Tatiana:
Ouço as palavras do Joel. É claro que ele não está aqui de livre e espontânea vontade. Eu ainda não falei com ele, nem se quer o encarei.
Todas as coisas que aconteceram ainda rodam na minha cabeça. Eu queria esquecer o facto de o Joel ter sido o assassino do Cláudio. Eu queria esquecer o facto de ele me ter dado seu sangue e eu agora estar sobre a maldição, mas eu não consigo.
Talvez esteja a ser egoísta. Ela já me ajudou, já foi o meu porto seguro tantas vezes. Só eu não consigo olhar para a cara dele e não imaginar ele a matar o Cláudio.
É difícil para mim. Eu tive um grande desgosto quando o Cláudio morreu e sempre pensei que fosse um acidente. Não podia culpar ninguém, mas existe um culpado. E o culpado é ele. Ele foi tão egoísta, o Cláudio nunca lhe fez mal, quem fez foi o pai dele.
Não sei se é dos nervos ou das curvas, mas eu estou tão enjoada. Só espero que tudo corra bem e não aconteça nada a aurora e ao Cláudio. Não é o Cláudio que está a fazer isto. Eu sei que a Sam não ficou convencida quando eu pedi para não matarem o Cláudio. Eu tenho que a impedir de fazer mal ao Cláudio. Só espero que o exorcismo resulte. Eu não quero perder o Cláudio outra vez.
As curvas acabaram e passamos uma zona com casa. Não parece o fim do mundo como eles diziam que era. Parece um sítio bastante simpático. As casas são térreas e existe alguns passeias na rua. O Joel virou o carro para uma de árvores, fizemos um caminho de terra, a vegetação foi diminuído.
O Joel parou do carro e todos saímos do carro. Eu caminhei um pouco e a minha boca abrisse. Eu via montes com terra muito vermelha. Eu olhei para baixo e vi uma lagoa com a água da cor azulada e alguns vestígios vermelhos.
" Eles estão ali." A Sam grita e aponta para o monte em nossa frente. Está longe, mas eu posso ver uma figura de um homem e parece uma menina sentada.
" Vamos!" O Joel disse, indicando um caminho.
" Cuidado! Se caírem, provavelmente não vai haver mais vestígios dos vossos corpos." O jean avisou.
" Credo! Jean! Estás a assustar." O Edu reclamou.
Eu mantive calada e segui a Sam que ia a frente. Nós percorremos um caminho estreito e sem proteção. Estava a uma grande altura e ver aquela água ácida lá em baixo arrepiava-me.
O meu pé escorregou numa pedra e ia cair quando sinto uns braços forte atras de mim segurarem, sinto o cheiro do seu perfume.
" A tua sorte é que eu estou sempre aqui para te salvar." Eu ouço a sua forte e roca que me deixa arrepiada. Eu endireito e olho para o Joel.
" Eu não preciso da tua ajuda." Eu caminhei em direção a frente, mas não sei como faço escorrego outra vez e ele segura-me novamente.
" Tens a certeza?" Ela pergunta.
" Larga-me!" Eu pedi rudemente.
" Não tenho gosto nenhum em te agarrar. Não te mandes para os meus braços." Ele passou por mim e foi a minha frente. Eu parei. Ele foi tao frio. Parecia sincero. Continuei a caminhar. Quando estávamos próximos a Sam tira uma arma de trás das costas.
" Sam! Eu já disse que não quero que façam mal ao Cláudio." Eu avisei-a.
" É só para prevenir." Ela descansou-me. Ela chegou ao largo onde estava o Cláudio. A aurora estava sentada no chão com os pés e mãos atadas.
" Filhaaaa!" Eu gritei sem pensar.
" Tatiana!" A Sam reprendeu-me. Eu esqueci-me que era suposto surpreenderemos o Cláudio. Eu não quero pensar em nada disso. Eu corri para a minha filha e abracei-a.
" Sejas quem fores, quieto." A Sam disse.
" Quem eu haveria de ser, eu sou o Cláudio." O Cláudio disse.
" A mim não me enganas." A Sam disse autoritária.
" Eu não te quero enganar. Tatiana, tu sabes que sou o Cláudio." Pareci ele.
" Porquê torceste a nossa filha para aqui?" Perguntei. Eu desatei a minha filha.
" Não acredites nele, Tatiana." A Sam avisou. Eu não sei o que pensar.
" Não foi eu que a trouxe para aqui. Ela foi raptada, eu salvei-a." O Cláudio disse olhando nos meus olhos. Ele não está a mentir.
" Isso é mentira. Ele não é o meu pai." A aurora grita.
" Está calada pirralha!" Ele ordena. Ele não é o Cláudio.
" Tu não és o Cláudio." Eu disse de mão dada a aurora.
" Não pois não." Ele tirou uma arma das costas.
" Quieto ou eu disparo." A Sam disse aproximando-me de mim.
" Eu não me importo de morrer." Ele aponta arma a aurora e dispara. A Sam salta e acaba por ser baleada. Eu solto a mão da minha filha e auxilio a Sam.
" Sam!" Eu grito em choque. O Joel também se aproxima.
" A bala é de prata. Ele quer-nos distrair." Ela disse com alguma dificuldade.
" Vai ficar tudo bem. Eu vou tirar-te a bala." O Joel disse. Ela tirou a mão do peito onde sai o sangue e nós reparamos que a bala estava alojada no coração da Sam.
"Ele acertou-me no coração." A Sam conta.
" Ele está a fugir com a Aurora." Ouço a voz do Edu. Eu olho e vejo a correr com a aurora.
" Vão e salvem o anjo." A Sam ordena. Eu comecei a caminhar na direção onde ele vai.
" oh Sam!" O Joel disse um pouco abalado.
" Vai Joel, ajuda a Tatiana." Eu ouço a Sam gritar com as poucas forças que tem.
" Nós ficamos com ela." Ouço a voz do jean.
Eu vou lutar pela minha filha, nem que seja sozinha. Quando dou conta o Joel está o meu lado.
" Eu já não os vejo." Eu disse.
" Eles não podem ter desaparecido." Ele disse observando o descampado a nossa frente.
Nós caminhamos em silêncio. Eu tinha tanto medo que acontece a alguma coisa a minha filha.
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Um Monstro em ti
VampirJoel Obsidiana é um vampiro assassino que há alguns anos atras viu o seu grande amor ser assassinado a sua frente. A dor e o sofrimento fizeram com que ele soltasse um monstro. Ele mata e sente satisfação nisso. Tatiana Silva perdeu o seu grande a...