"Oito anos atrás...Paris, França, 2013
Há exatos infelizes oito anos, perdi o meu bem maior, meu anjinho, meu bebezinho, a minha vida, em um trágico acidente de carro. Ele não resistiu aos traumas e faleceu em meus braços. Nesse dia eu perdi a minha única razão para continuar vivendo, perdi meu chão, meu único amor, eu perdi o meu filho.
Era um dia chuvoso e típico, apanhei meu filho Lucas na creche, ele estava dormindo. Coloquei-o devidamente confortável na sua cadeirinha. Fiz um carinho em seu rostinho bochechudo e dei um beijo em sua cabecinha, sentir o cheirinho do meu filho era maravilhoso e reconfortante, depois de um dia agitado de trabalho. Fazia o mesmo trajeto de todos os dias, olhei pelo retrovisor dianteiro e percebi que Lucas ainda dormia como um anjo em um sono tranquilo. A estrada estava escorregadia, mas nada de anormal.
Continuei o meu trajeto, quando de repente, vejo um caminhão vindo em minha direção na contramão em alta velocidade. Joguei o carro para o acostamento com um movimento brusco, mas, meu carro capotou várias vezes parando de cabeça para baixo. Consegui me soltar do cinto de segurança e sair do carro rastejando, eu só pensava em retirar o meu filho dali. Quando consegui abrir a porta do lado onde a cadeira estava, o vi o ensanguentado e desacordado, morri mil vidas e desejei estar em seu lugar.
Retirei-o da cadeirinha e o abracei, percebi que ele ainda estava respirando, mas, ele abriu os olhinhos e suspirou em meus braços, para em seguida fechar os seus olhos... Para sempre."
Sinto as lágrimas pesarem as minhas pálpebras e molharem os meus cílios. Abro e fecho os olhos tentando aliviar meu choro. Adormeço ali mesmo no sofá. E tem sido assim, a minha vida tornou-se insignificante, eu vivo apenas para não trazer sofrimento a minha mãe. Eu tento viver só por ela.
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Hoje é sexta-feira, estou cansada e com dor no pescoço. Maldito sofá minúsculo e duro! Eu quero somente chegar em casa, tomar uma ducha demorada e dormir. Não, eu não sou louca por gostar de ficar em casa em plena sexta à noite. É que às vezes o trabalho consome as minhas energias e não me sobra ânimo para nada.
Estava na cozinha experimental, pensando em várias coisas quando sinto um corpo me abraçando por trás.
Carla: Alex...
Alex: Princesa... Vamos sair para dançar e curtir a noite — falou virando-me para que eu pudesse olhar em meus olhos.
Carla: Hoje não vai dar Alex. Estou muito cansada para cair na balada e encher a cara — sorrio.
Alex: Carla, você vai sair comigo sim. Não aceito "não" como resposta. Não hoje. Você ficou a semana inteira sem sair. Só de casa para o restaurante, do restaurante para casa. Vamos princesa? Hein? — ele fala roçando a barba por fazer em meu pescoço. Fiquei arrepiada, mas não demonstrei o quanto mexeu comigo. Esquivei-me e saí de seus braços fortes falando:
Carla: Acho melhor não, Alex. Amanhã eu tenho que resolver várias coisas e quero descansar, não me cansar.
Alex: Carlinha, por favor, me dá essa chance de passar somente essa noite com você. Prometo que não vou forçar nada, a menos que me peça. Mas, sai comigo hoje — fez carinha de menino abandonado e me abraçou por trás de novo.
O Alex é lindo, sem contestar, e além de bonito é gostoso. Mas, não tem aquela "essenciazinha" que me faria perder a cabeça por ele.
Carla: Tudo bem. Eu vou. Mas, não se acostume e não confunda as coisas.
Alex: Passo no seu apartamento às 22hs — ele disse e mordeu o levemente o meu pescoço. Resmunguei e belisquei o seu braço. — Isso, belisca que eu gamo ainda mais, princesa — sorrimos.
Carla: Tudo bem, estarei pronta. Posso levar a Juliette também?
Alex: Claro. Adoro um ménage à três.
Carla: Cara, eu não sei por que ainda sou sua amiga. Você é um safado, um cafajeste. Sai daqui, some da minha frente seu pervertido. Só quero te encontrar a noite — digo sorrindo.
Ele saiu da cozinha experimental dando gargalhadas. Termino de fazer as minhas coisas, e finalmente meu dia chega ao fim. Saio do restaurante me despedindo de todos e indo para o meu carro, que é um Caltabiano vermelho com estofado em couro bege. Depois do financiamento do meu apartamento, ele foi a minha segunda conquista.
Chego em casa e procuro pelas chaves, dentro da bolsa. Fui direto para o banheiro tomar um banho e relaxar um pouco. Saio enrolada na toalha, vou até o guarda-roupa e pego uma blusa simples e uma bermuda qualquer.
Lembrei-me que precisava ligar para a Juliette. Disco o seu número e ela atende logo no primeiro toque.
Juliette: Fala gata! Porque está me ligando a essa hora? Aconteceu algo? Ou a carência bateu a sua porta? — Exagerada pensei.
Carla: Sim, aconteceu! Resolvi sair hoje com o Alex, e você vai junto também.
Juliette: Claro amiga, aceito — deu uma gargalhada.
Carla: Esteja aqui em meu apartamento às 21:30hs, Alex virá nos buscar às 22:00hs.
Juliette: Estarei aí amiga. Beijos!
Desliguei o telefone e corri para o quarto, revirei o guarda-roupa até encontrar uma roupa com cara de balada, decidi usar um vestido estilo túnica, preto com detalhes de brilho discreto. Para completar o "look" um cinto fino preto. Escolhi um par de brincos e, então optei por um Peep Toe de cetim preto para finalizar a produção. Fiz uma maquiagem apropriada para noite, soltei os meus longos cabelos, borrifei meu perfume preferido, Euphorria da Calvin Klein. Com uma última olhada no espelho peguei minha clutch dourada.
Assim que terminei de me arrumar, a campainha tocou. Fui correndo atender, já me preparando para dar um abraço em minha amiga. Abro a porta toda feliz e já pulo em cima de minha melhor amiga.
Carla: Juliette!
Juliette: Carlinha! Nossa... Você está maravilhosamente bonita. Arrasou no "look"!
Carla: Obrigada, você também está linda.
Juliette: Então, quer dizer que nós vamos sair com o gato do Alex? — falou entusiasmada.
Carla: Sim amiga, nós vamos. E pelo visto você adorou a ideia.
Juliette: Claro, com aquele gato do nosso lado, não teria como não gostar da ideia — disse sorrindo.
Ficamos sentadas no sofá, conversando amenidades quando a companhia tocou.
Juliette: Deixa que eu abro — disse correndo igual uma gazela no cio. Meu Deus, minha amiga não tem jeito.
Alex: Boa noite, minhas deusas — Alex falou entrando em meu apartamento. Ele estava lindo, vestindo um jeans escuro, blusa branca dobrada nos braços, bem casual. A aparência ajuda, não é?
— Boa noite Alex! — respondemos juntas.
Alex: Nossa... Vocês estão gatas, serei um homem invejado hoje à noite.
— Obrigada — agradecemos.
Alex: Já podemos ir? Ou as princesas ainda precisam retocar a maquiagem? — Deu o seu melhor sorriso mostrando seus dentes brancos e percebi o quanto seus lábios estavam com uma cor rosada. E, atrativos...
Juliette: Não Alex. Nós já podemos ir, seu chato — Juliette falou, olhando Alex por inteiro.
Alex: Então, vamos!
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Minha Tentação 🎯
FanficSinopse: Carla Diaz é uma mulher linda e Apaixonada por sua profissão. Quem a ver por fora não imagina como seu coração está despedaçado. Foi abandonada pelo seu único e grande amor e carrega o fardo de um passado que a escraviza na escuridão. Apó...