A escolha (169)

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Obsidiana:

Eu estava a defender-me bem, mas ainda não estou nem perto de o conseguir derrota-lo. Nós rolávamos no chão, oferecendo socos um ao outro. Eu estava sobre ele e eu consegui agarrar a faca que tinha deixado cair preparava-me para espetar a faca no peito dele.

Relembro as palavras da Tatiana e a promessa que lhe fiz. Eu não posso. A minha pequena distração, faz com que ele dê-se um pontapé que me tira de cima dele. Eu deixo cair a faca com o golpe. As minhas costas doem muito. Provavelmente, eu desloquei alguma vertebra.

Ele pega a faca e rasteja para mim. Eu tenho estalar os ossos mas não consigo, sinto as costas presas. Ele aproveita-se e senta-se ao pé em cima de mim e espeta-me a faca no peito. Eu seguro a faca com as duas mãos e faço força para que a faca não penetre o meu coração.

O ardor é horrível. A faca é de prata. Eu não posso deixa-lo matar-me. A dor nas costas continua, o ardor no peito e as sinto que estou a perder as forças. Isto não pode acabar assim. Eu sinto a faca penetram mais um pouco. Eu podia pedir por ajuda, mas não há ninguém para me ajudar.

Eu sinto a faca tocar o meu coração. Eu não acredito que isto vai acontecer. Toda a minha vida, eu nunca pensei em morrer. Por mais que vida não me corresse mal, eu nunca ponderei a hipótese de acabar com a minha vida. E agora, estou por um fio de vida. Eu sei que as minhas forças estão acabar, junto vai a minha vida. Eu não gosto de desistir e não vou desistir até as minhas forças acabarem. Eu sinto a faca toca no meu coração, mais um avanço e a minha vida acaba. Eu não sei que me espera depois de morrer, talvez a Sam esteja a minha espera. Eu fecho os meus olhos e espero que as forças acabem.

Eu ouço um grito vindo do Cláudio e a força que é exercida pela faca na direção do meu peito desaparece. Eu abro os olhos e vejo a Tatiana com as lagrimas nos olhos. O Cláudio cai para o lado. Ele tem uma faca espetada nas costas. Eu olho novamente para a Tatiana. Ela matou o Cláudio para me salvar. Não ouve troca de palavras, apenas nos encaramos. Como se o nosso olhar conversasse. Eu não estou a perceber nada.

O Edu e o jean aparecem e eu retiro a faca do meu peito. Deito a cabeça no chão, ainda sinto a dor nas costas. Eu peço ajuda ao jean que me estala as costas e quando já estou bem. A Tatiana tinha desaparecido com a aurora e o Edu.

Eu não percebo o porque que ele fez isto. Além de ela me ter matado o Cláudio, ela ativou a maldição. Ela vai transforma-se naquilo que ela mais odeia.

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Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora