A noite (52)

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Tatiana:

O que é que eu não faço pela minha filha? Até durmo no mesmo quarto que o Joel. O Joel foi buscar comer para nós e ainda não volto. Eu não tenho fome, portanto quanto mais tempo, ele demorar, menos tempo estou com ele. 

Às vezes tenho medo do Joel. No elevador, nós íamos beijar novamente. Eu não quero que isso aconteça, mas tenho medo de não resistir. Aquele beijo ainda não saiu da minha cabeça. Eu não quero ter nada com ele. 

O Joel é pessoa bué complicada. Umas vezes ele é pessoa, outras vezes é outra. Parece que é bipolar. Uma pessoa como ele é todo o que eu não quero na minha vida.

Eu estava sentada na cama. Tinha acabado de tomar banho e penteava o cabelo com alguma dificuldade. Tinha algumas dores no braço. Já tinha pedido cobertores para o Joel fazer a cama no chão. Eu levei um tiro no braço e ele é que quis parar. Dorme, ele no chão. É justo.

Tenho uma dor tao forte no peito. Será que é amanhã que encontrarei a minha filha? Tenho tantas saudades dela! Será que ela está bem? Tenho tanto medo de nunca mais a ver. Ouço baterem a porta. Olho para trás.

" Posso?" Pergunta o Joel com a porta um pouco aberta.

" Podes, o quarto também é teu. " Eu respondi.

" Trouxeste uma sandes e um sumo, foi a única coisa que arranjei." Ele disse. Eu levantei-me e aceitei.

" Obrigado. Então e tu? Não vais comer nada?" Eu sentei-me no pequeno sofá que insistia no quarto.

" Não, quer dizer, comi pelo caminho." Ele respondeu, quanto se sentou na cama e tirou os sapatos.

" Vais tu dormir no chão que eu não posso dormir no chão. Ainda me dói bué o braço." Eu avisei o Joel.

"É que nem penses. A cama é grande, dá para dormir os dois á vontade." O Joel desaperta os botões da camisa e retira-a, depois deita-se na cama.

"Oh, Joel! Eu não vou dormir na mesma cama que tu." Jesus! Ele tem um corpo lindo. Os abdominais são bem definidos e... Não olhes, Tatiana. Não olhes. Aconselhei-me.

" Podes estar descansa. Eu não tenho pulgas." Ele goza comigo.

Eu fingi rir. " ahahah! Que engraçadinho! Não é esse o problema."

" Então, qual é o problema? Tens medo de não me resiste? Confessa." Ele é tão estúpido. O que ele tem de bonito, ele tem de estúpido.

" Tu deveste achas a última bolacha do pacote. Agora salta da cama e vai fazer a cama no chão." Eu ordenei-lhe.

Eu não estava confortável, o Joel está em tronco nu e o seu corpo era prefeito. Se o Edu estive-se aqui já lhe tinha dado uma coisa. Eu não queria olhar, mas tornava-se difícil falar para ele, sem olhar para ele. Eu estava a ficar nervosa. E depois, ele está sempre a fazer gracinhas o que deixa ainda mais nervosa.

"Tatiana! Deixa-te de cenas! Dorme aqui na cama ao lado. Eu juro que só me estico se tu quiseres." Ele continuou a gozar. Eu peguei uma almofada que estava no final da cama e mandei contra ele.

"Não sejas porco!" Eu gritei. Ai que raiva!

"Vá! Anda lá deitar aqui!" Ele disse batendo com a mão do outro lado da cama.

"Nem pensar! Vá levanta-se!" Eu disse.

Eu tinha comido metade da sandes, não me apetecia comer mais. Posei o prato em cima de uma pequena mesa e fui na direção dele. Queria tira-lo da cama. Puxei-lhe o braço para ele sair da cama. Ele puxou-me com mais força e nós ficamos muito próximos. Os nossos lábios ficaram a milímetros de se tocarem. Os seus olhos azuis perturbavam a minha concentração. Por um instante, eu pensei que nós íamos nos beijar. Eu o empurrei.

" Joel! Eu já te avisei. Não faças gracinha para cima de mim. Entre nós não vai acontecer nada. Agora, vai fazer a cama." Ele levantou-se nada satisfeito. Eu abri a cama e deite-me. Os cobertores de cima ainda tinham o cheiro agradável do Joel.

Ele estendeu os cobertores. Eu observa-o, ele não tinha jeitinho nenhum para aquilo.

" Se eu soubesse que vinha para aqui fazer camas e ainda por cima no chão, não me tinha oferecido. Dormir no chão, parece que sou um cão." Ele reclamava.

Estava a dar-me vontade de rir. Primeiro porque ele não se entendia com os cobertores e depois pela reclamação.

" Vá! Joel! Deitei-te logo! Amanhã, acordamos cedo." Ele deitou-se, continuando a reclamar. Eu apaguei a luz. 

...

A noite destes dois ainda não acabou. Não consigo acreditar que o Joel vá dormir a noite toda no chão.

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Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora