Capítulo 2 :

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Entrei na cozinha e comecei a preparar o prato novamente.

Hum... Ele tem bom gosto. Salmão defumado ao molho de ervas, legumes ao vapor. Pensei. Acho que vou acrescentar purê de batata baroa para acompanhar.

Pensando bem, é melhor não colocar mais nada além do que ele pediu. Pois do jeito que é arrogante, vai reclamar pelo simples purê acrescentado.

Acabei de montar o prato e mandei o próprio gerente servi-lo.

Realmente, hoje eu acordei com pé esquerdo. Estava péssima pelo simples fato de ter sonhado novamente com o meu anjinho, Lucas. Que saudades do meu amor. Saudade das suas risadas, seu cheirinho, seus carinhos e principalmente suas pirraças. Como me sinto infeliz sem ele aqui ao meu lado. Queria ter o poder de voltar o tempo e não deixar que aquilo acontecesse com ele.

E agora me acontece isso, um cabelo na comida de um cliente. Vou punir o responsável por isso. Quando for depois do horário do almoço, irei reunir todos os funcionários e descobrir de quem era aquele cabelo e simplesmente puni-lo por isso. Depois de vários treinamentos e cursos para evitarmos exatamente esse tipo de incidente, não tem desculpas, o culpado será advertido.

Afasto todos os meus pensamentos, quando vejo Alex parado à minha frente, com a cara de safado que ele tem. Aproximou-se e sussurrou em meu ouvido:

Alex: Não vejo à hora de ficar a sós com você.

Conheço Alex há três anos, nos conhecemos em um evento gastronômico no sul da Espanha. E, a partir desse momento, começamos uma relação digamos que "corporal". Desde então, coincidentemente ele começou a trabalhar em meu restaurante.

Assumo, eu o chamei para ser meu sócio. Ele é um cara legal, mas, as cobranças ao nosso "relacionamento" me fizeram recuar por um tempo. Acabamos chegando a um acordo: sem cobranças. Ele faz o que ele quiser, e eu também.

Alex é um homem bonito. Cabelos loiros, olhos azuis, atlético e alto. Digamos que ele é o cara!

Carla: Nossa, resolveu me procurar? — eu disse.

Alex: Estou morrendo de saudades do seu cheiro, do seu beijo e do seu corpo. — Sua voz rouca vibrou em meus ouvidos.

Carla: Ah! Então quer dizer que eu sou a gatinha da noite?

Alex: Foi você quem quis dessa forma, quando me propôs um relacionamento aberto — ele fala debochando. — Sabe eu acho que você já ocupou o seu coração com outro. Faz quase três meses que não ficamos mais juntos. O que está acontecendo?

Carla: Alex... Já conversamos sobre a minha vida e minhas decisões. E, realmente amigo, não estou disponível no momento para ninguém. Se não for desse jeito, não será de outro — digo a ele com a voz contida para que ninguém escute.

Alex: Estou com saudade, só isso. Vamos passar a noite juntos, como fazíamos sempre. — Ele acaricia o meu rosto com as costas de sua mão.

Carla: Alex, eu não estou no clima — suspiro ao sentir o seu carinho.

Alex: Por que ultimamente você vem se desvencilhando das minhas investidas, Carlinha? — Diz com um olhar triste e afasta a mão do meu rosto.

Carla: Eu não estou legal, só isso — respondo.

Alex: Carlinha, me dê só uma chance para lhe mostrar o quanto posso te fazer feliz — sorriu. — Vamos ao banheiro do nosso escritório? Rapidinho, não vai doer, prometo ser bonzinho.

Carla: Sai daqui seu safado! — sorrimos. — Quem escutar você falando assim, acreditará em seu lado romântico, Alex.

Marcelo: Carla? — Marcelo entra na cozinha e olha para nós dois sorrindo e desconfiado. Todos que trabalham aqui desconfiam que além de sócios e amigos, eu e Alex, temos um "caso".

Carla: Oi Marcelo.

Marcelo: O cliente pediu para fechar a conta. Você quer falar com ele para agradecer a compreensão, ou posso fechar?

Carla: Não. Será cortesia, irei pessoalmente ver se ele ficou satisfeito.

Alex: Vai e arrasa minha Deusa — Alex fala ainda sorrindo.

Quando chego ao salão, cruzo o meu olhar com o do tal cliente exigente com cara de mau.

Carla: Olá novamente, Sr. Picoli. Gostou e aprovou o prato? — pergunto um pouco tímida, pois ele realmente tem um olhar intimidador.

Arthur: Sim — ele responde seco olhando-me de cima a baixo.

Carla: Que bom. Espero que tenhamos anulado esse mal-entendido — digo referindo-me ao cabelo preto. — O prato será cortesia, faço questão — falo com toda a educação do meu ser interior, pois ele está me fuzilando com o olhar.

Arthur: Não concordo com esta cortesia. Vou pagar pelo o que comi — ele diz, retirando da sua carteira duas notas de cem reais. Levantou-se e disse: — Você deveria treinar melhor os seus funcionários e melhorar o controle de qualidade do estabelecimento — virou-se e saiu com um ar de imponência.

Ele é bem alto, gostoso e arrogante também... Balancei a cabeça aturdida com a beleza dele. Quando visualizei o seu traseiro perfeitamente delineado sob uma calça branca, quase me sentei para me recuperar da visão. Deus!

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