Baile de mascaras (75)

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Sábado do fim de semana seguinte.

Desconhecido:

Um baile de mascaras. Oportunidade perfeita para eu me aproximar e descobrir o que anda a passar por aqui. A Tatiana está a trabalhar, vestida de enfermeira. Até estava bonita. O Lince estava cheio.

Eu estava mascarado de zorro, a mascara que eu usava, tapava grande parte da minha cara. Eu estava sentado num banco alto ao balcão. A Tatiana vai até ao balcão, está próximo de mim. Pode reparar que ela usa a pulseira Kokio.

" Rui, arranja-me duas cervejas." Ela pede ao rapaz vestido com um fato as riscos, que eu penso estar mascarado de ladrão. Ele entrega-lhe as cervejas sem lhe dar uma palavra. " Rui, passa alguma coisa? Parece que estás chateado comigo." Ela pergunta depois de ficar alguns segundos a observar o rapaz.

" Não, está tudo bem." Ele responde sem olhar para ela.

" Então, porque é que tens estado a evitar-me a semana toda? Eu reparei que desde daquele dia da discoteca que tu afastaste-te de mim." A Tatiana argumenta.

" Não é nada. Eu só tenho ficar longe de ti." O rapaz respondeu.

" O quê?" Ela perguntou admirada com a resposta.

" Tatiana, eu tenho que trabalhar." Ele tentou esquivar-se da conversa. O rapaz vai a sair de trás do balcão, mas ela o impede colocando-se à frente dela.

" Não vais a lugar nenhum, antes de me explicares. Que conversa é essa, Rui? Porque é que tens de ficar longe de mim?" A Tatiana exige-lhe explicações.

" Tatiana, eu já te disse. Eu tenho de ficar longe de ti." O Rui disse parecendo um robô. Ele está hipnotizado. Tenho quase a certeza.

" Mas, porquê?" A Tatiana insistiu.

" Eu não sei, Tatiana. Eu só sei que tenho de ficar longe de ti. Agora, deixa-me ir trabalhar e fica longe de mim." Ele não conseguiu explicar.

A Tatiana sai da frente do pobre rapaz que foi vítima de um vampiro. Eu até já desconfio qual foi o vampiro que o hipnotizou. A Tatiana ficou parada, um pouco pensativa. Ela pegou as cervejas e servi-as. Eu não tirei o olhar dela.

A música estava alta, existia uma zona para dançar e pequeno palco. Nunca tinha vindo aqui antes. Parece ser um sítio agradável. Observo as mascaras de cada pessoa. Algumas pessoas, eu nem sei do que é que elas estão vestidas. Chegou agora um rapaz pintado de azul, eu acho que ele está mascarado de uns desenhos animados, os Smurfs se não estou em erro. Ele vem acompanhado de um grupo de amigos, mas o seu fato está muito engraçado.

Espera! Eu conheço o vampiro que está com ele. É o Obsidiana. Muito original, ele mascarou-se do que já é. Um vampiro. Só não usa a capa comprida, que está a usar hoje, nem mostra os dentes a toda a gente como está a fazer agora.

De braço dado ao Obsidiana está uma rapariga vestida de capuchinho vermelho, uma saia curta e um capuz vermelho, traz um cesto no outro braço. Se não engano, essa rapariga é a Nádia, a melhor amiga de Tatiana.

Espera a menina pequeninha é a Aurora. Meu deus! Como ela está parecida com o pai. Um pequeno sorriso formou-se nos meus lábios. Que linda! Parece um anjinho. Ela usava um fato de joaninha com umas asinhas nas costas e cara pintada. Eu não pensava encontra-la aqui. A Aurora viu a sua mãe e foi a correr para ela. A Tatiana baixou-se para poder abraçar a filha. Eu encontrava-me de pé perto delas e as observa, sem que elas dessem pela minha presença.

" Mãe!" Gritou a menina.

" Filha!" A Tatiana abraçou com força. Ela soltou a mãe.

" Mãe, olha como estou bonita." Disse pequena criança, vaidosa. Eu sorri. Ela está realmente linda.

" Estás linda, amor! Foi o teu padrinho que te pintou a cara?" Perguntou a Tatiana.

" Foi." Ela disse abanando a vestido.

" Filha, não podes sair de ao pé do padrinho e antes das dez horas quero-te em casa. É sábado, mas isto não é ambiente para uma menina pequenina." Avisou a Tatiana, parecendo uma mãe cuidadosa.

" Está bem, mãe." A Aurora concordou.

" Não te preocupes. Eu tomo conta dela." Disse o rapaz de azul que só agora pode perceber que era o Eduardo, amigo da Tatiana.

" O que é que o Joel está aqui a fazer?" A Tatiana perguntou-lhe.

" Veio com a Nádia. Eu não sabia que ele vinha. Eu fui buscar a Aurora a casa e encontrei-me aqui na porta com eles." O rapaz vestido de Smurf contou.

" Não deixes a Aurora perto dele." Ela avisou protegendo a filha. E deve o mesmo fazer. O Joel é um monstro.

" Está bem. Olha, já viste o Jean? Vê-la se não fica bem com o fato que eu lhe arranjei?" Perguntou discretamente o Edu.

" Padre?" Ela disse admirada. Eu olhei para o rapaz ao lado do Joel que estava vestido com um uma túnica comprida e uma cruz ao peito. Devia ser ele o Jean. " Está giro! Tenho que ir trabalhar. Porta-te bem, amor." Ela disse à Aurora e deu-lhe um beijo na cabeça da menina.

Eu não tirava os olhos na menina de caracolinho castanhos-claros. Ela dançava com o seu padrinho e depois com a rapariga vestida de capuchinho vermelho. Passado algum tempo, o padrinho dela estava a conversar com o padre e a Nádia dançava com o Obsidiana. Pobre rapariga! Terá um final triste. Eu continuei de olhos postos na Aurora. Ela olhou para mim. Eu sorri para ela e menina retribui o sorriso. Olhou para o seu padrinho que está entretido a conversar e veio na minha direção.

" Ola!" Ela disse. Eu abaixei-me ao nível dela.

" Ola!" Eu disse.

" Eu sei quem tu és." Ela afirmou. Achei graça a afirmação dela.

" E quem eu sou?" Eu perguntei sorrindo para ela. Era impossível, ela saber quem eu era. Ela nunca me tinha visto.

" És o meu avô." O meu sorriso desfez-se.

" Aurora! O que é que foi que a mãe te disse?" A Tatiana veio na minha direção e eu levantei-me. Ela agarrou a menina pelo braço e fez uma cara feia para mim. " Vou dizer ao teu padrinho para te levar já para casa." E as duas desaparecem na multidão. 

...

Quem será o desconhecido? Continuei a votar e comentar. é muito importante para mim saber a vossa opinião.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora