O anjo e o vampiro (173)

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Obsidiana:

Eu bati na porta do quarto da Aurora.

" Posso?" Eu espertei pela porta. A Aurora estava sentada na cama.

" Podes." Ela disse pouco animada. Eu encostei a porta e sentei-me na cama de frente a ela.

" Estás estranha. A tua mãe está preocupada." Eu comecei. Eu não tenho jeito nenhum com crianças, nem sei porque que me ofereci. Pensando bem, eu sei o porque que ofereci. As palavras da Aurora quando eu descobri toda a verdade sobre a Camila, ainda estão na minha memória. Ela não me julgou pela morte do próprio pai.

" Não é nada." Ela disse triste.

" Queres que eu finja que acredito? Eu sou ótimo ator." Ela deu um pequeno sorriso. " Ou queres-me contar o que está a passar?" Eu peguei a mão dela. " Podes confiar em mim, eu não vou contar a ninguém. O que é que se passa?" Ela separou a sua mão da minha.

" Eu não posso contar." Ela disse sem encarar os meus olhos.

" Tem a ver morte do teu pai?" Ela olhou os meus olhos e pode ver que acertei. "É normal que sintas triste com a morte do teu pai. Desde que não faças como eu e arquitetes um plano de vingança e soltes um monstro dentro de ti." Ela riu.

" Eu não vou fazer isso, Joel." Ela disse voltando a cara triste.

" Sabes uma coisa que eu aprendi? Eu aprendi que não faz mal nós sentimos tristes e de sofremos. É melhor, soltamos todo esse sofrimento cá para fora, do que deixamos dentro nós a alimentar o monstro." Eu vejo as lagrimas escorreram pela pequeno rosto da Aurora. " O teu pai é um homem forte e inteligente. Tenho a certeza que ele vai conseguir livrar-se de todos os problemas que a morte dele lhe trouxe." Eu segurei novamente a mão dela. " O teu pai ama-te e ele nunca te vai deixar. E enquanto ele não volta. Eu estou aqui e posso tentar, não sei, posso tentar compensar a ausência dele." Ela chorava e sorriu para mim. Eu puxei para um abraço. Eu estou realmente a gostar desta miúda.

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Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora