Mais um! (149)

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Rui:

Eu fui levado para um quarto pequeno e vazio.

Eu tinha as mãos atadas e estava sentado no chão. Na minha frente estava a Sam também sentada de mão atadas atrás das costas.

Nós estávamos em silêncio desde que fomos atirados para aquele quarto.

A Sam batia com os seus saltos no chão nervosamente. Aquele som ecoava na sala e estava a entrar na minha cabeça fazendo-me enlouquecer.

" Importaste?" Eu disse encarando-a. Ela parou de bater com o pé.

" Importo." Ela disse e voltou a bater com o pé.

" Sam, Já que tenho que passar meus últimos minutos de vida contigo, pelo menos que seja em silencio." Eu pedi.

A Sam solta uma gargalhada.

" Como se houvesse melhor companhia que a minha para tu passares os teus últimos minutos de vida. Já eu não posso dizer a mesma coisa."

" Quem querias que estive no meu lugar?" Tive curiosidade de saber.

" Podia ser um gajo bom, cheio de músculos. Pelo menos seria mais divertido." Ela disse com a cabeça encostada a parede.

" Tu não gostas mesmo de ninguém" Eu constatei.

" Não, o amor tornas-nos fracos." Ela disse e esticou a perna até o seu pé tocar na minha perna. " Mas sabes, podia ser mais divertido. Tu não és de se mandar fora e eu sou uma mulher extremamente atraente."

Eu desviei a perna na dela.

" Eu nunca teria nada contigo, Sam. Esqueceste que já me tentaste matar."

Ela encolheu a perna.

" Por favor! Ressentimentos fazem mal a saúde."

" Acho que não preciso de me preocupar com a minha saúde, já eu estou na sala de aniquilação."

O silêncio instalou-se entre nós, mas eu senti-me o olhar da Sam fixo em mim.

" Ainda bem que eu não te matei." Ela disse surpreendendo.

" O quê? Não vais começar agora com os arrependimentos. Calculo que sejam muitos." Eu disse-lhe.

" Eu não me arrependo das pessoas que matei. Só acho que és demasiado fofo para morrer. És fofo até mesmo quando estás irritado."

" Podes parar de dar em cima de mim." Eu pedi.

" Não. É claro que não. Eu só desisto de uma coisa quando a tenho." Ela disse fixando os seus olhos azuis, nos meus olhos verdes.

" Mas a mim nunca tirarás." Eu disse firmemente.

" Isso, vamos ver." Ela insistiu.

Eu desviei o olhar do dela. Só podes ser louca. Eu nunca teria nada com uma vampira.

Mesmo que essa vampira seja uma mulher muito atraente como a Sam.

O silêncio instalou entre nós. Eu estava pensativo.

Pensava na Nádia. Só espero que não lhe aconteça nada.

Os gritos dela quando eu sai da sala ainda ecoavam na minha cabeça, assim como o olhar aflito e preocupado dela.

A Nádia ainda deve sentir algo por mim, senão não teria essa razão.

" vira-te rápido." Ela disse e pôs-se de costas para mim.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora