Tatiana:
Sai de casa cedo, mal consegui dormir esta noite.
Eu só conseguia pensar naquele beijo, e como isso pode arruinar o meu relacionamento com o Joel.
Eu sei que o Joel tem muitos defeitos, mas é ele que apoia quando eu preciso. É a pessoa que esta ao meu lado quando eu mais preciso. Eu não o quero magoar, nem que ele se afaste de mim.
O Joel ficou em casa com a Sam, esta ainda não acordou.
Cheguei ao lince, a Carla chegou ao mesmo tempo que eu. Abrimos as duas o café.
Eu fui ao meu cacifo buscar o meu avental.
Tinha um envelope pendurado no meu armário. Eu peguei nele e fui até a Carla.
" Foste tu que puseste este envelope no meu cacifo?" Perguntei-lhe.
"Não, se tivesse alguma coisa para te dar, entregava-te em mão." Ele respondeu descontraidamente. Tem logica. Voltei ao sítio do cacifo.
Abri o envelope, tinha dois papéis dentro. Um dos papéis era um papel de desenho e outro era um guardanapo.
Eu abri o guardanapo que estava escrito.
" Peço desculpa, pelo que aconteceu na sala de arrumos. Não quero que o nosso relacionamento mude, pelo que aconteceu. Nós somos colegas de trabalho e seria estranho se deixamo-nos de falar. Peço que não dês importância a isso. Como forma de desculpa, deixo-te este presente. Espero que gostes. Bruno Aguiar." Eu li, embora a letra do Bruno fosse péssima de ler, mas eu já estava habituada a letras assim.
O Cláudio tinha uma letra horrível, mas eu conseguia lê-la. A letra até que é parecida.
Foi simpático da parte dele, ter deixado um bilhete. Ele tem razão, nós não podemos deixar o que aconteceu atrapalhar o nosso trabalho. O que aconteceu nem tem assim tanta importância.
Ele fala num presente, será esta folha? Eu abri-a folha. A minha boca abrisse no mesmo momento, eu não queria acreditar no que via, as lagrimas chegaram aos meus olhos.
A minha memória foi ativada, para o dia em que o Cláudio ofereceu-me a pintura do meu rosto numa parede velha.
Eu ouvia as nossas vozes na minha cabeça, eu recordava o calor dos seus abraçar-me por de traz.
Era exatamente a mesma pintura. Em tamanhos reduzidos, mas a mesma pintura, mesma perfeição nos traços, a mesma alma.
Esta pintura só pode ter sido feita pelo...
" Tatiana!" Eu ouvi chamar. Eu respondi a voz sem pensar.
" Cláudio!" Eu virei-me. Por momentos, eu vi o Cláudio na minha frente, essa imagem desapareceu, e quem estava na minha frente era bruno como o mesmo sorriso de sempre.
O sorriso desapareceu, e sua expressão ficou preocupada.
" Estas a sentir-te bem? " Eu senti uma leve tontura e apoie-me ao cacifo.
Ele segurou-me e ajudou-me a sentar-me num banco.
Eu recompus-me. Ele estava abaixado a minha frente.
" O que é que isto significa?" Eu perguntei, mostrando o desenho.
" Nada, é apenas um desenho de ti. Pensei que gostasses." Ele disse sorrido.
" Este desenho é exatamente a copia do desenho que o Cláudio fez numa parede e ofereceu-me no dia que fizemos um mês de namoro. A qualquer coisa muito estranha nisto."
" Coincidência." Ele disse.
" E também foi coincidência, tu sedar a Sam com um sedativo com símbolo kokio? " eu perguntei.
" Onde é que queres chegar?" ele perguntou.
" Diz-me tu onde queres tu chegar, porque eu sou vejo uma explicação para isto." Eu levantei e afastei-me dele.
" Qual é a explicação?" ele levantou-se do chão.
" o Jorge Kokio contratou-te para me enlouqueceres. Ele consigo tirar-me a minha filha e quer enlouquecer-me. Quer que volte a apaixonar pelo Cláudio que não existe. Ele conhece o filho como ninguém, ele sabe como ele se comporta, a maneira como fala, ele sabe que o Cláudio adorava desenhar o meu rosto, ele sabe como o filho me conquistou. E quer usar isso para se vingar de mim." Eu desabafei tudo o que me veio a cabeça.
" Tatiana, isso não tem nexo nenhum." Ele respondeu as minhas acusações.
" Então, dá-me explicação mais plausível." Eu exigi.
" Eu não posso contar-te, Tatiana. Eu juro que era o que mais queria era contar-te a verdade." Ele aproximou-se de e colocou-me a mão no meu rosto. Eu senti o perfume do Cláudio. " Mas eu não posso. Tu tens que descobrir. Mas eu sei que se olhar bem nos meus olhos tu vais descobrir a verdade." Ele endireitou a minha cabeça, obrigando-me a encarar os seus olhos.
A minha mente foi parar a memórias antigas, onde o Cláudio segurava da mesma maneira o meu rosto e dizia que amava. Eu olhei de novo para o Bruno e via o Cláudio.
Eu via os seus olhos, eu via os seus lábios. Eu queria beija-los. O meu rosto aproximou-se involuntariamente dele. As nossas respirações estavam pesadas. O que é que eu estou a fazer?
Eu empurrei o Bruno.
" A partir de agora a nossa relação é estritamente profissional e espero que respeites a minha decisão."
Eu sai apressada da sala.
Vejo a minha filha e a Nádia sentadas numa das mesas.
" O que é que vocês estão aqui a fazer? Não devias estar na escola aurora." Eu perguntei admirada.
" A escola está fechada. Arrebentou um cano de água, a escola estava alagada." A Nádia explicou.
" Eu avisei a madrinha, ela não me quis ouvir." A minha filha queixou-se a mim.
" É verdade, aurora. Mas a madrinha pensava que não querias ir a escola." A Nádia disse-lhe.
" Mas eu gosto de ir a escola. Posso brincar com os outros meninos e aprender coisas novas." A aurora disse.
" Tatiana, eu tenho muita pena, mas eu não posso ficar com Aurora hoje. Tenho aulas."
" Não há problema, ela fica aqui. Eu depois peço ao Joel para a vir buscar."
" Passa-se alguma coisa? Estás estranha." A Nádia reparou.
" Eu depois conto-te com mais calma." Eu disse-lhe.
" Tudo bem, eu também estou com presa. Tenho de ir. É verdade, já falei com Edu. Estou tao contente por ele. Ele e Jean fazem um casal tao bonito."
" É verdade. Ele está feliz. Ainda bem que ele mudou de ideias."
" O importante é nós procurarmos a nossa felicidade. Vou ido, para não chegar atrasada." Ela disse e deu-me um beijo de despedida e outra a aurora foi embora.
A Nádia anda tao estranha, só fala em procurar a felicidade, parece que foge do sofrimento.
A aurora sentou-se á mesa. Tirou algumas folhas da mala e um caixa de lápis e começou a desenhar. Eu ajudei-a.
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Um Monstro em ti
VampirosJoel Obsidiana é um vampiro assassino que há alguns anos atras viu o seu grande amor ser assassinado a sua frente. A dor e o sofrimento fizeram com que ele soltasse um monstro. Ele mata e sente satisfação nisso. Tatiana Silva perdeu o seu grande a...