Novo romance (74)

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Obsidiana:

Eu ouvi a campainha da minha mansão tocar. Dirigi-me á porta. Mesmo não tendo aberto a porta, eu já sabia quem era. Eu senti o seu cheiro. O que é que ela faz aqui? Eu abri a porta. Eu uso apenas umas calças pretas vestidas. Olhei a caracolinhos na minha frente. Os olhos dela dirigiram-se para o peito nu e pode perceber que a Tatiana ficou nervosa. Eu olhei-a com olhar de predador. Ela usava umas calças juntas que acentuavam o seu rabo.

" Tatiana! Que surpresa!" Eu disse por fim. A Tatiana empurrou-me e entrou dentro da minha casa.

" Não comeces! Onde é que está a Nádia?" Ela disse agressivamente. Ela parece procura-la.

" Tatiana, é uma falta de respeito entrar na casa dos outros sem pedir permissão." Eu comuniquei-lhe.

" Onde é que está a Nádia? O que é que fizeste com ela?" A Caracolinhos parecia preocupada.

" Queres mesmo que te diga?" Eu perguntei.

" Não te armes em engraçadinho comigo. Senão..." Ela ameaça, mas eu não a deixo acabar a frase.

" Senão, o quê?" Eu aproximei-me dela e olhei intensamente. Ela tirou algo no bolso de trás das calças. Era um cartão.

" Jorge Kokio, é te familiar?" Ela pergunta depois de fingir ler o nome no cartão.

" Tu prometes que não lhe contavas." Eu relembrei.

" Pois, tu também prometes afastar de mim, mas não me largar." Ela repostou. Eu soltei uma gargalhada forçada.

" Não me parece que te importes com isso." Eu constatei.

" Eu estou cansada, Joel. Eu estou cansada de tu espalhares o terror por Sintra, de tu matares pessoas, de cercares os meus amigos e..." Eu a interrompi.

" Então, e porque ainda não ligaste ao Kokio?" Eu questionei.

" Porque eu quero ter a certeza que a Nádia está bem." a Tatiana respondeu.

" Parece que ela está ótima. Diz lá que ela não fica bem a minha camisa." Eu disse olhando a Nádia a descer.

" Tatiana! O que é que estás aqui a fazer?" A Nádia pergunta surpresa.

" Eu vim buscar-te." A Tatiana foi até a escada e puxou a Nádia.

" Larga-me, Tatiana! Quem disse que eu quero ir embora? Eu estou ótima aqui, eu até combinei jantar cá com Joel. Não foi, amor?" Ela pergunta olhando para mim.

" Faço minhas, as tuas palavras." Eu disse.

" Nádia, tu estás bem? " A Tatiana perguntou preocupada.

" Melhor impossível. O Joel é um querido." A Nádia responde. Eu pisquei-lhe o olho.

" Eu acho que não tens mais nada a fazer aqui, podes ir embora." Eu fui curto e seco.

" Nádia, vem comigo. Por favor!" A Tatiana segurava as mãos da Nádia.

" A Nádia não vai a lado nenhum." Eu disse firmemente.

" Agora, mandas nela?" Ela perguntou arrogante, virando-se para mim.

" Não, mas ela está otimamente aqui. Não há o porquê de ir embora." Eu disse.

" Sim, Tatiana. Eu quero ficar." A Nádia apoiou-me. Eu abri a porta da rua.

" Podes ir." Eu disse olhando a Tatiana. A Caracolinhos olhou para a porta e depois para a Nádia. Ficou pensativo um pouco e caminhou para a porta. Sabia que não havia outra hipótese.

" Se tocares num fio de cabelo da Nádia. Eu vou ligar ao Jorge e vou garantir que ele te mata." Eu disse friamente.

" Menos rancor Tatiana. Olha as rugas." Eu disse ironicamente.

Ela fez-me cara feia e foi embora. Eu fechei a porta. Tenho que admitir que não gostei de ouvir aquelas palavras vindas da boca da Tatiana. Já tanta gente ameaçou matar e eu não ligo. Mas é estranho, ouvir dela.

" É estranho a Tatiana ter vindo aqui." A Nádia tira-me dos meus pensamentos. Eu olhei para ela.

" Estives cinco estrelas. Tal como eu te disse." Eu fui até ela e fez-lhe uma festa na cara.

" Vais continuar a morder, é que eu odeio isso." Ela disse sem medo. Eu tinha hipnotizado para não contar que eu era um vampiro, nem que me alimentava dela.

" Vou. Eu preciso de beber sangue. Queres que eu morra?" Eu perguntei olhando nos olhos dela.

" Não. Nunca. Eu não quero que tu morras." Ela disse colocando-me as mãos no meu pescoço. Olhei por cima dela e pode ver o Jean vire da cozinha com uma caneca de sangue. Sinto o cheiro. Ele estava diferente. Eu afastei a Nádia. Não gosto nada de mulheres pegajosas. Sempre agarradas a mim.

" Jean, o que é que te aconteceu?" Eu perguntei intrigado.

" Nada, fui às compras com o Edu. Ele diz que se usa esta roupa. Eu acho que a roupa é muito justa." O Jean tenta alargar as calças de ganga que são apertadas nas pernas. " O meu amo, acha que me fica mal?" Ele pergunta duvidoso.

"Não, Jean. Pelo contrário, eu acho que te fica bem." Eu caminhei para ele. " Só acho que devias estar mais atento. Se o Edu te escolheu a roupa, é porque gosta de homem assim vestidos e atendendo que ele é homossexual, tu poderás ser a próxima presa." Eu pisquei-lhe o olho e comecei a subir as escadas.

" Meu amo! Eu, eu não vou por esses caminhos. O Edu é só meu amigo. Eu, eu nunca me casei, mas se casasse era com uma mulher e não com homem. Ele, ele é só meu amigo." Ele argumentou um pouco atrapalhado.

" Depois não digas que eu não te avisei." Eu disse já a meio da escada.

" Não, meu amo. O Edu é mesmo só meu amigo." Ele volta a argumentar.

" Não lhe ligues, Jean. Estás muito bonito assim vestido." A Nádia incentivou-o.

" E a menina devia de ir vestir qualquer coisinha. Anda assim pela casa, daqui nada está constipada." Disse o Jean, fazendo-me rir. Nem mudando de visual, ele deixar de ser o antiquado Jean.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora