ARTHURAcordei atrasado e ainda por cima esqueci que tenho companhia em minha cama. Só me dei conta da presença dela, quando passou os seus dedos frios e compridos em meu membro semi-ereto.
Arthur: Meu anjo estou atrasado — digo já me levantando da cama completamente nu.
Olho para ela e vejo a expressão de aprovação no que ela fixa os seus olhos pidões em mim. Ela senta na cama e deixa o lençol cair revelando os seios siliconados. Certamente eu não os coloquei na boca, eu só precisava aliviar a tensão que estava carregando em meu corpo e mente.
Xxx: Vem aqui e coloca essa delícia na minha boca.
Arthur: Não — eu disse olhando para ela.
Xxx: Por que não, Arthur? — ela pergunta fazendo uma voz de criança. Ela lembra o meu nome, pois eu não me recordo o dela.
Arthur: Porque, não — respondo frio e seco. — Vista-se rápido, pois, estou atrasado — repito novamente já sem paciência.
Deixo o quarto e entro em meu banheiro e tranco a porta. Enquanto deixo a ducha de água gelada cair sobre mim, repasso a noite anterior em minha cabeça.
Depois do jantar na casa dos meus pais, fui à festa na cobertura do Rodolffo, meu amigo, uma festa digamos que um pouco ousada. E foi aí que me perdi, bebi uísque além da conta. A partir daí, lembrei-me da loira lá fora e tudo o que eu fiz com ela. Peninha! Não lembro o nome da garota.
Espero sair do banheiro e não encontrá-la mais.
Saio do banheiro e não vejo a loira. Escolho uma roupa casual e confortável. Passarei mais tempo dentro de um centro cirúrgico do que no consultório, então não preciso preocupar com roupa.
Quando deixo a minha suíte e sigo para a cozinha americana, vejo a loira sentada sobre o balcão. Eu não mereço isso!
Xxx: Arthur me dá uma carona até o meu apartamento? — fala sério, qual foi à parte que essa mulher não entendeu que estou atrasado? Apesar da minha impaciência, preciso pelo menos ser gentil com ela, pois não sou nenhum aproveitador, e uma carona não é nada, perto de tudo o que eu fiz com ela durante toda a madrugada.
Arthur: Vamos. Qual é o seu nome? — pergunto com pressa e fecho a cara para ela perceber que está sendo inconveniente.
Xxx: Patrícia. Para você Patyzinha — ela fala com a voz melosa. Credo!
Esse é o famoso dia seguinte para os homens.
Quando a deixo na entrada de seu condomínio, ela me rouba um beijo. Retribuo para não ser mal-educado. Mas a verdade é: a pessoa não se toca que a boca não está cheirosa? Bebeu a noite toda, e, acredito que não tenha escovado os dentes ainda, pois eu não vi. Enfim, retribuí prendendo a minha respiração para não inalar o hálito fétido.
Patricia: Não se esqueça da Patyzinha, tá bom? Promete que vai me ligar, Arthurzinho? — Arthurzinho? Ninguém merece isso, eu não mereço isso. Nossa, é a última vez que bebo além do meu limite e saio com esse tipo de mulher, o qual não é o meu. Mas, vou fazer o quê? Eu não encontro nada que preste, sempre as mesmas coisas, as mesmas formas moldadas por uma cânula e um bisturi.
Arthur: Patrícia, eu não prometo ligar novamente. Na verdade eu não tenho nem o número do seu celular. Estamos aqui neste momento por que ontem rolou, estávamos à procura de aventura e aqui estamos nós — falo educadamente.
Patrícia: Ah, tá! Entendi Arthur. Nós transamos a noite toda e foi só isso — ela diz mostrando a sua indignação.
Arthur: Menina inteligente — eu disse sorrindo. Se ela parar de malhar só um pouquinho e ler alguns livros didáticos, tenho certeza que pensaria ainda mais.
Patrícia: Então, até qualquer dia, Arthurzinho. — Deus me livre! Até nunca mais.
Arthurzinho... Fala sério!
Arthur: Tchau Patrícia.
Saio arrancando com o meu Land Rover Evoque Preto, aumento o som e deslizo na avenida.
Apesar de não estar me sentindo saciado completamente, consegui aliviar a tensão que meu corpo emanava. Ultimamente tem sido assim, uma foda mais ou menos, boquete mais ou menos, mulher ou duas mais ou menos. Bufo... Preciso mudar os ares, parar de frequentar as festas que o meu amigo promove porque isso já virou rotina, e odeio rotinas.
Estaciono o carro em frente à minha clínica, passo pela recepção e cumprimento alguns dos meus funcionários.
Arthur: Bom dia, Sofia! — Falo com a minha recepcionista, secretária, assistente pessoal. Ela é o meu braço direito e o esquerdo também.
Sofia: Bom dia Dr. Arthur. A paciente das 10hs já chegou e está lhe aguardando.
Passo os olhos em volta da recepção e avisto uma bela senhora curvilínea, sentada em uma das poltronas da recepção.
Arthur: Bom dia — cumprimento a paciente.
Xxx: Bom dia Dr. Picoli! — ela responde eufórica. Com um olhar de "Me fode".
Eu sei que às vezes eu consigo ser um canalha, cafajeste, bastardo e muito mais. Eu admito! Mas, que essa senhora tem estampado no rosto um "Me fode" bem grande e isso não pode ser mudado nem com cirurgia plástica. Ela tem e, é verdade.
Arthur: Sofia, daqui a cinco minutos, encaminhe a paciente até o meu consultório, por favor — eu disse me retirando da recepção.
Amo a minha profissão, quando decidi cursar medicina meus pais ficaram chateados e desapontados com a minha decisão. A minha família tem uma empresa de construção civil renomada no Rio de janeiro, e a lógica seria eu seguir o mesmo trajeto do meu pai. Infelizmente, não rolou.
Mas, minha irmã Thais deu esse prazer a eles, mais especificamente falando, a ela, ao nosso pai. Thais depois do curso de engenharia e de algumas especializações em administração assumiu a presidência da empresa e ampliou as construções pelo Brasil a fora. Tenho um orgulho imenso por essa mulher.
Especializei-me em cirurgião geral e depois plástico, fiz o meu nome sozinho. Tenho duas clínicas aqui no Rio de janeiro, uma na Barra da Tijuca e outra em Ipanema. Ou seja, conserto o que está errado, dou jeito no que é feio e melhoro o que já é bonito. Resumindo, amo a minha profissão.
Comentem
![](https://img.wattpad.com/cover/289473335-288-k156290.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Tentação 🎯
FanficSinopse: Carla Diaz é uma mulher linda e Apaixonada por sua profissão. Quem a ver por fora não imagina como seu coração está despedaçado. Foi abandonada pelo seu único e grande amor e carrega o fardo de um passado que a escraviza na escuridão. Apó...