Segui até o corredor que dava acesso a nossa suíte, abri a porta lentamente para não acordá-la, entrei e fechei a porta atrás de mim. Fui até o banheiro e coloquei o telefone para carregar ligado. Caminhei devagar até a cama, me despi sem fazer ruídos, fiquei apenas de boxer e meias. O quarto estava escuro e frio, por causa das persianas que ainda estavam fechadas e o ar condicionado ligado.Sentei-me ao seu lado. Ela estava dormindo de barriga para baixo e sua cabeça estava inclinada para o lado sobre dois travesseiros. Acariciei os seus cabelos, afastei alguns fios soltos que encobriam o seu rosto. Sorrio. Consegui sorrir ao ver o biquinho que ela fazia sempre que estava preocupada e nervosa. Biquinho lindo! Abaixei o suficiente para alcançá-la e encostei os meus lábios levemente nos seus, deitei e a puxei de encontro ao meu peito, ela se moveu e virou ficando de lado e de costas para mim, puxei o edredom e nos cobri. Enfiei o meu nariz em seus cabelos e inspirei o cheiro de morango. Cheiro reconfortante, cheiro de estar de volta a minha casa. Passei um braço em torno de sua cintura e a prendi em meu abraço, deslizei a minha mão livre até o seu ventre e o acariciei.
Arthur: Eu te amo tanto meu amor. Hoje, eu não saberia o que fazer sem vocês três. Mesmo eles dois estando ainda aqui dentro, eu já amo incondicionalmente. Serei o melhor de mim para vocês — beijei o seu pescoço e ela se aconchegou em meu abraço.
Fechei os olhos. Adormeci.
Carla: Arthur... Você está aqui comigo. Eu pensei...
Abri os olhos, mas ele se rejeitaram a serem abertos, forcei assim mesmo, pois estou muito cansado e meu corpo está pedindo para ser recarregado. Senti os seus lábios macios e quentes em meu peito e sua voz melosa e chorosa...
Carla: Eu pensei que tivesse me deixado. Eu pensei que havia perdido você — senti uma lágrima descer através do meu bíceps e cair no meu abdômen. — Eu orei muito para Deus não levar o Rodolffo. Como ele está? Quero ver o meu cunhado! Eu já amo aquele moleque — ela falava e chorava ao mesmo tempo, eu ainda estava sem foco, só ouvia a sua voz e seus suspiros por causa do choro. — O Alex me disse que ele sofreu um acidente...
Eu não estava em um pesadelo, tudo o que vivi durante essas últimas horas é real. Agora me deparo com a realidade, preciso avisar meus pais e o meu tio e conversar com a Carla que não pode ficar nervosa. Sentei e apoiei-me sobre os travesseiros.
Arthur: São dois? — foi à primeira coisa que veio em minha mente.
Carla: Sim — ela sentou em meu colo e deitou a cabeça em meu ombro. — Arthur, eu preciso saber o que está acontecendo... O Rodolffo ele está bem? Recebi uma ligação e... — A interrompi colocando a mão sobre os seus lábios.
Arthur: O Alex me contou sobre a ligação. Não precisa repetir, eu sei o que disseram a você pelo celular. Carla... Você não pode ficar nervosa. Preste atenção, o Rodolffo vai ficar bem. Ele foi submetido a duas cirurgias e foi transferido para o CTI, ainda é muito cedo para sabermos como ele realmente está, mas eu tenho certeza que sairá dessa.
Carla: Oh, meu Deus! No CTI?
Arthur: Não chore mais, ele é forte e vai sair dessa, resistiu a duas paradas cardiorrespiratórias e depois a mais duas cirurgias. Não será dessa vez que ele se livrará desse cara chato aqui.
Afastei-a o suficiente para olhar a barriguinha dela, inclinei-me para frente e abaixei o suficiente para alcançar o seu ventre. Beijei e inspirei o cheiro doce de sua pele.
Arthur: Eu te amo — eu estava esgotado e fadado de controle, deixei que o choro se apossasse de mim e derramei lágrimas espessas e pesadas em seu ventre.
Carla: Oh... Meu amor, eu não sei o que te dizer, mas vamos passar por tudo isso juntos. Estou aqui, eu te ajudo! — ela falava e fazia-me carícias em minha cabeça e rosto. Segurou com as duas mãos o meu rosto e me fez olhar para ela. — Ei... Eu te amo. Você sempre foi forte, precisamos muito de você — acariciou o próprio ventre. Respirei fundo e fitei os seus olhos banhados por lágrimas. — Ontem eu tive um vislumbre de como seria a minha vida sem você. Cheguei à conclusão que, eu prefiro morrer a viver sem você. A minha vida é viver ao seu lado e agora temos esses dois carocinhos de feijão que irão precisar de nós dois.
Arthur: Eu ainda não estou acreditando que de uma só vez eu fiz dois filhos em você.
Carla: Ai... Não poderia ser diferente, sua pressão é forte — sorriu.
Seus lábios macios encostaram-se nos meus e ela os umedeceram com a língua e logo invadiu a minha boca. Foi um beijo reconfortante e carinhoso, ela sempre sabe como me fazer sentir melhor.
Carla: Amor, eu não sei se estou certa quanto a isso, mas recebi a tal ligação, e depois que o Alex explicou o que realmente havia acontecido, eu cheguei à conclusão que talvez o Rodolffo tenha sofrido um atentado.
Arthur: É, pode ser. Nós temos o mesmo modelo de moto — parei para pensar melhor nessa hipótese e... Foi um acidente provocado por alguém! É muito coincidência a ligação e o acidente. — Eu preciso ligar para o investigador da delegacia, a qual o Rodolffo denunciou o caso dos Campelo — ela saiu do meu colo e eu levantei da cama.
Carla: Arthur, você precisa ligar para o pai dele e os seus pais — parei no meio do quarto e virei para ela.
Arthur: Eu não posso dizer pelo telefone o que aconteceu com o Rodolffo, terei que ir até eles e falar pessoalmente — ela aquiesceu e levantou-se da cama também.
Carla: Vai tomar um banho. Vou preparar alguma coisa para você comer e separar uma roupa para você vestir — entrei no banheiro e peguei o roupão.
Arthur: Tome — atirei o roupão de banho para ela. — Vista isso, Alex ainda está aqui — ela sorriu e balançou a cabeça. — Sem liberdades, estou de olho nele.
Carla: Seu bobinho, Alex está apaixonado e muito feliz.
Arthur: Pode até ser, mas ele faz sempre questão de deixar claro, que você é importante e que eu a roubei dele. Não quero correr o risco...
Carla: Xiii... Não é hora para isso. Eu sei que você está nervoso com tudo o que está acontecendo. Eu te amo! E, não existe ser humano nesse universo que me faça desistir de nós dois — ela disse fazendo um nó no roupão. — Agora vá tomar um banho. Estou esperando você na cozinha.
A água escorria e eu tentava ganhar controle e sabedoria para saber lidar com tudo que estar por vir. Não sei como dizer ao meu tio e aos meus pais sobre o Rodolffo, não sei o que fazer com a empresa dele e muito menos o que irei fazer quanto ao telefonema que a Carla recebeu. É tudo muito incompreensível, se eu avaliar os fatos, tanto os Campelo quanto o próprio Lorenzo, poderiam estar envolvidos no acidente que colocou o meu melhor amigo em uma cama no CTI e respirando por ajudada de aparelhos.
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Minha Tentação 🎯
FanficSinopse: Carla Diaz é uma mulher linda e Apaixonada por sua profissão. Quem a ver por fora não imagina como seu coração está despedaçado. Foi abandonada pelo seu único e grande amor e carrega o fardo de um passado que a escraviza na escuridão. Apó...