Um dia de mãe e filha (12)

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Tatiana: 

Abri a porta do meu quarto devagar para não fazer barulho. Acendi a luz e encostei á porta. Quando olhei para a minha cama, o homem de olhos azuis encontrava-se sentado lá. Eu assustei-me ao vê-lo. Ele olhou para mim com aqueles olhos intensamente azuis.

" Como é que entraste aqui?" Eu perguntei nervosa. Ele levantou-se.

" Não importa." Ele disse com a sua voz roca e poderosa.

" Sai daqui agora ou eu vou gritar." Eu avisei-o.

Ele caminhou na minha direção. Agarrou a minha cabeça e juntou nossos lábios. Eu tentei resistir, mas não consegui controlar-me. Ele beijou os meus lábios como se fosse arrancar um pedaço deles. Desceu a mão até a minha cintura e puxou-me, encostando-me ao seu corpo. Um arrepio percorreu todo o meu corpo. Eu tinha que parar o beijo, mas não consegui fazê-lo. A minha respiração estava acelerada, assim como a dele. A sua mão percorreu a minha coxa e com a outra mão puxou a minha camisola para cima.

" Mãe! Acorda!" A Aurora chamou-me, abanando-me. Eu abri os olhos.

" Acorda, vá lá. Tu prometeste que levavas-me ao jardim." Ela continuou. Eu olhei para a minha filha e ela estava de braços cruzados e com cara de chateada. Olhei o relógio.

" Filha! São oito da manhã. Ainda é muito cedo para ir ao jardim." Eu disse, tentando esquecer o sonho que havia tido com o homem de olhos azuis.

" Mas eu não tenho mais sono e quero ir ao jardim." Ela disse.

" Deita aqui. Já vamos." Ela deitou-se e eu abracei-a. A Aurora começou a falar das coisas que ela tinha feito na escola. Eu pensei no sonho que tinha tido. Eu nunca tinha tido um sonho com outro homem senão o Cláudio. Ainda mais um sonho assim. Este sonho nunca vai acontecer. Eu odeio a maneira de ser daquele homem, ele parece não ser do bem.

Desde aquele dia há noite ele não voltou ao Lince. Ainda bem.

Eu estava no meu dia de folga. Levei a Aurora ao jardim, depois fomos almoçar fora. Em seguida fomos ao cinema, tinha saído um filme de desenhos animados novo. Depois de lancharmos, voltamos para casa.

Pode parecer estúpido, mas passei o dia todo culpada por ter tido aquele sonho. Era como se estivesse a trair o Cláudio. Fui ao quarto da Aurora, chama-la para jantar. Ouvi a voz da Aurora. Parei na porta do quarto.

" Hoje, fui ao cinema com a mãe." Ela disse. A Aurora estava sentada no chão com as pernas a chinês, sozinha, olha para a sua frente. " Comi, as pipocas estavam quentinhas e comi um gelado ao lanche." Ela disse de forma alegre. " Queres ajudar-me a fazer o puzzle que a minha madrinha me deu?" Ela parece perguntar a alguém e levantou-se. Eu continuei observa-la sem a Aurora se aperceber. A minha filha foi até prateleira e tirou uma caixa, voltou a sentar-se e espelhou as peças no chão, começando a organiza-las. " Tens razão. Esta peça é aqui." Ela colocou a peça. Ela olhou para a frente e depois olhou para mim. " Mãe! Estavas ai?" A minha filha disse um pouco nervosa. Eu entrei no quarto e sentei-me no chão perto dele.

" Com quem estavas a falar, filha?" Eu perguntei-lhe.

" Com ninguém." Ela disse e continuou a fazer o puzzle.

" Filha, sabes que podes contar tudo a bem. Com quem estavas a falar?" Eu insisti. Ela olhou para a frente e depois olhou para mim.

" Tenho fome, mãe. O jantar já está pronto?" Ela perguntou, mudando de assunto. A minha filha quando não quer falar de uma coisa, muda tão rápido de assunto.

" Está. Vai lavar as mãos que a avó já deve ter o comer na mesa." Eu disse. Ela levantou-se e saio do quarto. Comecei a arrumar as peças do puzzle. Senti o cheiro forte do perfume que o Cláudio usava. Fechei os olhos e apreciei o cheiro. Não era a primeira vez que eu senti este cheiro no quarto da Aurora. Era estranho, não há frascos de perfume aqui. Muito menos este perfume. 

...

Espero que estejam a gostar e caso estejam deixem o vosso voto.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora