Capítulo 63 :

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Duas semanas depois...

Sempre tive aversão a relacionamentos estáveis, nunca gostei de seguir rotinas, mas depois de conhecer a minha feiticeira, tudo o que eu não gostava comecei a gostar. Rotina? Só se for com ela. Estou louco naquela loirinha, só de pensar nela eu fico excitado.

A rotina mais parecida com a de um relacionamento que tive antes de conhecer a Carla Diaz, foi à exatamente um ano atrás com minha ex quase noiva Rafaela. Não sei se eu estava azarado demais ou foi falta de sorte mesmo, mas acreditem, eu engravidei ela na primeira transa.

Juro que não fui um irresponsável, estava bêbado, e até hoje não lembro como tudo isso aconteceu. Com certeza se estivesse sóbrio, nunca teria transado com a louca da Rafaela. Praticamente fui obrigado a ficar noivo, meu pai o Sr. José Picoli e o pai da minha ex quase noiva, tinham negócios em comum e isso facilitou a loucura do noivado.

Fui intimado e obrigado pelo meu pai a assumir o noivado, acabei resistindo e acatando a sua ordem. Ele sempre manipulou minhas decisões e principalmente as do Rodolffo, e olha que o Rodolffo nem é seu filho, imagina se fosse, tudo em prol de seus interesses pessoais. Naquela época, meu pai e o Senhor Campelo faziam projeto de unir as duas empresas a Picoli Engenharia e a Campelo Construtora, a fim de aumentarem o capital social e futuramente fecharem um contrato bilionário, o qual nunca aconteceu.

Graças a Deus! Aceitei o noivado até as coisas se acalmarem, mas era fato, jamais me casaria com a Rafaela, nunca! Assumiria meu filho, mas nunca assumiria um compromisso com a ela.

Conheci a Rafaela em um jantar na casa dos meus pais. A partir desse dia, a mulher não me deixou em paz, passou a me perseguir, sabia todos os meus passos, passou a frequentar os mesmos lugares do que eu. Nunca cedia às suas investidas, a pesar de ser uma mulher bonita, nada me atraia nela. Meu ponto fraco são as baixinhas.

Até que um dia fui a uma dessas festas "Privês" que Rodolffo promove em sua cobertura. Assim que cheguei à festa vi que ela estava lá, na hora amaldiçoei Rodolffo por tê-la convidado, mas ele jurou que ela foi sem ser convidada e quando chegou ele não soube o que fazer. Foi nessa maldita festa, não sei em qual momento, que eu a arrastei para meu apartamento e acordei com ela ao meu lado nua em minha cama.

Chega a ser cômico, mas depois dessa noite surgiu o tal noivado que na verdade estava mais para acordo sem papel, mas um acordo de negócios entre nossos pais. Meu pai, não sei por que, comprou um apartamento na zona sul para nós dois, alegando ser presente de casamento. Uma loucura sem fim. Depois que as empresas não conseguiram o contrato bilionário e perderam feio a licitação para construção do metrô Barra da Tijuca, a Rafaela sofreu um aborto espontâneo. Apesar de ter perdido um filho, não consegui sentir nada, além de alívio. Durante os cinco meses que ficamos juntos a mulher fez um inferno na minha vida.

Ela é desequilibrada, obsessiva e passional demais. Depois do que aconteceu entre nós, fato que não me lembro de nada, não transamos mais. Evitei a Rafaela de todas as formas, mas graças a Deus a louca parecia não gostar muito de sexo, dizia que isso poderia machucar o bebê. Mesmo sendo médica ela afirmava que machucaria. Enfim, foi melhor assim. Não gosto nem de tocar e muito menos relembrar este assunto.

Prometi a mim mesmo que meu pai e seus negócios, não influenciariam nunca mais em minhas escolhas e na minha vida. Ele nunca aceitou o fato de eu ter me tornado médico e não um CEO da Picoli Engenharia. E mesmo depois de conquistar prestígio e reconhecimento como cirurgião, ele nunca nem se quer me deu um parabéns.

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