Capítulo 135 :

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Carla: Parabéns Sra. Beatriz! Espero que possamos nós conhecer melhor, confesso que já estou curiosa para saber mais sobre você — entreguei seu presente.

Beatriz: Nada de Senhora Beatriz, apenas Beatriz ou se preferir, Bia — sorriu abertamente e foi nesse detalhe que encontrei semelhança entre ela e Arthur. Os dentes deles são parecidos, na verdade os lábios, a boca inteira. Olhei para o meu noivo e ele estava com o mesmo sorriso nos lábios. Lindo!

Beatriz: Eu quero saber tudo sobre você. E, não se esqueça de uma coisa: joias, sempre joias! — sorrio.

Não fui eu quem escolheu o presente, mas depois desse lembrete, preferi não falar nada, apenas concordei. Ou seja, não importa a ocasião, ela sempre terá preferência em receber como presentes em joias.

Xxx: Que algazarra é essa que ninguém me chama? — Uma mulher adentra o quarto parecendo indignada.

Arthur: Sabe ne? So gente importante foi convidado. — Ele diz abraçando a tal mulher.

Xxx: Ae? Eu sempre soube que você é o preferido.

Arthur: Bem que você sabe. — Arthur diz implicando.

Beatriz: Não tem nada de preferido, eu amo os três igualmente. — observo a cena encantada. Suponho que essa seja a irmã mais velha de Arthur, os dois são parecidos.

Arthur: Thais, quero te apresentar minha noiva Carla Diaz.

Thais: Prazer, Carla Diaz. — Assim como a mãe, ela me abraça. — Saiba que agora você tem uma fã. Quando eu imaginar que veria o meu irmão de quatro por uma mulher.

Arthur: Thais... — Arthur chama a atenção dela. E eu acabo rindo da careta que ele faz.

Thais: Quê? Eu estou falando alguma mentira?

Beatriz: Crianças se comportem, temos visitas — Beatriz chama a atenção dos dois como se eles ainda fossem duas crianças birrentas.

Arthur: E ai como anda a empresa? E São Paulo? — Arthur comentou uma vez, que a irmã que comanda a sede da empresa que fica em São Paulo e Rodolffo a filial aqui no Rio de Janeiro.

Thais: Eu nunca vou me acostumar com São Paulo, não tem praia.  — os riram.

Depois de conversarmos mais um pouco, com a mãe e irmã do Arthur. Voltamos para o ambiente onde será o jantar. Arthur apresentou-me para a irmã mais nova dele e o sobrinho. Fiquei emocionada quando o pequeno Pedro me abraçou, me lembrei dos abraços do meu pequeno Lucas. Arthur também me apresentou para alguns funcionários que trabalham para os pais dele e alguns amigos da família.

Xxx: Dr. Arthur Picoli. — Um senhor baixinho e obeso, vestindo um terno apertado preto, cumprimentou-o com entusiasmo.

Arthur: Oi! Quanto tempo, Deputado Corins — que nome diferente.

Corins: Como você está rapaz?

Arthur: Estou ótimo! E a senhora Jandira? — Arthur perguntou.

Corins: Está bem! Está conversando com sua mãe. Ah! Obrigado pelo milagre. Diminuir aqueles silicones foi uma ideia espetacular — ele falava baixo, o suficiente para o Arthur escutar. Mas tenho ouvidos de bebê, então escutei tudo com um sorriso leve no rosto.

Arthur: De nada! Apenas fiz o que achei o que seria o ideal. Estavam desproporcionais para o corpo dela. A Sra. Jandira é uma mulher de baixa estatura e tronco médio e, tudo aquilo ao longo do tempo traria consequências à saúde dela.

Constatei que apenas o meu noivo tem os olhos esverdeados e acabei ficando curiosa para saber de quem ele herdou esse par de olhos. A Thais sua irmã tem, mais o tom é diferente. Sentamos em uma confortável poltrona na varanda gourmet e conversamos um pouco mais com alguns familiares dele. Fiquei todo tempo observando a maneira que ele conversava, sorria e dava atenção às pessoas. Ele é bastante comedido e às vezes introspectivo, não consegue sustentar por muito tempo uma longa conversa. Algumas vezes eu até sorria da forma que ele encontrava para se livrar das pessoas que o cumprimentava e o incluía em alguma conversa mais demorada.

O Sr. José Picoli se dirigia ao Arthur de maneira rude e seca. Essa forma de tratar o Arthur já estava me dando nos nervos. Por que ele o tratava desta forma? Poucas vezes se designou o olhar em minha direção, confesso que isso me incomodava. Será que ele não gostou de mim?

Beatriz: Distraída? — A Beatriz sentou ao meu lado e acariciou o meu ombro, um gesto que fez aumentar ainda mais a minha curiosidade em conhecê-la melhor.

Carla: Não, estou observando as pessoas. Sou bastante observadora. Gosto de definir a personalidade de cada um.

Beatriz: Psicóloga?

Carla: Ah, não! Gastrônoma e curiosa — sorrio.

Beatriz: Linda profissão.

Carla: Obrigada! — agradeci orgulhosa.

Beatriz: Você é chefe em algum restaurante, ou não exerce a profissão?

Carla: Sou chefe — não sei por que, mas as pessoas sempre me fazem essa pergunta.

Beatriz: Eu nunca pude exercer a minha profissão. Sou psicóloga — a voz dela saiu baixa e com um leve tom de tristeza.

Carla: Por quê? — Fitou-me, como se quisesse encontrar algum sinal de cumplicidade. Sorrio para ela e resolvo tomar iniciativa. — Não teve tempo para exercê-la? — seus olhos desviaram dos meus e procuraram a pessoa exata que a impediu de exercer a sua profissão. O Sr. José. Sem palavras, entendi o que ela quis me passar.

Carla: Ele não deixou? — perguntei, mesmo já sabendo qual seria a resposta.

Beatriz: Não.

Carla: Entendo. Eu faria o mesmo pelo Arthur. Principalmente se tivermos filhos. Mas não para sempre, apenas até as crianças crescerem.

Beatriz: Eu pensava o mesmo, mas quando chegou na hora falhei. Não tive estrutura psicológica para enfrentá-lo.

Carla: Sei, entendo — não nos conhecemos para termos intimidade, mas fiquei tão à vontade interagindo com a minha futura sogra que parecíamos amigas de longas datas.

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