Obsidiana:
Eu ouvi a campainha da minha mansão tocar. Dirigi-me á porta. Mesmo não tendo aberto a porta, eu já sabia quem era. Eu senti o seu cheiro. O que é que ela faz aqui? Eu abri a porta. Eu uso apenas umas calças pretas vestidas. Olhei a caracolinhos na minha frente. Os olhos dela dirigiram-se para o peito nu e pode perceber que a Tatiana ficou nervosa. Eu olhei-a com olhar de predador. Ela usava umas calças juntas que acentuavam o seu rabo.
" Tatiana! Que surpresa!" Eu disse por fim. A Tatiana empurrou-me e entrou dentro da minha casa.
" Não comeces! Onde é que está a Nádia?" Ela disse agressivamente. Ela parece procura-la.
" Tatiana, é uma falta de respeito entrar na casa dos outros sem pedir permissão." Eu comuniquei-lhe.
" Onde é que está a Nádia? O que é que fizeste com ela?" A Caracolinhos parecia preocupada.
" Queres mesmo que te diga?" Eu perguntei.
" Não te armes em engraçadinho comigo. Senão..." Ela ameaça, mas eu não a deixo acabar a frase.
" Senão, o quê?" Eu aproximei-me dela e olhei intensamente. Ela tirou algo no bolso de trás das calças. Era um cartão.
" Jorge Kokio, é te familiar?" Ela pergunta depois de fingir ler o nome no cartão.
" Tu prometes que não lhe contavas." Eu relembrei.
" Pois, tu também prometes afastar de mim, mas não me largar." Ela repostou. Eu soltei uma gargalhada forçada.
" Não me parece que te importes com isso." Eu constatei.
" Eu estou cansada, Joel. Eu estou cansada de tu espalhares o terror por Sintra, de tu matares pessoas, de cercares os meus amigos e..." Eu a interrompi.
" Então, e porque ainda não ligaste ao Kokio?" Eu questionei.
" Porque eu quero ter a certeza que a Nádia está bem." a Tatiana respondeu.
" Parece que ela está ótima. Diz lá que ela não fica bem a minha camisa." Eu disse olhando a Nádia a descer.
" Tatiana! O que é que estás aqui a fazer?" A Nádia pergunta surpresa.
" Eu vim buscar-te." A Tatiana foi até a escada e puxou a Nádia.
" Larga-me, Tatiana! Quem disse que eu quero ir embora? Eu estou ótima aqui, eu até combinei jantar cá com Joel. Não foi, amor?" Ela pergunta olhando para mim.
" Faço minhas, as tuas palavras." Eu disse.
" Nádia, tu estás bem? " A Tatiana perguntou preocupada.
" Melhor impossível. O Joel é um querido." A Nádia responde. Eu pisquei-lhe o olho.
" Eu acho que não tens mais nada a fazer aqui, podes ir embora." Eu fui curto e seco.
" Nádia, vem comigo. Por favor!" A Tatiana segurava as mãos da Nádia.
" A Nádia não vai a lado nenhum." Eu disse firmemente.
" Agora, mandas nela?" Ela perguntou arrogante, virando-se para mim.
" Não, mas ela está otimamente aqui. Não há o porquê de ir embora." Eu disse.
" Sim, Tatiana. Eu quero ficar." A Nádia apoiou-me. Eu abri a porta da rua.
" Podes ir." Eu disse olhando a Tatiana. A Caracolinhos olhou para a porta e depois para a Nádia. Ficou pensativo um pouco e caminhou para a porta. Sabia que não havia outra hipótese.
" Se tocares num fio de cabelo da Nádia. Eu vou ligar ao Jorge e vou garantir que ele te mata." Eu disse friamente.
" Menos rancor Tatiana. Olha as rugas." Eu disse ironicamente.
Ela fez-me cara feia e foi embora. Eu fechei a porta. Tenho que admitir que não gostei de ouvir aquelas palavras vindas da boca da Tatiana. Já tanta gente ameaçou matar e eu não ligo. Mas é estranho, ouvir dela.
" É estranho a Tatiana ter vindo aqui." A Nádia tira-me dos meus pensamentos. Eu olhei para ela.
" Estives cinco estrelas. Tal como eu te disse." Eu fui até ela e fez-lhe uma festa na cara.
" Vais continuar a morder, é que eu odeio isso." Ela disse sem medo. Eu tinha hipnotizado para não contar que eu era um vampiro, nem que me alimentava dela.
" Vou. Eu preciso de beber sangue. Queres que eu morra?" Eu perguntei olhando nos olhos dela.
" Não. Nunca. Eu não quero que tu morras." Ela disse colocando-me as mãos no meu pescoço. Olhei por cima dela e pode ver o Jean vire da cozinha com uma caneca de sangue. Sinto o cheiro. Ele estava diferente. Eu afastei a Nádia. Não gosto nada de mulheres pegajosas. Sempre agarradas a mim.
" Jean, o que é que te aconteceu?" Eu perguntei intrigado.
" Nada, fui às compras com o Edu. Ele diz que se usa esta roupa. Eu acho que a roupa é muito justa." O Jean tenta alargar as calças de ganga que são apertadas nas pernas. " O meu amo, acha que me fica mal?" Ele pergunta duvidoso.
"Não, Jean. Pelo contrário, eu acho que te fica bem." Eu caminhei para ele. " Só acho que devias estar mais atento. Se o Edu te escolheu a roupa, é porque gosta de homem assim vestidos e atendendo que ele é homossexual, tu poderás ser a próxima presa." Eu pisquei-lhe o olho e comecei a subir as escadas.
" Meu amo! Eu, eu não vou por esses caminhos. O Edu é só meu amigo. Eu, eu nunca me casei, mas se casasse era com uma mulher e não com homem. Ele, ele é só meu amigo." Ele argumentou um pouco atrapalhado.
" Depois não digas que eu não te avisei." Eu disse já a meio da escada.
" Não, meu amo. O Edu é mesmo só meu amigo." Ele volta a argumentar.
" Não lhe ligues, Jean. Estás muito bonito assim vestido." A Nádia incentivou-o.
" E a menina devia de ir vestir qualquer coisinha. Anda assim pela casa, daqui nada está constipada." Disse o Jean, fazendo-me rir. Nem mudando de visual, ele deixar de ser o antiquado Jean.
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Um Monstro em ti
VampireJoel Obsidiana é um vampiro assassino que há alguns anos atras viu o seu grande amor ser assassinado a sua frente. A dor e o sofrimento fizeram com que ele soltasse um monstro. Ele mata e sente satisfação nisso. Tatiana Silva perdeu o seu grande a...