Ele deixou-a ir (133)

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Tatiana:

Eu trouxe a Aurora para casa. Fiz-lhe um dos seus pratos favoritos, hamburguês com batatas fritas e ovo estralado.

Ela ficou muito contente. Eu dei-lhe tantos beijos e abraços. Estou tao feliz por ela estar aqui.

Depois estive a brincar com ela e a Aurora acabou por adormecer enquanto eu lhe lia uma história.

Eu adoro passar tempo com a minha filha.

Aconchegue-lhe os cobertores a ela, dei-lhe um beijo na testa e sai do quarto.

Eu tenho uma coisa para fazer. Eu tenho que contar o que se passou ao Joel. Ele precisa de saber.

Só espero que o Edu tenha razão e que o amor do Joel por mim seja suficiente para me perdoar.

Pouco falei com o Joel desde que cheguei a casa.

Aproximei da escada e desci cada degrau devagar, como se caminha-se para a minha sentença de morte.

Ainda na escada pode ver que ele estava sozinho na sala, tinha um copo na mão. Suponho que esteja a beber whisque.

Desci o último degrau e caminhei com medo para ele.

Parei na sua frente.

" Nós precisamos de falar, Joel." Eu disse.

" Eu estava a tua espera." Eu sentei-me ao seu lado e permaneci calada. Como é que eu vou dizer isto? " Convém ser tu a começar a conversa, é que eu não sei qual o assunto que queres conversar."

" Eu sei. Mas é complicado para mim. Eu tenho uma coisa para te contar. Mas antes eu preciso te dizer que amo-te, esse amor que eu sinto foi capaz aceitar todos teus defeitos, o teu estilo de vida e até coisas erradas que fizeste. Tu és uma das pessoas mais importantes da minha vida, e saber que te posso perder..."

" Tatiana, vai direita ao ponto. Estás a deixar-me enervou."

" Eu beijei o Bruno pensando que era o cláudio." Eu disse rápido.

" O quê?" Ele perguntou confuso.

" Foi o que eu disse. Não faças repetir." Eu olhei nos olhos dele e pode ver a desilusão.

" Tu beijaste aquele idiota?"

" Eu posso explicar, eu pensava que era o Cláudio. Era como se eu estivesse a ver." As lagrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.

Ele levantou.

" Sim, Tatiana. Porque se estivesse beijado o Cláudio não haveria problema nenhum." Eu sinto um forte sarcasmo nas suas palavras.

Ele virou-se de costas para mim.

" Perdoa-me, é tudo o que eu te peço. Perdoa-me. Aquilo não significou nada." Os meus parem um rio, eu não consigo conter as lagrimas.

Ele não disse uma para palavra.

Armou o braço que tinha a copo na mão e projetou-o contra a parede. O som estridente de vidro a partir invadi-o a sala. As lagrimas escorreram ainda mais pela minha cara.

" Eu preciso de apanhar ar." Ele anunciou e começou a caminhar para a porta. Eu impedi-o, puxando-o pelo braço.

" Joel, por favor. Não me deixes." Eu pedi soluçando.

" Tatiana, acredita é melhor deixares-me ir, porque que se eu continuar aqui eu posso fazer coisas que tu não vais gostar." Eu disse de uma forma fria.

Eu larguei-o e ele sai batendo a porta com força.

Eu não consegui conter o choro, nem os soluços que saiam da minha boca.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora