Capítulo 62 :

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A semana passou rápida e tranquila. Eu e Carla criamos uma rotina, onde eu decidi que ela dormiria comigo todas as noites, disso não abriria mão. Todos os dias pela manhã a deixo no restaurante e à noite, depois que saio da clínica passo em seu apartamento para buscá-la e seguimos para minha cobertura. Eu estou amando tê-la ao meu lado todos os dias, principalmente pelas manhãs.

Uma semana depois...

Arthur: Rodolffo e se essa porra não der certo?

Rodolffo: Cara, fica tranquilo. As microcâmaras possuem uma espécie de adesivo na parte posterior. Basta encostá-las em qualquer superfície e o serviço estará pronto. Elas já estão sincronizadas no meu notebook e do hacker que eu contratei. Além das câmeras você vai ter que instalar um programa em todos os computadores que encontrar pela casa.

Arthur: Rodolffo aí já é demais! Você está achando que sou o que? James Bond ou que eu estarei contracenando no filme missão impossível?

Rodolffo: Cara, fácil eu sei que não será. Mas você é detalhista e precavido, dará certo pode ter certeza.

Arthur: Falando assim, parece fácil mesmo. Agora como é que vou chegar até o escritório do Sr. Campelo? Estive estudando todo o ambiente e o escritório fica na ala oposta aos banheiros e quartos. O cômodo fica justamente entre a sala de jantar e a sala de visitas.

Rodolffo: Na hora você vai conseguir se virar. Arthur?

Arthur: Fala cara — lá vem bomba.

Rodolffo: Leva a Rafaela para uma boate. Deixe-a bêbada e depois diz que quer foder ela no escritório do pai. Pronto, resolvido! — Fácil?

Arthur: Pode ser!

Rodolffo: Mano, posso conseguir umas paradas que irá deixá-la doidona na mão do palhaço. Faço questão de ver depois o vídeo.

Arthur: Rodolffo não irei drogar ninguém! Posso até perder o direito de exercer a minha profissão. Fui claro?

Rodolffo: Calminha aí, Dr. Arthur Picoli. Estava só te "zoando".

Arthur: Rodolffo, vindo de você eu espero tudo.

Rodolffo: Já ouviu falar em "boa noite Cinderela"?

Arthur: Sim. Cara isso vai dar merda — não aguento meu amigo cara. Ele é foda!

Rodolffo: Não vai dar merda. Relaxa Arthur se não o nosso plano não vai encaixar.

Arthur: Sabe o que me deixa mais perplexo? É essa sua tranquilidade para resolver os seus problemas. Repito SEUS PROBLEMAS! Arruma a substância que eu farei a minha parte. Que até agora percebi que é a mais difícil.

Rodolffo: Difícil? Você tá pegando a gostosa da Rafaela. Acha isso difícil?

Arthur: Não tenho nada com ela. Na verdade nunca tive Rodolffo. Você sabe melhor do que eu, que eu e Rafaela não passamos de um erro de percurso. — quero esquecer essa fase.

Rodolffo: Graças a Deus, ela não cismou comigo quando a conhecemos naquele jantar.

Arthur: Infelizmente não posso dizer o mesmo. Ela me atentou até conseguir o que queria e depois mudou completamente. Até hoje não entendi qual foi a real intenção dela. Você acredita que eu nem lembro quando transamos? Só lembro quando acordei de manhã com ela nua ao meu lado.

Rodolffo: Você nunca me contou isso. Acho que você tomou "boa noite Cinderela" também — o engraçadinho cai no riso.

Arthur: Fiquei tão perturbado na época com a porra do noivado e a gravidez, que fiquei aéreo. Mas esquece isso, não vale mais a pena lembrar.

Rodolffo: Verdade! Mano, tenho certeza que Sr. Campelo faz todas as transações bancárias e suas falcatruas dentro daquele escritório. As duas pessoas que infiltrei na empresa dele, espalharam essas microcâmaras e microfones do mesmo seguimento em todo o escritório e departamento financeiro da empresa dele, mas até agora nada. Chegamos à conclusão que ele executa tudo através de seu escritório pessoal. Ele não é tão desprovido como imaginei. Acredito que alguém esteja o ajudando a movimentar todo esse dinheiro.

Arthur: Rodolffo, o valor que o papai transferiu para a compra da suposta empresa, certamente não está mais aqui no Brasil. Ele deve manter alguma conta aberta em um desses paraísos fiscais.

Rodolffo: Pode ficar tranquilo que eu estou ligado nessa parada. O hacker já invadiu todas as contas sincronizadas ao nome da família dele e da empresa, mas não conseguiu encontrar onde o dinheiro foi parar. O seu pai fez a transferência entre contas através das empresas e a partir daí aparece somente o valor exorbitante na conta dele no dia da transferência, mas sem movimento, sem destino. Ou seja, nosso dinheiro está viajando por aí.

Arthur: Cada dia eu sinto mais nojo daquele velho interesseiro. Ele puxou meu saco o tempo todo quando estive na casa dele. Provavelmente, acha que juntando eu e a filha ele terá acesso a empresa da nossa família com maior facilidade, já que sou dono de 19%.

Rodolffo: O seu pai está preocupado com o rumo da empresa depois da perda das ações que ele acha que comprou. Mal sabe que na verdade levou um arcaico golpe do vigário. Disse a ele que não precisa mais frequentar diariamente a empresa. Ele me pede desculpas toda hora por ter investido alto nessa empresa.

Arthur: Rodolffo, você tem que dar um jeito de tirar o direito do meu pai de tomar decisões e principalmente, assinar e movimentar a conta da empresa. Infelizmente, ele não tem mais capacidade cognitiva para tomar decisões.

Rodolffo: Aos poucos estou fazendo isso. Mas se ele insistir teremos que interditá-lo. Estou pensando no bem estar dele e de nossa mãe. Pois se deixasse ele no comando, já teria falido a Picoli Engenharia, completamente.

Arthur: Concordo com você Rodolffo. Agora me deixa ir para casa que a Carla está me esperando. Só você para me tirar dos braços da minha loirinha.

Rodolffo: Sai daqui seu bund...

Arthur: Bundão é você, que só gosta de foder uma mulher com outro homem junto — até hoje não entendo essas preferências do meu amigo.

Rodolffo: A mano, isso eu não vou negar. É gostoso pra carambaaaa — vai entender neh? — O dia que você quiser experimentar, pode trazer a Carla. Ela é perfeita do jeitinho que eu gosto. — não irei entrar na zoação dele, se não irei acabar com esse rostinho dele de princesinha.

Nós nos despedimos com as gentilezas de sempre e fui direto para meu apartamento buscar a Carla para irmos ao cinema. A cada dia que passa estou mais envolvido. Impossível não ficar viciado nela.

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