Sonhos Maus (64)

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Tatiana:

Eu sabia que estava a sonhar, mas não consegui acordar.

Eu corria pelo meio das árvores, tinha alguém trás de mim.

Senti muito medo.

Eu sabia que era o Joel.

Sinto ser agarrada. Eu tento-me soltar.

O Joel agarrava, ele tinha a cara repleta de sangue.

Eu queria fugir mas não consegui. Ele cravou os dentes dele no meu pescoço senti uma dor horrível.

Eu implorava para que ele não me matasse. Eu gritava por ajudar. Empurrava-o com as minhas mãos e pés. Mas não me consegui soltar.

Ele bebia o meu sangue sem piedade.

Sinto um forte empurram e por fim consigo acordar.

Olho a minha mãe, que me tinha da o abanam.

" Tatiana! O que é que passa? Tu estavas a gritar, a mãe tentou acordar-te, mas tu não acordavas." ela disse preocupada.

Eu apenas a abracei e comecei a chorar.

Todos os dias desta semana eu tive o mesmo sonho. Este sonho horrível. E o pior é que eu sei que estou a sonhar, mas não consigo acordar.

" então, Tatiana. Não és mais uma criança, para ter pesadelos e acordares a chorar." a minha mãe avisa-me.

Eu soltei a minha mãe. Ela fez-me uma festa na cara, limpando-me as lágrimas.

" lembraste quando eras pequenina e tinhas pesadelos com monstros. Depois dizias que o monstro estava escondido no roupeiro e lá tinha que ir o teu pai, abrir o armário, para veres que não havia lá nada?" A minha mãe perguntou-me.

" lembro." Nós rimos com as lembras. Como as crianças tem uma imaginação fértil.

" ai! O meu augusto, sinto tanto a falta dele." A minha mãe desabafou, com as lágrimas nos olhos.

Eu toquei-lhe na sua mão.

" mãe, fiques assim. O pai não ia gostar de te ver assim. Agora somos nós as três e temos de nos apoiar. Não podemos ir abaixo." eu disse algumas palavras de apoio.

" eu sei, filha." Ela sorriu. Eu sei que ela sofre muito a ausência do meu pai. eu também a sinto, a casa parece mais vazia. " bem, eu vou preparar o pequeno almoço. Vai acordar da tua filhota. Que hoje é dia de escola." Ela disse e saio do quarto. A minha mãe é incrível, mesmo estando abatida, tenta sempre mostrar o seu melhor lado e fazer de conta que está tudo bem.

Eu levantei-me, peguei na roupa e fui tomar banho.

Durante o banho pensei nos sonhos.

Era tão mais fácil se o Joel fosse um monstro, como os da minha infância. Assim não existiria, apenas seria um sonho mau.

Relembro sempre as palavras do meu pai. " vês, não há monstro nenhum. Agora esquece isso e dorme." E ele dava-me um beijo na testa e aconchegava-me os cobertores. E depois eu esquecia o sonho e adormecia.

Queria agora também poder esquecer, mas não consigo. Eu não consigo esquecer as imagens do Joel naquela sala, seu rosto coberto de sangue, as pessoas mortas e pensar que aqueles dois não foram os únicos.

Ele desapareceu como me prometeu. Graças a deus, não voltou a procurar. E mesmo assim, eu não consigo esquecer.

De repente, veio-me a cabeça uma coisa que o Joel me explicou sobre os vampiros. Ele disse-me que os vampiros podiam hipnotizar humanos, podiam os fazer esquecer. Era tudo o que eu queria. Esquecer que ele existia.

O Joel disse que não me podia hipnotizar porque usava uma pulseira kokio, mas se eu tirar a pulseira, ele pode. E se eu lhe pedisse para ele fazer esquecer dele.

Eu não estou a saber lidar com a existência de vampiros.

Ele prometeu que se afastaria de mim e afastou. Eu acho que se lhe pedisse para ele me hipnotizar e desaparece, ele o ia fazer. Era um ultimo favor.

Bem, eu não sei se foi embora da cidade. Ele antes da viagem disse-me que queria ir. mas não custa nada tentar.

Depois de tomar banho, fui ao meu quarto e mandei-lhe uma mensagem." preciso muito de falar contigo. Podes ir hoje á noite ao lince? É importante." Eu escrevi. 

Combinei num local publico, pois é mais seguro. E eu já tinha combinado com o Edu e a Nádia encontra-nos no lince a noite. Eu sei que é uma conversa privada e os meus amigos não acreditaram em mim, mas sinto-me mais segura se eles tiverem lá.

Ponderei um pouco ate enviar. Não sabia se era mesmo aquilo que eu queria fazer. Carregue na tecla de enviar e a mensagem foi enviada.

Fiquei alguns segundos a olhar para o telemóvel. Nenhuma resposta. Posei o telemóvel em cima da cómoda e sai do meu quarto.

Fui acordar a Aurora, preparei tudo, tomamos o pequeno almoço e saímos de casa e ele não respondeu.

Fui a uma consulta no hospital, mas o medico não me deixou ir trabalhar. Eu ainda sinto muitas dores no braço.

O Rui está a fazer as minhas vezes no lince. Despediram-no da loja que ele trabalhava e como a Carla precisa de alguém para a ajudar, eu recomendei-lhe o Rui.

Á tarde, fui fazer umas compras ao supermercado.

...

Próximo capitulo vai ser mais longo e Joel e Tatiana vão-se reencontrar. Está muito divertido. Por favor, votem e deixem o vosso comentário.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora