Mistério da pulseira (16)

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Tatiana:

Abri os meus olhos e eles encontraram o homem de olhos azul que me observa em pé. Levantei-me, estava deitada num banco de jardim. Sentia-me zonza. O homem de olhos azuis sentou-se ao meu lado.

" Estás bem?" Ele perguntou, não parecendo realmente preocupado.

" Doí-me a cabeça. O que é que aconteceu? Onde é que eu estou?" Perguntei ao não reconhecer o local.

"Estás numa rua perto do discoteca." Ele disse com a sua voz atraente. Eu não me lembro de nada. Lembro-me que estava a dançar com o rapaz, comecei a ficar tonta. Queria ir ter com o Edu, mas tudo ficou escuro.

" Porque é que me torceste para aqui? O que é que fizeste comigo?" Pergunto preocupada.

" Dá para fazer uma pergunta de cada vez. Gostava mais quando estavas a dormir." Ele disse levando-se do banco.

" Tu ias ser raptada e mais uma vez eu salvei-te." Ele disse. Não podia ser verdade.

" Raptada! Mas eu não tenho dinheiro. Porque é que me haviam de quer raptar? Diz-me a verdade." Eu disse e a dor na minha cabeça aumentou.

" Quem disse que eles queriam dinheiro? Talvez quisessem outras coisas" Ele supos.

" Outras coisas? Conta outra história." Eu pedi e levantei-me. A dor de cabeça aumentou e eu fui obrigada a sentar-me de novo. Eu não acreditava nele.

" Deixa-te estar quieta. Ainda não estás bem. A droga que te puseram no copo era forte." Ele disse.

" Eu não sei o que fizestes comigo, mas..." Ele interrompeu-me.

" Salvei-te. Duas vezes. Portanto eu acho que mereço um agradecimento." Ele disse aumentando o tom.

" Eu sei qual é o agradecimento que tu queres. E podes tirar o teu cavalinho da chova que não o vais ter." Eu disse. Eu já tinha reparado na maneira que ele me olhava.

" Não, não sabes." Ele disse firmemente e olhou para o meu pulso." Eu quero saber quem te deu essa pulseira." Ele disse surpreendendo-me. Eu olhei a pulseira.

Relembrei o momento que a recebi. Eu tinha ido a casa do Cláudio falar com o Jorge, o seu pai. O Cláudio tinha falecido a alguns meses. Eu não conhecia o pai do Cláudio, mas ele tinha direito de saber que ia ser avô. Conversamos sobre o Cláudio. Ele aceitou bem a gravidez e até parecia contente. Eu contei-lhe que iria dar o nome da mãe do Cláudio a minha filha. O Cláudio sempre disse que se um dia tivesse uma filha daria a nome da sua mãe. O Jorge mostrou-se emocionado com o gesto. No fim da agradável conversa, ele surpreendeu-me com as suas palavras.

" Eu estou muito feliz, mas eu não posso ter contacto com esta criança." O Jorge Kokio disse-me.

" Porquê?" Eu perguntei surpreendida.

" Tatiana! Há coisa que tu não sabes e é melhor continuares a não saber. Esta criança está mais protegida se eu estiver longe." Ele disse. Ele abriu a gaveta da secretaria e tirou esta pulseira, a pulseira que o Cláudio usava. E deu-me. O Cláudio tinha-me contado que a pulseira ela feita da madeira Kokio, a arvore da sua família.

" Toma esta pulseira. Deve ficar um pouco larga, mas podes ajustar. Promete que a vais usar sempre e que quando a Aurora fizer dezoito anos vais dar a pulseira a ela." Ele pediu. Eu acabei por prometer. Era uma recordação do Cláudio. Ele andava sempre com esta pulseira. Fiquei confusa na altura. Até hoje não percebi o que o Jorge quis dizer com aquilo. Aquela foi a primeiro e a ultima vez que eu vi o avô da minha filha. Ele mudou de Sintra e nunca quis saber da neta.

" Então, não me vais dizer onde arranjaste essa pulseira?" O homem de olhos azuis perguntou tirando-me dos meus pensamentos.

" Porque queres saber sobre minha pulseira?" Perguntei.

" Não interessa. Responde." Ele ordenou-me.

" Eu não te vou dizer." Eu levantei-me. " Tu não tens noção nenhum. Eu não sei o teu nome. Tu não sabes o nome e queres saber onde arranjei esta pulseira. Tu és louco. Eu vou-me embora." Eu disse e comecei a caminhar. Já estava a sentir-me melhor.

" Não me vais dizer onde arranjaste a porcaria da pulseira." Ele gritou irritado.

"Vá, então diz-me o teu nome." Eu virei-me para ele. Ele olhou para mim e não respondeu. Eu virei as costas sem dar muita importância.

" Joel. Joel Obsidiana." Ele disse. Eu parei. Virei-me para ele.

" Muito bem, o meu Tatiana Silva. Adeus!" Eu disse, fiz adeus com a mão e virei-lhe as costas.

" Não vais dizer quem te deu a pulseira?" Ele gritou novamente.

" Não." Eu gritei, sem olhar para trás. 

O nome Obsidiana, para quem não sabe, vem de uma pedra que normalmente é preta

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O nome Obsidiana, para quem não sabe, vem de uma pedra que normalmente é preta. Deixo a imagem da pedra, para verem.

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Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora