testa, eu fechei os olhos e quando os abri ele já não estava lá.

Melhor assim.

Eu sou feliz com o Cláudio e a minha filha. Eu sei que teremos a família que eu sempre sonhei.

O Joel foi apenas alguém que apareceu na minha vida, no momento em que eu estava só e não amava alguém à muito tempo. Foi por isso que eu criei sentimentos por ele, mas nós somos de mundos diferentes. Nunca seriamos felizes um com o outro.

Fomos para casa. Cláudio e Aurora tinham-se abrigado da chuva dentro do carro. Já eu estava completamente molhada.

O cão já não estava com eles, eu não perguntei, mas o Joel devia o ter ido buscar.

Eu tomei banho e coloquei o pijama.

De seguida dei banho a Aurora.

Ela encontrava de pé, já com o pijama vestido. Eu estava sentada na sanita e penteava-lhe os seus cabelos compridos.

" Mãe, tu ainda gostas do Joel?" Ela perguntou num tom calmo.

" Gosto como amigo."

" E como namorado?" Ela perguntou.

" Aurora!" Eu virei para mim. " Eu estou com o teu pai, eu não posso gostar do Joel como namorado." Eu expliquei.

" Mãe! Quando fazemos uma escolha, nós temos que ouvir a voz do coração. Tu ouviste a voz do teu coração?" Ela disse olhando-me com seus olhinhos pequenos e escuros.

" Que parvoíce é essa, filha?" Eu perguntei olhando séria.

" Não é parvoíce, responde." Ela pede.

" Oh! Filha! Não estás feliz por estares a viver com o teu pai?" Eu não percebo a minha filha, parece que ela não está feliz.

" Eu estou. Muito feliz, mas e tu, mãe?" Ela voltou a existir.

" Eu também estou, filha. Nós vamos formar uma família muito feliz. E isso é que importa." Eu expliquei-lhe.

" E o Joel?" Ela voltou a insistiu.

" O Joel vai viver a vida dele e também vai ser muito feliz." Eu expliquei.

" Eu não o vou ver?" Ela perguntou-me. Confesso que falar sobre o Joel incomoda-me, não sei o porquê da minha filha estar a falar tanto nele.

" Não, filha. Ele vai afastar-se de nós."

" Porquê?" Ela perguntou parecendo triste.

" Porque é melhor assim." Eu fiz-lhe uma festa do rosto. " Agora, vira-te para eu acabar de escovar os teus cabelos." Eu pedi-lhe.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora