Amo-te (96)

134 9 1
                                    

Obsidiana:96

Estávamos no Lince. O bar estava muito movimentado, eu hipnotizei a Carla para dizer a Tatiana que não precisava de ajuda. Quero ter a Caracolinhos ao meu lado. O nosso dia foi bom e quase nós beijando quando lavamos a loiça.

Ela lava loiça e eu secava, recordo. O colar que ela recebeu nos anos abriu-se e caiu dentro do lava-loiça. Ela passou-o por água e eu ofereci-me para o secar e o colocar no seu delicado pescoço.

"Ainda não sei quem foi que me deu este colar." Ela disse enquanto eu fechava o fecho do colar. Eu sorri e continuei a limpar a loiça.

"Bem, na minha opinião eu acho foi um gajo giro, assim com um corpo espetacular, uns olhos incríveis, um sorriso encantador tipo o meu." Eu disse sem olhar para ela, mantendo uma expressão séria. A Tatiana para de lavar a louça e olha para mim.

"Foste tu, Joel." Ela disse.

"Tatiana, eu já sabia que tu achavas que eu era um homem com essas qualidades todas, mas podias disfarçar um pouco." Eu gozei com ela. A Tatiana manda-me com água.

" Para de gozar comigo!" Ela disse irritada. Eu olhei para ela, não contendo o sorriso.

"Eu não estou a gozar." Eu aproximei-me dela e mostrei a camisola molhada. "Já viste a porcaria que fizestes, e se eu agora também." Eu não acabei a frase mandei-lhe com água. Ela ficou chateada e mandou com mais água. Dando algumas gargalhadas. Nós começamos uma guerra, que eu ganhei quando a encostei a bancada, prendi os braços dela e a molhei. Eu parei e observei cada traço seu. 

A Tatiana parou de rir e olhou-me. Eu aproximei-me lentamente dela. As nossas respirações estavam agitadas. Eu sentia o meu coração acelerar as batidas e eu não sei porque é que isto acontece quando estou perto dela. Eu precisava de sentir o toque dos seus lábios. Os meus olhos fecharam-se e eu respirava o seu cheiro. Os nossos lábios estavam prestes a tocar-se.

"Mãe!" Grita a pequena criança irritante. A Tatiana afasta-se rapidamente de mim. Ela vinha da porta que dava aceso entre a cozinha e o quintal.

"Então filha, o que é que estás aqui a fazer?" A Caracolinhos pergunta atrapalhada.

"Isso pergunto eu, mãe." Disse a miúda.

"Então mãe estava, quer dizer, estou a lavar a louça." A Tatiana voltou a aproximar-se do lava-loiça. Eu abanava a camisola que estava molhada.

"Bem, está calor aqui. Se calhar, vou regar as plantas." Eu comuniquei. Não tenho plantas, mas precisava de uma desculpa para sair dali. Eu vou na direção a porta que dá para o quintal, mas volto-me a virar para a Tatiana. "É verdade. Fui eu, Tatiana." Eu disse deixando-a a pensar e dirijo-me para o quintal.

Eu sei que ela percebeu, mas não voltou a tocar no assunto do colar. Deve estar muito distraída com a ida ao Lince. Eu sei que ela vai esclarecer o assunto. Eu estava numa mesa do Lince e estava sozinho. A Tatiana ainda estava a falar com a Carla. Ela veio na direção da mesa e sentou-se.

" A Carla disse que não precisava de ajuda, mas eu acho que ela precisa. Não vês as pessoas que aqui estão? Ela deve estar crer ser simpática." Ela disse.

" Se a Carla disse que não precisava de ajuda, é porque não precisa." A nossa conversa foi interrompida.

"Tatiana! O que é que estás a fazer com este gajo?" O franguinho pergunta-lhe. A Tatiana olha para ele.

"Rui, o Joel está ajudar-me..." Ele não a deixa acabar.

"Ajuda-te Tatiana, esse gajo quase te matou. E agora tu estás-me a dizer que ele te está a ajudar. Só podes estar maluca." Ele disse dignado.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora