Uma grande desilusão (136)

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Obsidiana:

Eu estava aborrecido no meu quarto, do meu pensamento não sai a caracolinhos. Porque ela é tao bonita? Porque eu amo tanto?

Eu tento fazer um esforço para não pensar nela, mas quando dou por mim estou a imagina-la aqui comigo.

Vejo a porta do quarto abrir, e quatro patas a baterem no chão.

O cão vem até a cama e salta com alguma dificuldade para cima da cama.

" O que é que estas aqui a fazer? Tatiana, não te levou." O cão rastejou até mim. " para o chão!" ele pulou rapidamente para o chão. eu olhei para ele. " És obediente. Não sais a tua dona." Eu lembrei-me de como a Tatiana é teimosa.

O cão sentou-se e ganiu para mim, fazendo-me olhar para ele.

Eu sentei-me na cama.

" também estas triste, monte pulgas. Deixa-la, não és só tu que sentes triste." Eu fiz pela primeira vez uma festa ao cão. O seu pelo castanho clarinho era macio.

Recordei o dia que encontramos o cão, a Tatiana já estava a morar cá em casa, mas ainda não tínhamos tido nada.

Estou cansado de recordações, decidi descer. O cão desceu comigo, mas caminhou para a cozinha. Eu fiquei pela sala.

O jean estava no sofá a ler, nem mesmo com namorado perde o vício de ler.

Eu sentei-me na poltrona e esperei que ele começa-se a falar.

Eu precisava de falar com alguém, mas não consigo ser eu a começar. E sei que o jean vai puxar o assunto.

" Meu amo. Eu já soube o que aconteceu entre si e Tatiana. Eu nunca imaginei que você teria um gesto tao grande de generosidade com alguém."

Preparei um copo com whiskey, a mesa de bebidas está próxima da poltrona e não tive que me levantar.

" De que vale ter gesto grande de generosidade se eu me sinto péssimo." Eu dei um golo na bebida e fechei a garrafa.

" Eu sei, meu amo. Você a ama muito." Ele disse-me.

" Eu quero que ela seja feliz, mas eu sinto o meu coração a desfazer-se em pedaços. Eu nunca senti uma dor tao forte." Eu confessei, com olhos fixos no copo de bebida.

" Sabe meu amo, as vezes só sabemos quanto amamos alguém, quando deixamos ir."

" Então, eu devo ama-la mesmo muito." Eu continuava com o meu olhar no copo e nas minhas mãos que rodeavam o copo.

Agua está a começar a formar-se nos meus olhos, mas eu tentei controlar-me para ela não cair.

Ele aproximou-se de mim e colocou as mãos sobre as minhas.

" Pois ama. Eu nunca duvidei desde o primeiro momento que falou dela. Todo aquele encanto não era normal. Só podia ser amor." Eu tirei os olhos do copo e olhei para o jean.

Eu não consigo.

" Sabes que mais, jean." Eu levantei-me. " Essa coisa de generosidade é muito bonita, mas não dá para mim. Eu quero a Tatiana aqui, perto de mim. Eu estou-me a lixar para tudo o resto."

Eu sei que não é certo, mas eu não consigo abrir mão dela. Eu a amo muito. E tê-la longe de mim, está a destruir-me. Eu não consigo parar de pensar nela, eu sinto saudades dela e só a um dia é que estamos afastados. Como é que eu vou aguentar passar o resto de vida longe dela?

" O que é que vai fazer meu amo?" o jean pergunta-me.

" Tens a morada da Tatiana, eu vou busca-la. Eu quero ela e aquela pirralha aqui em casa perto de mim."

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora