Capítulo 35 :

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Carla: É Rodolffo, amanhã acordo muito cedo. Preciso atender alguns fornecedores.

Rodolffo: Você trabalha aonde? — Ele está muito intrometido, sem limites.

Carla: Você conhece o LeParrie?

Rodolffo: Sim, é um dos melhores da região. Sou cliente, já há bastante tempo. Você faz o que lá?

Carla: Então, esse restaurante é meu. Sou chefe de cozinha — sorri ao falar. — Fico muito feliz em saber que você é cliente — sorri lindamente ao falar do restaurante.

Rodolffo: Linda, simpática e ainda por cima cozinha? É muita coisa para uma mulher só. Perfeita! — Filho da puta fura olho.

Carla: Obrigada Rodolffo! Sempre que estiver lá, peça para me chamar.

Rodolffo: Com certeza, gata! — Não consigo falar nada, só presto atenção.

Continuo o encarando, mas, o bastardo ignora.

Rodolffo: Ah... Carla! Sou o cliente que leva várias preparações para congelar. Sempre peço risoto de camarão com rúcula, para viagem. A última vez que estive lá, o outro chefe, um homem jovem, preparou todos os pratos e separou em descartáveis. Muito atencioso.

Carla: Ah... É você? O meu sócio disse que temos um cliente assíduo, que leva várias preparações para congelar.

Rodolffo: Eu adoro suas preparações. Só de pensar fico com água na boca — não acredito! Ele lambe o lábio e passa a língua, olhando para os seios dela.

Arthur: Eu também gosto dos pratos que vocês servem lá — disse tentando participar do bate papo.

Rodolffo: Você a conheceu no restaurante?— pergunta Rodolffo. Oh, curioso!

Arthur: Sim — agora sim ele e viu meu olhar fulminante. Carla soltou uma gargalhada gostosa. Deve ter lembrado como realmente nos conhecemos. Acabei sorrindo também.

Rodolffo: Pensei que tivessem conhecido um ao outro, ontem na praia. Agora me conte como foi que se conheceram. Pela a cara da Carla, deve ter sido bem divertido.

Carla: Sim... Você não vai acreditar! — sorrio ao ouvi-la falar. — Melhor não.

Rodolffo: Conta você, Arthur — ele pede curioso.

Arthur: Na minha comida tinha um cabelo... — Nem terminei a frase e o Rodolffo já gargalhava junto com a Carla. Acabei sorrindo também. Ela olhou para mim e disse:

Carla: Desculpe!

Arthur: Tudo bem, esquece isso. Fui um grosso com você. Perdoa-me? — perguntei acariciando seu rosto. Rodolffo parou de gargalhar e fitou-me embasbacado, franziu o cenho e balançou a cabeça.

Carla: Claro! Você estava com a razão. "O cliente sempre tem a razão" — se ela soubesse que desde aquele dia não a tirei mais da minha cabeça. Rodolffo continuou me olhando.

Arthur: O que foi Cara? — perguntei sorrindo.

Rodolffo: Você está bem? — perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

Arthur: Estou. Por quê? — franzi o cenho.

Rodolffo: Mano... Estou perplexo! — sorriu e olhou para Carla, que continua sorrindo.

Arthur: Com o quê? — perguntei.

Rodolffo: Deixe quieto! — levantou-se e despediu de nós dois. — Ah! Carla eu espero você na minha festa.

Carla: Obrigada pelo convite — não confirmou se irá ou não.

Rodolffo: Arthur eu quero falar com você — seu olhar demonstrou que estava preocupado. Conheço esse cara como a minha alma.

Arthur: Carla, espere um instante.

Carla: Claro! — piscou um olho para mim.

Saímos do segundo andar, descemos a escada em direção a sala. Rodolffo estava com a expressão diferente.

Arthur: O que houve Rodolffo? —Indaguei preocupado.

Rodolffo: Arthur acrescentei mais provas ao dossiê contra o Sr. Campelo. E vim avisar que chegou a hora de você agir e por nosso plano em prática. Estamos em Novembro, preciso finalizar este plano até dezembro, o contrato na Rússia terá início em janeiro. Preciso que tudo seja concluído o mais rápido possível.

Arthur: Eu sei — bufo ao me lembrar do plano.

Rodolffo: A peça principal já está no tabuleiro. Ela chegou hoje de manhã, você precisa agir logo, ou decretarei falência em breve. E vou te avisando que o seus pais e os meus pais  ficarão sob a sua responsabilidade se isso acontecer.

Arthur: Vai sonhando.

Rodolffo: Mano... Sei que você não tem nada a ver com tudo isso, mas, eu só posso contar com você. Enviei para o seu e-mail, toda a rotina dela, horários, lugares. Agora é com você Mano. Ah... Ela é uma gata! E você está de quatro por ela?

Arthur: Quem?

Rodolffo: Carla. Espero que nada disso atrapalhe nossos planos e tire o seu foco.

Arthur: Tchau Rodolffo, antes que eu quebre a sua cara — acenou com a cabeça e saiu sem olhar para trás.

Onde eu estava com a cabeça para concordar com esse plano. Nunca me envolvi nos negócios do meu pai e Rodolffo. Meu pai sempre me criticou, nunca me apoiou. Tive que me virar sozinho para terminar meu curso, nunca sentiu orgulho de mim, nem um parabéns, nem um abraço. E até hoje, insiste nesse assunto, sempre a mesma coisa. Não sei por onde começar para pôr o plano de Rodolffo em prática. Até entendo a preocupação dele com esse assunto, mas, é difícil seguir com tudo. Tenho que ter um estômago resistente.

Eu estou é fodido!

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