Bônus+
Não sei por onde começar, mas esse babaca não irá tirar a Carla de mim. Mas não vai mesmo. Olho as horas no celular e vejo que já são 00:56h. Melhor eu ir direto para casa, a essa hora não conseguirei resolver nada.
Olho para meu jeans manchado com o sangue dela. Era para eu sentir nojo, mas não consigo. Isso só me fez sentir o quanto eu estou amando essa mulher complicada. Ahhh... Feiticeira que trabalho você está me dando.
Foi difícil conseguir deixá-la sozinha naquele estado. Mas, foi melhor assim mesmo. Ela precisa sentir a minha ausência, precisa repensar nas suas decisões. A minha vontade nesse exato momento é ir novamente até ela, pegá-la bem duro do jeitinho que ela gosta, e foder até seus pensamentos para fazê-la exilar essa "dúvida" de sua cabecinha. Depois de tudo que passou por conta daquele babaca, vem me dizer que está confusa?
Eu preciso avisar aos porteiros para não deixarem esse babaca subir até o apartamento dela. Já que o Lorenzo a está seguindo, acredito que já saiba o endereço dela e até mesmo o meu. Paro na guarita e chamo o porteiro que sempre está aqui no turno da noite. Procuro sempre agradá-lo, ele é bastante prestativo, mesmo quando termina o expediente, faz alguns serviços extras para alguns moradores, inclusive para a Carla. Ela disse que ele tem uma cópia de suas chaves, sempre que pode sobe até o apartamento dela para regar as orquídeas que ela cultiva. Mas antes de fazer, ele liga para o celular dela pedindo autorização. É um senhor bacana!
Arthur: Boa noite Severino.
Severino: Oba oba... Sr. Arthur!
Arthur: Severino vou viajar por um tempo e a Carla, vai dormir por uns dias sozinha. Se algum homem chamado Lorenzo vier aqui procurá-la, diga que ela não se encontra. Em hipótese nenhuma, interfone para o apartamento dela. Quebra essa pra mim? — aperto sua mão e lhe dou um agrado, ele sorrir abertamente. Eu gosto dele, atencioso e prestativo.
Severino: Pode deixar Doutor, vou ficar de olho e passarei esse pedido para os outros porteiros e segurança deste turno e os diurnos. Senhor? Nem o Sr. Alex? Ele não tem aparecido por aqui, mas de repente se ele vier... É para deixar que ele suba? Sabe como é? Ele tem autorização de subir sem ser anunciado.
Porra! É muito desgosto para uma madrugada só.
Arthur: Não deixa subir, sem antes ser anunciado pelo interfone — pensando bem e lembrando bem as palavras que ele me disse... — Não. Nem ele você autoriza. Diga que ela não se encontra.
Severino: Tá certo!
Chego em minha cobertura sem saber o que fazer, como organizar tudo dentro da minha cabeça. Ponho tudo que está em meu bolso sobre o aparador, que fica na entrada.
Na geladeira não encontro nada de bom para comer, mas no freezer tem várias vasilhas cor de rosa que a Carla comprou para organizar as nossas refeições, repletas de variedades. Escolho qualquer uma que vejo pela frente, risoto de camarão. Fecho a porta e me deparo com um papel onde ela escreveu as instruções para aquecer a comida. Até a letra dela é bonita.
Retiro os imãs que sustentam o papel e cheiro o papel. Isso mesmo cheiro um papel na esperança de sentir o cheiro dela. Olha só a que ponto eu cheguei. Depois leio as instruções:
Arthur: Levar ao forno por aproximadamente 30 minutos — demora muito. — Levar ao micro-ondas por 15 minutos. Hum... Agora sim. — Coloco a vasilha e marco 15 minutos.
Tomo um banho cronometrado, enquanto me enxugo, escuto o bip que o micro-ondas emite, indicando que o meu risoto está aquecido. Saio do banheiro e visto uma boxer. Voltei a fazer as mesmas coisas de antes quando ainda não conhecia a Carla. Voltei a ser solitário. Logo, logo estarei conversando comigo mesmo, como sempre fiz quando me sentia só.
