Tatiana:
Eu nem acredito que o Joel teve a generosidade de dizer que ficar comigo, mesmo sabendo que eu estou gravida.
Nós estávamos sentados na falécia, aproveitávamos os últimos minutos de sol. Eu estava sentada entre as pernas do Joel e tinha os seus braços em redor de mim.
" Quem podia imaginar que nós íamos acabar assim." Eu disse.
" É verdade. Se a meses atras me dissessem que eu ia me apaixonar, abdicar da minha vida de caçar e ainda aceitar criar um ou melhor dois filho do Kokio, eu provavelmente tinha arrancado a garganta desse alguém." Eu ri.
" Deixa-la que se a mim tivessem dito que eu ia-me apaixonar por um vampiro arrogante e irritante. Eu mandaria internar essa pessoa." Eu disse.
" Nem num momento com este podes dizer bem de mim." Ele disse num tom de brincadeira.
" Eu disse a verdade. Eu não posso dizer que eras simpático e educado." Eu disse.
" fala a rapariga que arruinou a minha vida. Eu estava muito bem, a viver a minha vida e a caçar..."
" E eras feliz?" eu impediu de continuar.
" eu achava que era. Ate tu ensinar-me o sentido da felicidade." Ele aperta-me em seus braços. "E tu eras feliz quando vivas com o Cláudio?"
" Eu achava que era. Eu queria acreditar que sim. Mas na realidade sempre faltou algo." Eu confessei.
" Porquê nós não percebemos logo que a nossa felicidade era ao lado um do outro? Eu nunca deveria ter aberto mão de ti." Ele pegou a mão e beijou-a.
" o que passou, passou. E temos a eternidade para compensar esse errou." Ainda me assusta, eu pensar que vou transformar-me em vampira. Imaginar que um dia a Aurora e o meu futuro filho vão morrer e eu vou continuar viva e nova.
" O que é que foi?" o Joel perguntou em resposta ao meu silêncio.
" nada." Eu suspirei. " eu ainda não consegui habituar a ideia que vou ser um vampiro." Eu disse.
" Tens oito meses para te habituares a ideia." Ele colocou a mão na minha barriga.
" O Jean disse que a maldição não atinge a criança e por isso só depois de ela nascer é que vou-me transformar. Mas eu fico a pensar, um dia os meus filhos vão morrer e eu vou estar aqui para ver. Eu não sei como vou aguentar isso." Eu confessei.
" desculpa, eu não te deveria ter dado o meu sangue." Ele disse mostrando-se arrependido. Eu virei-me para ele e encarei os seus olhos azuis.
" Tu salvaste-me e eu não sou ninguém para te criticar. Eu matei o pai da minha filha." Eu relembrei desviando o olhar do dele.
" Não, Tatiana. Tu mataste algo mau que estava a possuir o corpo de Cláudio. Tu mataste por foste obrigada. Para me salva, para salvar a tua filha." Ele esclareceu, segurando o meu rosto e fazendo-me encarar os seus olhos azuis.
" Eu matei, Joel. E isso é o que importa, talvez eu também tenha soltado um monstro dentro de mim." Eu disse desviando o meu rosto das suas mãos.
" Não, Tatiana. Tu não soltaste nada. Apenas te defendeste. Tu não és um monstro." Ele tentou convencer-me.
" Eu matei, qual é a diferença entre mim e ti?" eu tentei mostra-lhe.
" A diferença é que tu tens sentimentos bons dentro de ti." ele disse seguro.
" E tu não os tens?" Eu perguntei.
" Tenho, principalmente por ti. Eu sei que o amor que sinto por ti, vai enfraquecer esse monstro. E se tu soltastes também um monstro dentro de ti. Eu sei que o vais conseguir enfraquecer com o amor que sentes por mim."
" e acha que conseguimos? Achas que não terás mais vontade de caçar, de matar alguém?" Eu perguntei.
" Não. O amor que sinto por ti, enfraquece essa vontade. Tatiana! Aconteça o que acontecer. Nós seremos feliz junto e isso é única coisa que importa." Ele fez-me uma festa no rosto e os nossos lábios caminharam um para o outro, num beijo cheio de amor.
...
Cheguei a casa na companhia do Joel. Ele convenceu-me a mudar-me ainda hoje para a casa dele e acho que é o melhor assim. Na casa onde eu moro existem muitas recordações do Cláudio. Não é que eu não o queira recordar. Mas recorda-lo significa também recordar que fui eu que lhe tirei a vida. Era tao mais fácil se eu pudesse falar com ele e esclarecer as coisas.
Eu entrei em casa puxando o Joel pela mão. O Jean, o Edu e a Aurora estavam na sala a ver televisão. O Edu olhou para mim e sorri imediatamente. Eu já estava a sorri, alias eu não consigo parar de sorrir desde que me reconciliei com o Joel.
" Bem, Jean. Acho que podemos ir embora. Aurora! Não queres vir dormir na casa do Jean?" Ele perguntou a afilhada. Ele queria deixar-nos sozinhos.
" Não, prefiro ficar com a mãe." Eu estranhei a atitude da Aurora. Eu não tinha intenções de passar aqui a noite com o Joel, mas ela nunca diz não aos convites do Edu.
" Deixa a ficar, Edu. Eu preciso de falar com ela." Eu disse ao Edu.
" Então, vamos Edu." O Jean disse. O Edu abanou a cabeça afirmativamente e de seguida caminhou para mim e abraçou-me.
" Estou muito feliz por ti pelo Joel." Ele disse ao ouvido. Eu sorri para ele.
" Desta vez o meu amo fez a escolha certa." O Jean disse passado pelo Joel e dando duas palmadinhas no braço. Eles saíram.
A Aurora continuava quieta, sentada no sofá, vendo os desenhos animados. Eu olhei para o Joel que também estava intrigado com a atitude da criança. Eu caminhei para ela e abaixei-me perto do sofá.
" Estás a sentir-te bem, Aurora?" Eu perguntei um pouco preocupada.
" Sim." Ela não tirou os olhos da televisão, pareci triste.
" O que é que se passa, filha?" Eu perguntei.
" Nada, mãe. Tu e o Joel voltaram, não foi?" Eu olhei o Joel.
" Sim, não estás contente?" Eu perguntei.
" Estou." Ela soltou um pequeno sorriso. " Eu vou para o meu quarto." Ela disse e levantou e caminhou para quarto, entrando e fechando a porta.
" O que é que se passará com a minha filha?" Eu perguntei, olhando para o Joel.
" Ela está estranha." Ele constatou.
" Eu vou lá falar com ela." Eu disse.
" Não, Tatiana. Deixa eu ir falar com ela." Ele surpreendeu com a proposta. Eu abanei afirmativamente com a cabeça. Ele caminhou para mim e deu-me um beijo. " Eu vou lá falar com a tagarela. Já volto." Ele caminhou para o quarto da Aurora. Eu sentei-me no sofá, pensativa.
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Um Monstro em ti
VampiriJoel Obsidiana é um vampiro assassino que há alguns anos atras viu o seu grande amor ser assassinado a sua frente. A dor e o sofrimento fizeram com que ele soltasse um monstro. Ele mata e sente satisfação nisso. Tatiana Silva perdeu o seu grande a...