Desencarnação de uma alma (89)

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Aurora:89

Eu não consiga parar de tossir. Estava muito assustada. A minha mãe estava ajoelhada ao meu lado e abraçava-me. Eu vi-a a minha casa arder, eu já tinha visto esta imagem á dias atras. Eu sabia que ia acontecer. Tive medo de contar a mãe e ela não acreditasse. Contei ao pai, ele não disse nada, mas vi que ele ficou com medo.

A minha mãe chorava muito. A avó continuava lá dentro. O Joel foi busca-la, mas ainda não voltou. As chamas e o barulho das coisas arder, assustam-me. Eu quero a minha avó. O Joel prometeu traze-la. Eu e a mãe estamos viradas para a porta e esperamos vê-los sair, mas eles nunca mais vêm. A minha mãe aperta-me com força e chora desesperada.

Vejo um vulto sair de dentro da casa. A casa desfaz-se aos pedaços. É o Joel e ele traz a avó nos braços. Quando ele já está um pouco longe da casa. Ouvisse um barulho grande vindo da casa, parece que ela vai explodir. Tenho medo e agarro-me a mãe.

O Joel posa a avó no chão. Ela parece estar a dormir. Ouvisse o barulho das sirenes dos bombeiros. Um carro dos bombeiros para perto de nós. É tão grande. Uns homens saíram lá dentro, todos vestidos de igual. Uns correm para a casa e outros vão até avó.

Uma ambulância chega e outras pessoas rodeiam a avó. Eles pedem para a minha mãe se afastar. Ela chora desesperada. Eu não percebo nada. A avó está só a dormir. O Joel está perto de nós.

Os senhores colocam uma máquina no peito da avó que a faz saltar. Ela não acorda. Eles fazem isso várias vezes e ela não acorda. Eu agarro a perna da mãe. Eles param. Uma senhora chega ao pé da minha mãe. Eu inclino a cabeça para olhar para ela.

" Lamento imenso, nós fizemos os possíveis, mas a sua mãe não resistiu." A senhora disse. Eu não percebi. O que é que a senhora quis dizer com aquilo? A mãe começa a chora ainda mais e vai até avó. Ela grita e agarra a avó, pedindo para ela acordar. O Joel vai até ela e puxa-a. Ele abraça a mãe e ela chora. Eu aproxime da mãe e encosto a cabeça a sua perna.

Olho a avó estendida no chão. Há pessoas a sua volta. Agora, já percebi. A avó morreu. Olho o corpo dela e eu estou quase a chorar, quando vejo a avó levantar-se, mas o corpo continua no chão. O espirito dela sai do seu corpo. O avô está por perto, ela caminha para ele e dá-lhe a mão. Ela vira-se para mim. A avó sorri e o avô faz-me adeus. Eu sorri para eles. A avó parece bem. Eles vão embora de mãos dadas.

Estevemos muito tempo ali, eu estava casada. A mãe falou com os senhores. Agora, não tínhamos casa. Onde vou dormir? A minha cama está queimada e as minhas bonecas também. Eu gostava tanto delas. A mãe estava muito triste. O Joel levou-nos de carro. Só percebi que estávamos na casa dele, quando ele parou o carro, numa casa muito grande. Eu nunca tinha ido a casa do Joel, mas sabia que esta era a casa dele. Eu sempre sei as coisas. Entramos, a mãe continuava calada. A casa era antiga. Parecia uma casa de princesas.

" Eu não sei o que é que eu estou aqui a fazer? Não devia estar aqui." A mãe refletiu. Ela parecia desorientada.

" Não tens para onde ir. A casa é grande. Fica." O Joel pediu.

" Sabes que não é esse o problema." A mãe disse-lhe. O Joel aproximou-se da minha mãe. Eu fui até ao sofá e sentei. Depois pôs-me de joelhos e debrucei-me para os ver das costas do sofá.

" Eu não te vou fazer mal. Descansa! Amanhã logo vês o que fazes." O Joel insiste.

" Eu não posso aceitar. Não depois do que acontecer." A mãe disse. Eu não percebi. Eu queria ficar, tenho sono.

" Mãe, tenho sono. Quando é que vamos dormir?" Eu perguntei.

" Já vamos." Ela respondeu.

" A miúda está cansada. Não sejas teimosa. Fica esta noite, depois logo vês." O Joel volta a insistir. Eu queria dormir aqui. A casa é tao bonita.

" Menina Tatiana! Graças a deus, está bem?" O Jean perguntou descendo as escadas apressa.

" Estou, Jean." A mãe deu-lhe um sorriso forçado.

" Jean, arranja dois quartos. Elas vão ficar esta noite." O Joel mandou.

" Eu quero dormir com a mãe." Eu referi.

" Então, arranja só um. Arranja também roupas para elas tomar banho." O Joel esclareceu.

" Sim, meu amo. Não se preocupe. Menina Tatiana, venha comigo!" A mãe ficou a olhar para o Jean. Eu saio do sofá e foi na direção do Jean e dei-lhe a mão. Subimos a escada e a mãe veio atras.

O quarto era muito grande e tinha uma cama de madeira. Parecia a cama das rainhas. A mãe ajudou-me a tomar banho. Eu cheirava muito ao fumo. Vesti uma camisa muito grande, acho que é do Jean. A mãe também tomou banho. Ela também vestia uma camisola muito grande, que lhe fazia como vestido, acho que é do Joel. A mãe estava muito calada. Nós deitamo-nos na cama. Eu dei-lhe um beijo.

" Não fiques triste, mãe. A avó está bem." Eu disse.

A minha mãe sorri e abraço-me. Eu adormeci no mesmo instante.

...

espero que tenham gostado. o capitulo é pequeno, mas amanha colocarei outro.

obrigado por votarem e comentarem.


Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora