Capítulo 156 :

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Cheiro de carro novo. Adorei o meu. Sempre quis comprar um carro maior e mais luxuoso, mas minha mãe e Alex sempre foram contra.

Sou péssima para fazer baliza, não sei como vou estacionar esse carrão em uma vaga minúscula na orla. Conforme eu for dirigindo aos poucos irei me adaptando ao tamanho do carro. Fico até com receio de testar esses botões, são tantos comandos no painel que fico com medo de pressionar algum e o carro explodir. Conecto o iPod e deixo a música rolar. Coloco os óculos de armação dourada e lente espelhada. Paro no semáforo, aproveito e retoco o batom, o celular vibra entre minhas cochas, aposto que é o Arthur. Dou uma espiada rápida no visor e confirmo, é ele. Infelizmente não poderei atendê-lo, o sinal abriu e eu sou prudente.

Estaciono o carro sem muito esforço, graças à câmera interna do carro e o sensor de ré. Pronto! Olho para a entrada do restaurante que fica do outro lado da avenida e vejo o Felipe arrumando no bagageiro da moto, algumas pastas. Saio e atravesso correndo igual a uma louca.

Carla: Bom dia, Felipe!

Felipe: Olá, bom dia! — Desde a noite que dançamos juntos na festa do Rodolffo, Felipe evita ficar no mesmo ambiente do que eu. Acho que ele ficou com medo do Arthur, ou está sem graça depois da nossa dança mais intima.

Carla: Alex passou por aqui? — pergunto olhando para ele e para as pastas.

Felipe: Esteve e pediu para eu levar esses documentos para o contador.

Carla: Eu preciso que você pague umas contas, vamos até o escritório. — Atravessei o salão, avistei o Marcelo, Renatinha e mais dois funcionários limpando a Adega. — Bom dia!

— Bom dia! — eles responderam em uníssono.

Olhei para cada um e sorrio. A Renatinha estava com a aparência melhor, parecia até animada enquanto o Marcelo explicava a ela as diferenças entre os vinhos, mas quando viu o Felipe o olhou com desprezo e retornou a atenção ao que estava fazendo. Abri a porta do escritório e dei graças a Deus que o Alex deixou o ar-condicionado ligado. Pendurei a minha bolsa próxima à mesa Sentei e liguei o notebook que fica sobre a mesa. Olhei para o Felipe e ele continuava em pé, aguardando as contas.

Carla: Felipe?

Felipe: Oi.

Carla: Senta menino — sorrio. — Você está bem? — pergunto.

Felipe: Estou — ele levantou o olhar e fixou os seus olhos azuis claros sobre os meus.

Carla: Não parece. Quer conversar? — Ele sorriu e suas covinhas lindas deram o ar da graça.

Felipe: Você e Juliette... — passei as mãos nos cabelos e só agora lembrei que ainda estou de óculos de sol. Balancei a cabeça e sorrio de mim mesma. Retirei-os coloquei sobre a mesa. — Acho que não estamos mais juntos — ele fala baixo.

Carla: O que houve? Ela me ligou no sábado e disse que vocês estavam bem. Pensei que estivessem se entendendo

Na verdade, eu sei que eles estão brigados. E a Juliette praticamente me obrigou a prestar esse papel de Maria conciliadora. Deus perdoe-me! Olho para ele e vejo que está realmente triste. Amo a minha amiga doidinha, mas ela tem que entender que nem todos os homens são iguais, uns curtem o mesmo que ela, mas outros simplesmente não gostam.

Felipe: Não consigo acompanhá-la em suas preferências — ele respondeu com a voz contida e com um rosto entristecido.

Carla: Felipe... Juliette é uma mulher incrível, mas tem essa necessidade que eu também não compreendo, mas não a recrimino — ele fica com o rosto vermelho, acho que de vergonha por eu saber o que realmente a Juliette gosta e praticamente o aliciou a fazer. — Desculpe-me por estar sendo direta. Você não curte ter que dividi-la durante o sexo?

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