Capítulo 87 :

1.3K 91 43
                                    


Carla: Você nunca percebeu? Eu sou desequilibrada. Tomei antidepressivos, calmantes, tudo tarja preta por Sete anos. Agora só faço uso por hobby. Acho melhor você sair dessa furada e, me deixar sozinha, nunca serei perfeita para você. — Seu peito sobe e desce repetidamente, ela está transtornada. Eu sou o culpado por isso? Ou tem mais do que isso?

Arthur: Meu amor, você está muito nervosa. — Tentei tocá-la, mas sua voz foi mais rápida do que o meu toque.

Carla: Não me toque! — levantou e foi até a pequena cozinha americana.

Abriu o armário, retirou uma caixa que estava escrito na tampa "Farmacinha". Abriu e começou a separar alguns comprimidos, colocando-os em cima do balcão. Observei tudo calado, não acredito que ela vai tomar todos esses comprimidos. Cheguei bem próximo ao balcão e puxei a caixa de suas mãos.

Carla: Me devolve isso agora! — esbraveja em cima de mim.

Arthur: Não! — grito um não assustador.

Carla: Arthur, me esquece.

Arthur: Nunca! — peguei as caixas que ela estava manuseando e confirmei o que imaginei que fossem. As drogas dos remédios que ela se tornou dependente. — Você não vai ingerir esses comprimidos. Quer morrer? O que você tem nessa cabeça que te faz acreditar que pode engolir essas drogas? — pego a caixa onde tinha inúmeros tipos de remédios, fui até a pia, abri a torneira e coloquei sob a água. Olhei para ela e disse: — Perdeu o juízo?

Carla: Seu... Seu... Filho da...

Arthur: Não termine esta frase, ou irá se arrepender. — Pela segunda vez ela tenta me chamar de filho da puta. Não admito isso. Minha mãe é uma santa, não merece ser chamada de puta.

Carla: Bastardo!

Arthur: Bastarda! — grito com ela de volta.

Carla: Argh! — Ela libera um som da boca, chegou a ser engraçado e ao mesmo tempo assustador.

Arthur: Isso, grita, chora, quebra tudo. Pode até me agredir, mas não deixarei você ingerir esses remédios. Você sabia que eles causam dependência? É o mesmo efeito de qualquer droga. Porra! Você deve estar louca!

Carla: Eu te odeio!

Arthur: Odeia merda nenhuma. Não é isso que você diz quando está gozando.

Carla: Arghhhhhh! — Ela grita descontroladamente. — Eu finjo todas às vezes.

Arthur: Finge porra nenhuma. Você gosta, e gosta muito. — Rebato indignado, com o nível que chegou a nossa discussão. — Eu sei diferenciar uma mulher que está fingindo da que está gozando. Carla, eu tenho 32 anos, não sou um moleque. Agora chega! — fechei a torneira da pia, segurei seu braço e puxei-o com força até ela se mexer e aceitar ser guiada até a sala. — Senta nesta merda de sofá. — Fiz com que sentasse a força.

Arthur: Escute... Eu, não sou seu amigo com benefício. Sou seu namorado, não aceito ser tratado como qualquer merda. Nunca fui ignorante com você, sempre a tratei com respeito e carinho. O mínimo que exijo hoje é que me respeite. Okay?

Carla: Hipócrita — diz com a voz mais controlada.

Arthur: Ah, eu sou Hipócrita? Então Carla Diaz, somos dois hipócritas. — Ela me ignora e desvia os olhos para o teto. — Olha para mim enquanto falo, não desvie os olhos — sento ao seu lado e viro-me até ficar de frente para ela. — Eu exijo que você me conte tudo sobre a sua vida. Quero saber de tudo e por você — arregalou os olhos grandes. Tirou a toalha que estava enrolada em sua cabeça. Os cabelos longos e pesados caíram como se fossem cortina em suas costas.

Carla: Estou cansada. Hoje não vou conseguir falar nada. Minha cabeça está congestionada com muitas informações.

Arthur: Comece a falar agora! — exijo. Suas sobrancelhas arqueadas mostrando o quanto esta surpresa com minha atitude.

Carla: O que você quer saber? — Ela acha que sou otário, só pode.

Arthur: Tudo sobre a sua vida. Tudo! Sem mentiras, sem omissões.

Carla: Arthur eu tenho defeitos como qualquer outra pessoa. Mas nunca menti para você. Não condiz com a minha índole. Eu sou assim, preciso de tempo e confiança para expor a minha vida. Não poderei expor toda a minha vida para um bastardo pornográfico que se deixa ser filmado em momentos inusitados.

Arthur: Estou abismado. Como você está sendo reservada. Deixe de ser pudica! Não acredito nisso, depois do que vivemos e fizemos juntos, você vem falar sobre confiança?

Carla: Você ocultou a realidade, usou uma máscara de aparência, fingiu... Fingiu um comportamento, que não condizia com o que você me mostrou ser. — Ela tenta mudar de assunto para desviar o foco da minha atenção. Foda! Oh mulher difícil.

Arthur: Carla Diaz, eu nunca fingi e muito menos encenei minhas atitudes enquanto estivemos juntos. Nunca mesmo! Agora sim, você... Você mentiu ou omitiu, não sei ao certo, a sua vida para mim. Esperei com paciência você se abrir, conversar sobre sua vida. Mas o que eu ganhei? Nada! Bastou eu errar, para você se rebelar dessa maneira. E o babaca aqui, todo condescendente, compreensivo.

Carla: Arthur não reverta os papéis, isso não diminuirá a sua culpa quanto ao vídeo pornográfico. — Perdi a paciência.

Arthur: Porra! Eu não estou revertendo nada. Eu errei sim, admito. Mas, não irei ficar me martirizando por causa de uma droga de mal-entendido. Já expliquei tudo e detalhadamente a você. Agora se a dona da razão, não consegue ser indulgente por causa do seu PASSADO, eu juro que me retiro da reta.

Carla: Indulgente... Indulgente! Você quer é ser perdoado com facilidade.

Arthur: Chega — levanto-me da droga do sofá. — Se eu sair por aquela porta — apontei com indicador para a porta da sala, — Eu não voltarei mais. — Nunca conseguiria viver sem minha feiticeira, mas ela precisa se posicionar e parar de agir dessa maneira. Então eu minto dizendo que irei embora.

Comentem

Minha Tentação 🎯Onde histórias criam vida. Descubra agora