A convivência é uma merda, te deixa dependente de mínimos detalhes. Depois de comer na maior solidão, sigo para o meu quarto sem ânimo nenhum. Escovo meus dentes, lavo o rosto e deito em minha cama grande e fria. Tentei dormir, mas nada do sono chegar, só conseguia pensar na Carla, dizendo-me que esta confusa. CONFUSA...
Fecho meus olhos com força para ver se essa sensação estranha deixa o meu peito. Fui vencido pelo sono, logo depois de bater uma punheta, pensando nela mamando meu pau todinho na sua boquinha vermelha e carnuda, e depois pedindo para eu gozar na sua bunda redonda e cheia de carne. Isso se repetiu por mais duas vezes depois que acordei, estou com tesão acumulado. Ah, meu grande arquiteto do universo! Falar sozinho, comer sozinho, tocar uma, dormir sozinho. Como vou reaprender a me acostumar com essa condição?
Não, não, não.
Na verdade, acordei a madrugada inteira, quando ela invadia os meus sonhos sempre chorando. Isso foi uma tortura para mim. Tomo um banho rápido, visto qualquer jeans, tênis e uma blusa azul de botões. Quando estou na cozinha tomando meu café da manhã, Vivi sai da lavanderia segurando um monte de roupas, falando alguma coisa...
Vivi: Arthur? Thur, meu nego. Você está bem? — O sotaque baiano é a marca dela. É gostoso de ouvir.
Arthur: Bom dia Vivi. Estou bem.
Vivi: A minha menina está no banho? Quero saber dela se eu posso passar esses vestidos? — Ai Deus!
Arthur: Não. Ela não dormiu aqui. Pode passar os vestidos Vivi — fitou-me desconfiada e fez um bico de reprovação.
Vivi: Hum... Vocês brigaram, foi?
Arthur: Não.
Vivi: Meu dengo, não minta pra sua véia.
Arthur: Nos desentendemos. Só isso.
Vivi: Olhe só o seu estado... Você não está nada bem, meu dengo. Está pálido demais.
Arthur: Vou ficar bem. Não se preocupe.
Vivi: Não largue dela. Você a ama! Eu te conheço rapaz, desde quando sua mãe tinha você dentro da barriga, sei o quanto é orgulhoso.
Arthur: Vivi, fique tranquila. Daqui a pouco tudo irá voltar a ser como antes.
Vivi: Sei... Eu quero o telefone de Carlinha. Vamos, me passe agora seu teimoso. — Ela tirou o celular que eu dei a ela no dia das mães de dentro do avental colorido. Ela é safa e esperta! Aprendeu a mexer rapidinho no aparelho moderno. — Ande menino, não tenho o dia todo.
Tive que dar o número da Carla e ainda por cima o endereço do apartamento dela. Vivi alegou que elas combinaram de limpar o apartamento semana que vem. Por isso, ela precisa do número e endereço.
Eu? Óbvio que não acreditei. Vivi é uma leoa, não pode ver seus meninos (Eu e Rodolffo), chateados ou calados.
Vivi: Meu nego vou sair mais cedo hoje. O Rodolffo precisa de mim, para dar ordens nas diaristas que irão limpar a cobertura dele. Ele dará uma "festinha" amanhã. Vou espalhar pelo apartamento inteiro, recadinhos do tipo: jogue as camisinhas na lixeira. — Ela não para de falar. Não presto atenção em nada, só consigo pensar na Carla.
Arthur: Tá bom Vivi — levanto-me e dou um beijo em sua testa. Ela tem um cheiro de amaciante. Sorrio.
Vivi: Vai com Deus meu nego. — Mesmo morando no Rio de janeiro há 33 anos, ela não perdeu o sotaque do nordeste.
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Minha Tentação 🎯
FanficSinopse: Carla Diaz é uma mulher linda e Apaixonada por sua profissão. Quem a ver por fora não imagina como seu coração está despedaçado. Foi abandonada pelo seu único e grande amor e carrega o fardo de um passado que a escraviza na escuridão. Apó...