Quando a culpa atingi o coração(127)

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Tatiana:

O meu coração ainda estava acelerado. Eu comecei logo a trabalhar para ver se aquele beijo saia-me da cabeça.

Mas não saio. O pior é que eu não beijei o Bruno, eu beijo o Cláudio.

Era como se quem estivesse na minha frente fosse o Cláudio. Foi tao estranho.

O Joel nunca me vai perdoar, mas eu não consigo não lhe contar.

As lagrimas caiam-me pela cara enquanto andava a atender os clientes.

Eu não quero perder o Joel. Ele é muito especial para mim.

Eu sei como ele é, eu que ele vai matar o bruno e nunca me vai perdoar.

Mas como é que eu vou ter coragem de lhe esconder uma coisa dessas? Eu preciso de lhe contar.

" Tatiana, estás bem?" ouço a voz da Carla.

" estou." Eu respondi, escondendo as lagrimas.

" não, não estas. Vai para casa." não, eu não quero ir para casa. se for para casa, vou ver o joel.

" não estou bem."

" não, não estas. Eu conheço-te, Tatiana. Vai para casa, os rapazes ajudam. É uma ordem!" Ela disse.

Eu não queria ir para casa. Eu conheço-me e sei que quando vir o Joel, eu vou ter que lhe contar.

É o mais justo. Eu tenho que ser sincera com ele. Eu não sei mentir.

O medo de o perder invadiu o meu coração.

Eu abri a porta de casa, e estava tudo em silêncio. Ainda não sei nada do Edu, mas o jean ligou-me e disse que ele sai de casa e que ele foi atras dele.

Espero que o jean o encontre e consiga o convence-lo a completar a transição.

A casa estava silenciosa, não parece que o jean já tenha chegado.

Temo pelo meu amigo.

" Joel!" Chamo, e o frio atinge o meu estomago. Eu tenho que lhe contar.

Não ouço nenhuma resposta. Subo, decidida a dar um beijo de boa noite a minha filha, mesmo sabendo que ela já esta a dormir.

Quando abro a porta do quarto, encontro a imagem mais fofa do mundo.

O Joel e a minha filha estão a dormir. A minha filha tem a cabeça sobre o braço do Joel e ele tem o livro deitado sobre o peito.

Eu não consigo conter o sorriso de ternura.

Como é que lhe vou contar uma coisa destas? Ele é tao bom para mim.

Caminhei até eles e tentei tirar o livro infantil das mãos de Joel, sem o acordar.

Vejos os seus olhos abrirem sonolentamente.

" já chegaste." Ele disse com uma voz rouca.

" desculpa, não te queria acordar." eu disse e sorri.

Ele tirou a cabeça da Aurora do seu braço e posou-a delicadamente na almofada.

Eu dei um beijo a minha filha e saímos do quarto.

" Saíste mais cedo. Nem dei conta de adormecer. Tenho que dizer tomar conta da tua filha é muito cansativo. Ela está muito mal habituada." Ele disse enquanto se espreguiçava.

Eu sorri. Nos descemos as escadas e sentamos no sofá.

" Já sabes alguma coisa do Edu?" Ele perguntou.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora