A Despedida (39)

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Tatiana:

Estava no meu dia de folga. Estávamos no final da tarde e a Aurora tinha ido supermercado com a minha mãe e eu estava no meu quarto deitada na cama, via televisão. A janela está aberta. Hoje, está um dia quente. Uma coisa entra pela janela e bate no chão. Eu olho para o chão, onde estava uma pedra com um papel embrulhado. Eu levantei-me e peguei a pedra. Tinha um texto escrito atado a pedra.

" Preciso de te ver. É importante. Encontra-me daqui a meia hora no jardim que fomos depois do funeral do teu pai. Estou a tua espera. Um beijo, Joel Obsidiana" Eu leu o papel.

A sério? Ele quer se encontrar comigo. Juro que não consigo compreende-lo. Ou ele é meu amigo ou ignora-me. Eu não sabia o que fazer. Depois de muito pensar decidi ir. Ele dizia que era importante e eu estava curiosa. Era um local público, não havia perigo. Meia hora depois, eu caminhava para o local combinado. O Joel estava sentado no banco que nós nos sentamos da outra vez. Ele levantou-se e olhou-me com seu olhar azul. Eu tremi. Eu parei perto dele.

" O que é que queres? Porque é que me chamaste aqui?" Eu perguntei.

" Boa tarde! Também para ti. Eu estou bem, obrigada. E tu?" Ele fingiu que eu o tinha cumprimentado.

" Joel! Diz logo o que é que queres? Chateastes com a tua amiga e viste chatear-me a mim." Eu disse sem paciência.

" Ciúmes, Tatiana! Não conheci esse teu lado." Ele disse.

" Tu deves achar a última bolacha do pacote. Porque é que eu haveria de ter ciúmes teus?" Eu perguntei, cruzados os braços.

" Tens toda a razão. Eu chamei-te aqui para me despedir. Eu vou-me embora da cidade." Ele contou-me.

" Vais embora! Como assim? Para onde vais?" Eu perguntei nervosa. Ele começou a rir.

" Tu és uma caixinha de surpresas! Eu a pensar que ias dar pulos de felicidade por te veres livre de mim e tu queres saber para onde eu vou. " Ele disse-me. Eu observei-o.

" Eu não me quero ver livre de ti. Tu ajudaste-me. Nós somos amigos, eu acho." Eu disse um pouco nervosa. Não sei porque é que quando estou perto dele, me sinto tão nervosa. Ele aproximou-se mais de mim.

" Eu não tenho amigos." Ele disse friamente.

" Como assim? Toda a gente tem amigos." Eu afirmei.

" Mas eu não tenho, nem quero ter." Ele disse com sua voz roca.

" Porque é que tu te fechaste tanto? Sim, porque eu sinto que tu me queres afastar de ti. Disseste-me que mataste aquele homem, mas eu não acredito. Ontem levaste aquela loira ao café e agora vais te embora. Não é que eu queira que tu estejas próximo de mim, mas tu aproximaste e depois afastas-te. Porquê?" Eu perguntei confusa com o seu comportamento. Eu precisava de saber.

" Eu não sou a pessoa boa que tu pensas que eu sou, Tatiana. Acredita em mim. É melhor eu ir-me embora." Ele disse e olhou-me intensamente como se analise cada detalhe meu. " Adeus, Tatiana!" Ele disse por fim. 

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora