Um Monstro em ti

Mais um vampiro (9)

Obsidiana: 

Entrei na minha mansão. Um homem de estatura baixa, cabelo castanho claro, os olhos cor de avelã e vestido com roupas antiquadas vem na minha direção.

" Meu amo, já viu as notícias?" O Jean perguntou-me, parecendo preocupado.

O Jean vive comigo desde que a minha esposa faleceu. Ele era amigo da minha mulher e depois da sua morte ele quer tomar conta de mim. Como se eu não soubesse tomar conta de mim?

" Achas que eu tenho cara de quem vê noticias?" Perguntei, tirando o casaco e dando-lhe.

" Eles estão a falar dos assassinatos que tem existido. O meu amo tem que ser mais discreto." Ele aconselhou-me, mas eu não lhe dei muita importância. Dirigi-me até a mesa das bebidas e enchi um copo com whiskey. " Está-me ouvir? Pode nos por em perigo." Ele continua a tagarelar.

" Já acabaste?" Eu o olhei sério. Ele não me respondeu. " Achas que eu me preocupo se estou a chamar atenção ou não? Achas?" Eu caminhei na sua direção, ele encolheu-se. " Eu sou Joel Obsidiana, o vampiro mais temido do mundo. Eu tenho todos os caçadores de vampiros atras de mim." Eu relembrei.

" Por isso mesmo, meu amo." Ele interrompeu-me.

" E eles alguma vez me capturavam. Há meio seculo que eles tentam-me apanhar. E o que eles conseguiram? Nada. Eu continuo solto e a fazer o que quero. Matando, estripando, arrancar cabeças..." Eu contei.

" Meu amo! Por favor! Eu não preciso saber os detalhes do que você faz." Ele interrompeu-me novamente.

" Mas tens que ouvir. Tu és um vampiro e como vampiro tu tens que matar, estripar, estraçalhar..." Eu voltei a enumerar.

" Há muitos seculos que eu não me alimento diretamente de humanos." O Jean disse.

" Vais dizer que não sentes saudades. Não sentes vontade cravar os dentes num pescoço e sentir o sangue quente na tua boca." Eu provoquei-o.

" Pare! Meu amo! Eu não sinto mais essa necessidade. E o senhor devia seguir o meu exemplo. É tao cruel matar pessoas inocentes, com famílias, pessoas que as amam." Ele tenta convencer-me. E lá vai ele começar o sermão. Comecei a subir as escadas.

" Eu vou pensar nisso, Jean. Quando estiver com os dentes cravados no pescoço da minha presa. Não é todos os dias que já se tem a presa encomendada." Referia-me a rapariga do cemitério.