Enquanto Carla penteava os cabelos, me vesti. Peguei o celular, abracei-a por trás e a fitei através do espelho.Arthur: Eu te amo. Nunca se esqueça disso! — beijei seu pescoço.
Carla: Eu amo você — disse apoiando a cabeça em meu peito.
Arthur: Seca os cabelos direito, não quero que fique doente.
Carla: Pareceu até a minha mãe falando.
Arthur: Não vejo à hora de conhecer a minha sogra, Mateo e o meu futuro cunhadinho.
Carla: Tenho certeza que você vai amá-los.
Arthur: Ela está com quantas semanas de gestação?
Carla: Não sei exatamente com quantas semanas ela está, mas já completou seis meses de gestação — ela está feliz com o futuro irmão. Sorrio ainda fitando-a através do espelho.
Arthur: Será que... — acaricio a barriga dela sob o roupão. — Já temos um zigoto aqui dentro sofrendo um ataque de divisão celular? — Ela fez uma careta engraçada.
Carla: O que? Um zigoto sendo dividido? — gargalhei e ela não gostou muito. — Amor fui uma péssima aluna em biologia celular. Não rir! Cada um com seus dons!
Arthur: Vou ser menos específico: eu acho que aqui dentro, tem uma sementinha germinando — ela virou de frente e me beijou.
Carla: Será que já tem? — perguntou-me sorrindo.
Arthur: Acredito que sim! Estou esforçando-me para isso. Já gozei tanto nessa bocetinha gostosa, tenho certeza que eu fiz um bom trabalho e emplaquei um golaço bem no seu útero.
Carla: Marquei uma consulta com a minha ginecologista para daqui vinte dias. Conversei com ela pelo telefone e expliquei mais ou menos a nossas expectativas. Ela disse que geralmente, doze dias após a ovulação é possível detectar a gravidez.
Arthur: Sim. E, você ansiosa do jeito que é, vai aguentar três semanas para saber se está grávida ou não?
Carla: Tentarei!
Arthur: Oka... Agora vamos dar atenção ao Rodolffo e Sofia — saímos do quarto e encontramos Eles arrumando a mesa de jantar.
Rodolffo: Porra! Pensei que eu teria que invadir o quarto de vocês e jogar água para desgrudarem. A pizza chegou e eu autorizei o entregador a subir. Atende a porta e paga. Estou sem dinheiro aqui, deixei minha carteira no carro — assim que terminou de falar a campainha tocou.
Arthur: Amor... Pega na minha carteira o dinheiro — ela aquiesceu e foi até o quarto pegar o dinheiro.
A noite ao lado de Rodolffo e Sofia foi divertida. Fiquei maravilhado com os sorrisos descontraídos que Carla liberava ao ouvir as piadas do Rodolffo. Quero vê-la sorrindo sempre, não quero vê-la chorando mais.
Levantei da mesa e fui até a nossa pequena adega e peguei mais duas garrafas de vinho. Eles estão conversando animadamente sobre diversos assuntos ao mesmo tempo.
Rodolffo: Arthur... Lembra quando pegamos o carro da sua mãe escondidos e fomos ao shopping?
Arthur: Lembro! — sorrio ao recordar desse dia.
Rodolffo: Pegamos o carro da Tia Bia, Nos tínhamos uns dezesseis anos mais ou menos, Tia Bia tinha deixado a Dani, irmã mais nova do Arthur, pra gente reparar. Ela era uma criança, indefesa e desprotegida. Ele até que dirigiu direitinho, mas esquecemos de um detalhe... Esquecemo-nos de guardar o dinheiro para pagar o estacionamento — ele me olhou sorrindo, olhou para a Carla e Sofia e continuou, — Nessa aventura, gastamos toda a nossa mesada comprando fitas de videogame do Mortal Kombat e Street Fighter, e ainda tivemos que comprar uma boneca pra Dani, comemos um Mac Lanche Feliz e uma casquinha mista. Juro, aquele dia foi maneiro... Foi... Divertido pra caralho! — Ele mudou a expressão, talvez tenha lembrado o motivo de termos fugido com o carro da mamãe.
Olhei para ele e sorrio. Lembro-me como se fosse ontem, eu estava olhando a Dani enquanto a Vivi havia ido à padaria, mas na verdade não conseguia nem cuidar de mim mesmo. Rodolffo estava passando a semana la em casa, seus pais tinham viajado. Daniela queria brincar de bola. Quando ela pediu para jogar bola na sala eu deixei e ainda montei uma mini rede de futebol para ela. Só não contava com a tragédia que ela causou, ela chutou a bola para o alto, exatamente na direção da luminária enorme de cristal que por sua vez caiu em cima da mesa de jantar de vidro, que atingiu o bar do nosso pai derrubando a maioria das garrafas de uísque. Nesse dia eu quis morrer! Fiquei nervoso, eu e Rodolffo pegamos as chaves do carro reserva da minha mãe e decidimos ir refrescar as ideias, mas a Dani quis ir atrás da gente.
Arthur: Eu também me diverti nesse dia. Só não curti muito quando lembramos que para sair com o carro precisaríamos pagar o estacionamento — eu disse.
Rodolffo: Bateu um desespero... Vasculhamos o carro todo, atrás de moedas e nada! O Arthur começou a ficar nervoso e a hora passando, a Dani chorando. Até que eu tive uma ideia — gargalhamos alto e as meninas sorriram. — A ideia foi absurda, mas o Arthur concordou — olhou de novo na minha direção e falou: — continua Arthur!
Arthur: Fiz com que ele pedisse esmolas dentro do shopping — todos gargalhamos.
Rodolffo: O Arthur bagunçou os meus cabelos e rasgou a gola da minha blusa polo da Lacoste. Arthur, bagunçou os cabelos da Dani, ela não para de chorar mesmo. — Carla e Sofia gargalhavam. — Arthur falou: vai lá Moleque, faz uma expressão triste, diz que está com fome, que sua irmã não para de chorar por causa da fome. E fica nas coroas, elas são mais sensíveis.
Sofia: Conseguiu o dinheiro? — Sofia perguntou.
Rodolffo: O que vocês duas acham? — Elas se entreolharam e sorriram.
Carla: Ah, sei lá! — Carla respondeu.
Rodolffo: Fiz um sucesso, não só com as coroas, mas com todos que eu abordava. Inventei uma história muito louca, porém bastante convincente. Disse que estava arrecadando dinheiro para ajudar meus pais a comprar comida, pra mim e minha irmã. Saímos do shopping com uma grana. Lembra mano?
Arthur: Oh, se eu lembro! Fiquei de castigo por duas semanas, sem surf, Jiu Jitsu, videogame, cinema... Meu pai cortou tudo, até a minha mesada. Sem contar que levei a culpa por ter causado uma catástrofe na sala de jantar da minha mãe. Esse moleque já não prestava desde pequeno.
Rodolffo: Você também não prestava Arthur! Seu pai sempre falava: o Arthur é sonso, essa cara dele não me engana.
Carla: Imagino ele falando isso. Se hoje, o Arthur adulto e formado, ele parece não facilitar, imagine quando ele tinha apenas dezesseis anos? — Carla sai em minha defesa.
Ela realmente não ficou nada satisfeita com a maneira que meu pai se dirige a mim. Mas, vou fazer o que? É o jeito dele!
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Minha Tentação 🎯
Fiksi PenggemarSinopse: Carla Diaz é uma mulher linda e Apaixonada por sua profissão. Quem a ver por fora não imagina como seu coração está despedaçado. Foi abandonada pelo seu único e grande amor e carrega o fardo de um passado que a escraviza na escuridão. Apó...