Kokio (78)

141 11 0
                                    

Tatiana:

Saia de minha casa e fechei a porta. O sol estava quente e o dia estava lindo. Fui até ao correio e vi se tinha correio. Uma borboleta branca posa em cima da caixa de correio.

Que linda! Fecho a caixa de correio com cuidado para que ela não se vá embora. Observo-a, a pequena borboleta branca abana as suas delicadas asas brancas, mas não sai do lugar.

" Tatiana!" Eu ouço uma voz atras de mim e o meu coração parar. Eu viro-me para trás e um grande sorriso abre-se no meu rosto.

" Cláudio!" Eu disse, abraçando-o. Ele coloca a mão na minha cabeça e acaricia o meu cabelo, como ele sempre faz.

" Eu tenho tantas saudades tuas." Eu disse.

"Eu também, meu amor." Eu olho os olhos escuros dele, ele sorri para mim.

Eu sei que estou a sonhar, mas mesmo assim é bom vê-lo. Olho em redor. Já não estamos mais a porta de minha casa. Estamos num descampado verde. Ouço os passarinhos cantarem e o sol continua a brilhar. Eu estou sentada no meio das pernas do Cláudio e ele abraça-me. É tao confortável estar nos braços dele. É como se eu estive protegida de tudo.

" É tao bom estar aqui contigo." Eu disse-lhe.

" Só é pena não ser real." Ele disse com alguma pena.

" Eu não sei o porque de deus nos ter separado." Eu disse.

" Não foi deus que nos separou, mas agora isso não interessa." O Cláudio disse com algum ressentimento. Nós ficamos um pouco calados, aproveitando o momento.

" Cláudio!" Eu chamo.

" Diz, amor." Eu disse de forma carinhosa.

" Sento-me tão perdida." As lagrimas começar a cair e eu virei para ele.

" O que é que se passa?" Ele perguntou.

" É o Joel. Ele apareceu na minha vida e está a destabilizar. A Nádia desapareceu, o Rui descobriu que o Joel é um vampiro e depois eu sinto-me..." Eu não tenho coragem de acabar a frase, eu ia dizer que sinto atraída pelo Joel. Eu olho para baixo.

" Eu sei, Tatiana. Mas eu não quero. Tatiana, eu quero que refaças a tua vida, mas não com ele." O Cláudio disse com a sua tranquilidade e segurança.

" Eu sei é errado e eu não gosto dele, eu juro. Eu amo-te a ti e só a ti." Teve necessidade de explicar.

" É normal que te sentires atraída por outros homens. Tu estás sem ninguém há tanto tempo. Eu sei que se eu estive vivo, isso não iria acontecer." Eu disse de forma calma.

" Ainda bem que me entendes." Eu disse abraçando-o.

" Eu intendo, mas não aceito. Tatiana, ele não é homem para ti. Ele é um monstro e tem que morrer. É este o destino dele." Ele fala com algum rancor.

" Se tu pelo menos estives comigo." Eu disse triste.

" Eu não posso, Tatiana. Eu não devo. Embora fosse o que eu mais quisesse. Eu não posso escolher esse caminho." Ele confessou.

" Há alguma maneira de voltares para mim?" Perguntei, confusa. Ele olha para mim e faz-me uma festa na cara.

" Cuida-te! Não deixes o Obsidiana aproximar-se mais de ti. Eu amo-te." Ele disse sem responder a minha pergunta.

Eu acordo em sobressalto. Que sonho mais estranho. Pego o telemóvel e vejo que são dez da manhã. Hoje só vou trabalhar à tarde. Por causa do baile deitei-me muito tarde ontem.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora