Edu:
Mês depois...
Eu entrei no escritório do meu pai com o Jean. Ele estava sentado na secretaria. Eu estava decidido a contar sobre a minha orientação sexual ao meu pai. Seja o que deus quiser!
" Eduardo! Então, já foste buscar a tua namorada? Estou ansioso por a conhecer. Trouxeste também um amigo, tens que avisar a Amelia para por outro lugar na mesa." A Amélia era a nossa empregada. Eu tinha combinado o jantar para apresentar a minha namorada ao meu pai.
" Não, pai. Eu quero apresentar-te o Jean." Eu dei o meu braço ao Jean. " O meu namorado." Eu disse a tremer.
" O quê? Tu estás doido?" Ele levantou da cadeira.
" Não, pai. Eu sou homossexual e o Jean é meu namorado." Eu disse firmemente. "Eu quis contar-lhe antes, mas sempre temi a sua razão." Eu disse para o meu pai.
" Filho meu, não anda enrolado com um homem. Tu deves estar com algum problema de cabeça." Ele gritou para mim.
" Pai! Toda a minha vida eu fui assim. Só você é que não via." Eu disse.
" Tu estás doente. E tenho a certeza que foi esse homem que te pegou essa doença." Ele olhou o Jean.
" O que é que se estás aqui a passar?" A minha mãe entrou no escritório.
" O teu filho diz que tem um namorado. Onde é que se viu na nossa família dois homens namorarem." Ele disse ofendido. A minha mãe olhou para mim pouco surpresa.
" mãe, eu amo Jean. Eu sempre me senti atraído por homens." Eu contei-lhe.
" O que é que tens a dizer sobre isto, Isabel?" O meu pai perguntou a minha mãe.
" Eu quero que o nosso filho seja feliz, e se é isso que faz ser feliz." A minha mãe disse.
" Eu não acredito que estás a apoia-lo. Tu sabes que temos uma situação importante na sociedade. Achas que alguém vai-me respeitar ao saber que o meu filho dorme com um homem?" Ele grita. As lagrimas escorreram pela minha cara.
" Eu não sou menos humano por isso. Pai, por favor. Aceite aquilo que eu sou." Eu implorei.
" Eu não aceito nada. Se queres continuar a ser meu filho e ter estas vida de mordomia que eu te dou. É bom que esqueças este assunto e nunca mais vejas esse homem." Ele gritou para mim.
" Carlos, não sejas tao severo." Pede a minha mãe.
" Eu estou fazer do teu filho um homem. Ou queres ter florzinha?" Ele grita para a minha mãe.
" chega, pai. Já me humilhou o suficiente. Quer que eu escolha, eu escolho o Jean. Eu amo-o e não o troco por nada material. Eu vou arrumar as minhas coisas. Anda Jean." Eu puxei a mão do Jean que continuava calado.
" Não! Sais de casa, mas com a roupa do corpo. O resto é meu. E deixa o carro também." O meu pai ordenou. Eu virei-me para ele e olhei os olhos dele. Eu gosto do meu pai e é por isso que isto me está a custar tanto. Eu fui até a secretaria e posei a chave do carro em cima da mesa.
" Como queira, pai." eu disse contendo o choro.
" Não me chames mais de pai. A partir de hoje, eu não tenho mais filho." Eu vejo o olhar deceção do meu pai em mim. Eu saí daquela sala, eu não consegui parar de chorar. O Jean colocou a mão sobre as minhas costas.
" Filho, espera." Ouço a voz da minha mãe.
" também me vais rejeitar?" Eu tentei limpar as lagrimas.
" Não, filho. Eu sempre soube que eras diferente. Nunca o comentei contigo, mas eu sabia. Eu sou tua mãe, há pequenos pormenores que nos chamam a tentação. Eu só quero se sejas feliz." Ela abriu os braços para mim e eu abracei-a.
" Obrigado, mãe." Eu agradece e voltei a chorar.
" Não tens que agradecer. Eu vou falar com o teu pai. Eu tenho a certeza que aos pouco ele vai habituar-se a ideia." Ela limpou as lagrimas da minha cara, ela também estava emocionada. " eu só quero que sejas feliz, meu amor. Tens para onde ir?" ela perguntou preocupada.
" Eu vou ficar na casa do Jean." Eu expliquei.
" Queres dinheiro? Eu vou buscar." Ela disse, mas eu a segurei.
" Não, eu não quero mais nada do meu pai." eu disse.
" Se precisares de alguma coisa eu estou aqui?" Ela disse a tentar conter as lagrimas. Eu abracei novamente. Eu e o Jean saímos de casa. O Jean pediu um táxi. Deu-me um ataque de choro. O Jean abraçou.
" Edu, não fiques assim. Eu não te consigo ver assim." Ele disse, enquanto me abraçava.
" dói muito o que eu ouvi do meu pai." Eu contei.
" Sabes que podemos voltar la e hipnotiza-lo e ele não se vai importar de tu estar comigo?" ele disse-me.
" Não, Jean. Esta é a realidade e se um dia o meu pai me aceitar que seja porque ele o sente realmente." Eu disse. O Jean sorri para mim.
" Eu tenho uma surpresa para ti." Ele disse com olhar carinhoso.
" Uma surpresa, Jean?" Eu sorri, o Jean nunca me fez uma surpresa.
" Eu já calculava que esta conversa com o teu pai não corresse bem, então, eu pensei em algo para te compensar." Eu disse.
" o quê?" Eu perguntei recompondo-me. Ele tirou um pouco atrapalhado do bolso uma pequena caixa. " Vais oferecer uma joia, Jean. Tenho a certeza que vai melhorar o meu animo." Eu ri.
" Não é uma joia normal." Ele abriu e vi um anel. " É um anel. Um anel de compromisso. Eu estive a informar e em Portugal o casamente entre duas pessoas do mesmo sexo já é permitido. Então, não sei, eu pensei que talvez nos pudéssemos casar." Ele disse muito atrapalhado e nervoso.
" Jean! Tu estás a pedir-me em casamente?" Eu disse eufórico.
" Sim, mas se tu não gostares da ideia. Não há problema." Ele fecha a caixa.
" Não gosto." Eu disse sério e vejo o rosto triste e fofo do Jean. " Eu não gosto peças em casamento sem pelo menos te ajoelhares no chão." O Jean abriu um grande sorriso e ajoelhou-se no chão. Pegou na minha mão e reparou que a caixa estava fechada. Largou a minha mão e abriu-a a caixa. Eu ri. Ele pegou novamente na minha mão e senti os nervos apoderarem-se do meu estomago.
" Edu, aceitas casar comigo?" Ele perguntou visivelmente nervoso.
" Sim, é claro que aceito, Jean." Eu disse novamente com as lagrimas nos olhos. Ele levantou e abraçou-me. Nós demos um beijo e ouvimos o barulho de um carro chegar. Era o táxi. O Jean soltou-me, ele ainda se está a habituar a manifestações de carinho entre nós em público. Eu compreendo e estou seguro que ele me ama como eu amo.
Só espero que um dia o meu pai consiga perdoar-me.
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Um Monstro em ti
VampireJoel Obsidiana é um vampiro assassino que há alguns anos atras viu o seu grande amor ser assassinado a sua frente. A dor e o sofrimento fizeram com que ele soltasse um monstro. Ele mata e sente satisfação nisso. Tatiana Silva perdeu o seu grande a...