A minha filha (151)

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Cláudio:

Eu olhava a minha filha que continuava presa aquela cruz. Eu não posso deixar que nada de mal aconteça a minha filha e a Tatiana.

O meu coração ainda dói com a morte do meu pai, eu não posso perde-las também.

Eu fiquei assustado quando a Tatiana disse a Camila que não se importava que o Joel tivesse sido o culpado da minha morte.

Por momentos pensei que fosse verdade, mas ela estava estranha e percebi a intenção dela. A Tatiana é muito inteligente.

A partir daí, ela deixou da chateá-la com aquela história.

O meu pai. O corpo dele ainda se encontra ao meu lado e faço um esforço para não olhar, porque quando olho para ele, eu sinto as lagrimas escorrerem a minha cara.

A Tatiana chorava com a cabeça no meu ombro. Eu também sinto triste com a morte da Nádia. Ela era uma rapariga muito querida por nós todos.

Mesmo a Aurora, também está triste. Ela fartou-se de gritar.

A Camila entrou na sala e sentou-se no seu trono.

" Bem, já não restam muitos. Acho que está na altura de revelar mais um segredo. Cláudio! Não queres mesmo saber qual foi o acordo que fizeste com ele?" Ela apontou para cima.

" Eu preferi não saber, porque não queria que nada impedisse que eu fizesse esse pacto." Eu disse firmemente.

" Tenho a certeza que não o farias se soubesses. Eu vou-te contar, porque precisas mesmo de saber." Ela disse séria.

" Então, conta. Eu estou pronto para saber." Eu disse, não mostrando o receio que tinha. Eu tenho muito medo do que possa estar escrito naquele contrato.

" No pacto que tu fizesses, era bem explícito que em troca de voltares a ter uma vida na terra, terias que matar um anjo. " Ela fez uma pausa. Um anjo? " Mas não um anjo qualquer, terias que matar o anjo Eiael. Mas concretamente, terias que matar a tua filha." Ela contou.

" Não, não pode ser isso." Eu neguei, esperando que ela disse que estava a brincar, mas ela não o disse.

" Estava bem, explicito que terias que matar o anjo Eiael. Não leste porque não quiseste. Esta é a verdade." Ela parecia segura.

" Eu nunca mataria a minha filha." Eu disse confiante.

Agora, percebo o porque do meu pai estar sempre contra a Tatiana e a Aurora. Ele sabia do acordo. Ele sabia que eu teria que matar a minha filha.

" Mas vais matar. Isso, eu tenho a certeza. Eu fiz um novo acordo com ele, se eu matasse dois humanos e dois vampiros e o anjo Eiael. Eu poderia voltar a ser humana. Só que houve um percalço, em que ele quis mudar um pouco as coisas. Eu dar-lhe-ei as quatro almas e tu a alma do anjo Eiael." Ela contou.

" Eu nunca matarei a minha filha." Eu disse convicto.

" Cláudio, não sejas burro. Eu já matei o teu pai, um humano, vou matar a Tatiana, e mais dois vampiros, que eu até vou matar os três. Se matares a Aurora, terás a tua libertação, é fácil."

" Tu nunca foste mãe, nunca realmente amaste alguém. Eu amo a minha filha com toda a energia que eu tenho. Eu dou a minha vida por ela. Eu nunca a mataria. Nunca." Eu fui o mais sincero possível.

" Eu vou deixar-te pensar um pouco. Tenho a certeza que vais mudar de opinião."

Aquela proposta era absurda. Eu nunca faria mal a minha filha. Eu voltei pela Tatiana e a Aurora, se elas morrerem eu não tenho mais motivo para viver.

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Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora