Capítulo 121 :

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Meu celular não para de receber mensagens, a cada mensagem a tela acende. Eu e Carla encaramos ao mesmo tempo o visor que mostrava o nome: Rafaela.

Puta que pariu! Essa mulher quer o quê? Peguei-o e retirei do silencioso e coloquei para vibrar, guardei no bolso de trás da minha bermuda, quando voltei a minha atenção para a Carla, percebi o que já imaginava, ela estava com o biquinho com o formato de um coração, ou seja: está desconfiada e nervosa.

Ela e Marta continuaram embarcadas em assuntos relacionados ao trabalho, casa, crianças... Coisas de mulheres. No meu bolso, sem pausa o celular continuava vibrando, eu não poderia fazer mais nada, a não ser desligá-lo. Retirei do bolso, mas agora era Rodolffo quem ligava. Precisarei atendê-lo.

Arthur: Me deem licença — pedi e levantei, retirando-me do assunto. Fui caminhando até à piscina distraído e retornando a ligação para o Rodolffo. — Oi Rodolffo.

Rodolffo: E, aí tudo tranquilo?

Arthur: Tudo certo! — eu disse tentando ser mais agradável. Pois na verdade estou puto com essa mulher louca que não me deixa em paz.

Rodolffo: Sua voz está estranha. O que está acontecendo? Sabe que percebo que está com problemas, apenas pela voz Arthur. Então fale logo! — Isso é verdade, desde criança, Rodolffo e eu temos essa conexão.

Arthur: Rodolffo, a Rafaela está infernizando a minha vida. A cada dois segundos ela envia mensagens e liga para mim. A última eu tive o desprazer de ler. Ela e o pai já foram intimados a se apresentarem a delegacia, ela está possessa, acusou nós dois e, disse que isso não ficará assim. Falava sobre mais um vídeo entre eu e ela. Cara... Eu estou com um pressentimento nada, nada legal.

Rodolffo: Arthur ignora. Bloqueia suas ligações e mensagens. Eles serão presos. Eu tenho quase certeza que não voltarão para casa quando forem depor. Daí pra frente é com a justiça, eu só quero o dinheiro de volta. Só isso.

Arthur: Rodolffo, e se ela possuir imagens minha colocando a porra do sonífero no copo com uísque? Não é medo, mas fico pouco reticente em relação a isso.

Rodolffo: Calma! Temos os melhores advogados do Brasil. Ela sairia perdendo em qualquer ação que tentar mover contra nós dois, seja lá o que ela usar para nós acusar.

Arthur: Vou trocar os números dos meus celulares pessoais e trocarei o da Carla também. O negócio é fazê-la entender.

Rodolffo: Faz isso.

Arthur: Na mensagem, ela dizia que se eu não a encontrasse hoje, ela enviaria mais vídeos a Carla. Eu não quero que envolva ainda mais a Carla nessa merda toda. Ela é frágil demais!

Rodolffo: Arthur, tem certeza que você não fodeu essa louca da Rafaela?

Arthur: Moleque você acha que mentiria para você sobre isso? Eu nunca transei com ela, muito menos naquele dia.

Rodolffo: Pensando bem... Acho que você deveria encontrá-la e tentar descobrir que vídeo é esse.

Arthur: Rodolffo, sem condições de encontrar aquela desprovida de sanidade.

Rodolffo: Tive uma ideia, mas não sei se você irá concordar. Se eu colocasse uns investigadores na cola dela e eles forjarem um assalto, levando os celulares, tablets... Tudo o que ela tiver no carro?

Arthur: Sei lá, melhor não. Vai que ela nos acuse depois?

Rodolffo: Você é muito pacífico e medroso.

Arthur: Não, não sou. Você que é audacioso demais.

Rodolffo: Aaaah Arthur! Deixa que eu resolvo. Quando você for ver já foi, já passou.

Arthur: Ok!

Rodolffo: Arthur eu liguei para conversar com você sobre outro pé no saco. No seu saco! — Bastardo!

Arthur: O que você manda, Moleque?

Rodolffo: Lembra que você pediu para investigar o ex-marido da sua atual noiva. Estranho isso não é? Ex-marido e ex-atual noiva? Muito estranho.

Arthur: Fala logo.

Rodolffo: Enviei para o seu e-mail tudo o que meu amigo que fez as investigações, descobriu sobre ele.

Arthur: Adianta por aqui mesmo.

Rodolffo: Está pronto para ouvir? — Parece que o Lorenzo tem segredos. Penso. — Vamos lá... Promete que não vai se rasgar de ciúmes?

Arthur: Fala sério! Ciúmes de um otário que abandonou a esposa quando mais precisou dele? Nunca!

Rodolffo: Então, você já deve saber que eles tinham um filho e esse morreu em um acidente de carro, o qual a Carla foi à responsável, pois ela dirigia.

Arthur: Sei. Ela já me contou toda essa história.

Rodolffo: Maior barra que minha cunhadinha passou. Fiquei na maior deprê quando li isso no relatório. Essa porra toda deve doer os infernos — Rodolffo disse, comovido com a história. — O nome dele é Lorenzo Berluscon, tem 35 anos, francês, mora em um bairro nobre de Paris, divorciado há sete anos. Ele e a Carla casaram em 2008 e se divorciaram no final de 2013 — ficou em silêncio. — Está ouvindo? — perguntou.

Arthur: Sim. Continue.

Rodolffo: Ele é coordenador do departamento de pesquisas do Instituto de pesquisas France, ocupa o segundo cargo mais importante do departamento onde atua. Ou seja, ele é um biólogo fodão! Mas isso não vem ao caso. Está hospedado no Hotel Barra Plazza, na Avenida Lúcio Costa. Ah! Já ia esquecendo... No departamento dele, informaram que ele está de férias por um ano, o que os europeus, chamam de ano sabático. Ele tem um ano livre para destruir o seu juízo e depois levar a nossa Carla... Ela é minha cunhada e mãe do meu sobrinho, fabricado no meu sofá. Ela é tão sua quanto minha — escutei tudo atentamente e nem questionei as suas brincadeiras.

Arthur: Estou impressionado, seu investigador é bom mesmo.

Rodolffo: Ele é o melhor desse país! Só trabalho com os melhores, mano. Agora... Falando sério, você quer que eu mande sumir com ele?

Por um instante imaginei que se eu pudesse, daria um fim nisso tudo. Infelizmente, não perdi o juízo e a razão ao ponto de acabar com a vida dele. E, a Carla jamais me perdoaria.

Rodolffo: Arthur? Escutou?

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