Obsidiana: 107
Eu estava deitado na cama, mas não tinha sono. A Tatiana não quis dormir comigo depois do que aconteceu com Aurora. Eu compreendo que ela tenha ficado assustada com o que aconteceu á filha, mas eu tenho saudades dela. Nós nunca estamos juntos e sozinhos. Há sempre alguém por perto.
Quando temos oportunidade, ela não quer estar comigo. Eu enfrentei todos os meus demónios por ela. Eu controlo o mostro que tenho dentro de mim que me pede para matar a tudo o momento e ela parece que não dá importância para isso. Às vezes tenho a sensação que gosto mais dela do que ela de mim.
Eu não sei o que fazer, se ela me deixar. Eu já fiz muita porcaria quando perdi a Camila, eu não sei o que fazer se perco a ela.
Ainda, por cima, aquela porcaria do espirito que anda de volta da miúda. De certeza que é o Cláudio. Ele não ia gostar de ver a namorada dele se apaixonasse pelo seu assassino. Embora ele esteja morto, ele ainda nos pode dar muito trabalho.
Se a Tatiana sabe que fui eu que matei o Cláudio, ela nunca vai-me perdoar. Eu tenho tanto medo. Só eu, Sam e Jean é que sabemos que fui eu que matei o Cláudio. O Jorge também sabe, mas se ainda não contou é porque não tem interesse em contar. O Cláudio está morto, não pode falar.
Os pensamentos embrulham-se e eu adormeci sobre eles. Senti pequenos beijos no rosto. É a Tatiana. Estava com sono, sem abri os olhos, abracei-a. Pelos! Eu estava a sentir pelos. Abro os olhos e sinto uma grande lambidela na cara. Empurro o cão. "Sai daqui, monte de pulgas." Eu grito e ouço as gargalhadas da Tatiana.
" Não fales assim com o cãozinho." Disse a Tatiana à porta do quarto. " Ele foi acordar o dono." Ela explica sorridente.
" Eu pensava que eras tu." Eu disse ensonado.
" Agora, confundes com um cão." Ela finge estar chateada.
" Foi sem quer, desculpa." Eu peço esticando a minha mão em sua direção e ela caminha para a cama. Dá-me a mão e deita-se no meu peito.
" Não sei se desculpo." Ela disse.
"Também com esta farta cabeleira é fácil eu confundir-te." Eu brinco e mexo no cabelo dela. Ela dá-me chapada no braço.
" Joel! Não devia falar mais contigo." Ela sentou-se na cama e olhou para mim tentando manter a cara séria.
"Desculpa!" Eu aproximei dela e depositei beijos molhados no seu pescoço. "Eu estava a brincar. Tu sabes que eu adoro os teus caracolinhos." Eu disse.
" Para! Agora deixa-me." Eu continuei, ela também não me empurrou.
" Queres mesmo que pare?" Eu pergunto. Ela suspira e os meus lábios vão em encontro aos dela, num beijo acelerado. Ela deixa-se cair na cama e eu deito-me por cima dela. Ela separa os nossos lábios, mas continuo a beijar o seu pescoço.
" Joel, nós não podemos. Eu tenho que ir trabalhar. Está quase na hora de acordar a Aurora." Eu paro.
" Há sempre uma desculpa." Eu afirmo e sento-me na cama. Ela abraça-se as minhas costas pondo uma perna de cada lado.
" Desculpa. Eu não tenho tido muito tempo para nós. Mas tens que compreender. Estão muitas coisas a acontecer ao mesmo tempo. Deixa as coisas acalmarem e já teremos mais tempo para nós." Ela disse.
" Tu prometes que teríamos um dia só para nós, mas esse dia nunca mais acontece." Eu reclamei.
" Eu tenho que trabalhar, mas no dia da minha folga eu prometo que peço ao Edu para ficar com Aurora e temos um dia só para nós." Ela deu-me um beijo. " Tenho que ir." Ela deu-me outro beijo e saio do quarto. Eu deitei-me na cama novamente.
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Um Monstro em ti
VampireJoel Obsidiana é um vampiro assassino que há alguns anos atras viu o seu grande amor ser assassinado a sua frente. A dor e o sofrimento fizeram com que ele soltasse um monstro. Ele mata e sente satisfação nisso. Tatiana Silva perdeu o seu grande a...
