Dois caminhos complicados (102)

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Aconselho a ler este capitulo a ouvir esta musica. Assim que mudar de narrador, parem a musica, caso esta nao tenha acabado. boa leitura.

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Cláudio: 102

Os últimos dias não têm sido nada fácies. Ver a Tatiana cada vez mais próxima do Joel está a destrói-me. A Tatiana entregou-se ao monstro que nos separou. Ao homem que já me causou tanto sofrimento. 

Eu preciso fazer alguma coisa, mas não consigo. Eu estou preso ao mundo dos mortos, por causa daquele animal. Dói tanto ver a Tatiana beijar aquele gajo, vê-la nos braços deles. Ver a minha filha conviver todos os dias com ele. 

O Obsidiana roubou-me a minha mãe, roubou a minha vida e agora está roubar-me a Tatiana. E isso dói tanto. Ou menos se a Tatiana soubesse o aconteceu. Se soubesse que o Obsidiana é o culpado. Que a culpa de tudo é dele. Vejo a Tatiana e a minha filha entrarem em casa. Eu estava na sala da casa do Joel. Ela parece feliz, isso ainda me entristece mais. O Joel fazia-a feliz.

A Aurora foi a correr para a cozinha à procurar o Leo Jean como minha filha chama ao cão. O Joel está sentado no sofá. A Tatiana aproximou-se do sofá.

" Então, como correu a conversa com o Smurf?" O Joel perguntou-lhe.

" Mal. Ele não perdoou o Jean. Mas podes ficar descansado que eu conheço o Edu e ele não vai contar a ninguém." A Tatiana senta-se no sofá e dá um beijo nos lábios do Joel. Num impulso, eu desvio o rosto. Eu não consigo ver estas demonstrações de carinho entre eles.

" Tive saudades tuas." Ela disse-lhe. As lagrimas ameaçam cair pela minha face. A minha respiração está acelerada.

" Eu também tive saudades tuas." Ele retribui o beijo. A raiva fomenta dentro de mim. Como é que a minha Tatiana pode deixar-se levar por aquele monstro? Eu sinto tanta raiva, mas tanta raiva.

" Temos de ter cuidado. A Aurora pode aparecer a qualquer momento." A Tatiana avisou-o.

" Eu acho que devíamos tirar um dia só para nós. Saímos, não sei, fazermos qualquer coisa divertida." O Joel propôs.

" E deixava a Aurora com quem? O Edu e o Jean não estão bem. Mal falo com a Nádia. Por falar na Nádia, devias falar com ela. Ela não anda nada bem. O Edu disse-me que ela parece que está ficar com uma depressão." A Tatiana conta.

" Leva ao Lince esta noite e eu trato disso." O Obsidiana afirmou.

" Obrigado." Ela dá-lhe outro beijo na boca em forma de agradecimento.

Eu serro os meus punhos com força. Eu estou com tanta raiva. Ela não pode fazer isto. Ele é que devia estar morto. 

Sinto a raiva sair dentro de mim, cada vez com mais força. Eu desvio o meu olhar para uma jarra antiga em cima de uma mesa. Eles continuam os carinhos. Eu ouço as vozes deles em declarações amorosas. Eu é que devia estar ali, no lugar dele. A raiva ainda cresce mais. Eu continuo fixo na jarra. Esta desloca-se para o lado, eu não ligo. Eles não se apercebem e continuam com as trocas de carinho. 

Sinto o meu coração rasgar-se e o pior é que eu já não tenho coração. Sou apenas energia. Uma alma que sente raiva, muita raiva. Eu continuo a olhar para a jarra. Eu quero que o Joel morra. A jarra movesse rapidamente e cai no chão partindo-se. Eu olho para a jarra partida, assustado. Eu nunca tinha movido um objeto. Eu não sabia que podia fazer isso.

" O que é que foi isto?" A Tatiana pergunta assustada e levanta-se do sofá.

Eu olhei para ela e dei alguns passos para trás, tentando perceber o que realmente tinha acontecido. Acender uma luz ou apagar. Eu já fiz isso muitas vezes. As vezes, a Aurora adormecia com a luz acesa e eu apagava, mas nunca mexi um objeto com tanta velocidade.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora