Capítulo 16 :

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Bônus do bônus

Carla: Eu, estou te perguntando se você quer que eu lhe dê satisfações de tudo o que eu faço. Entendeu?

Arthur: Não. Sinceramente, não entendi — ele respondeu.

Espera aí... Estamos discutindo? Quando permiti que isso iniciasse? Oh Deus!

Carla: Me desculpe. Estou sendo grossa com você.

Ele se levantou com a testa enrugada que o deixava ainda mais com a cara de mau. Aproximou mais um pouco e falou:

Arthur: Vim saber se estava melhor, vejo que está bem melhor e até demais. Então, já vou indo — virou e seguiu em direção a porta da entrada.

Carla: Espere Arthur! — falei alto. Ele parou no meio da sala, virou-se a fim de fitar-me e disse:

Arthur: Carla, ontem vi aquele babaca que você disse ser seu amigo, gritar com você e por pouco não lhe agrediu. Pensei que ele fosse uma ameaça a você. Então, corri igual a um louco para te encontrar e ver se precisava de ajuda. Te encontro atormentada e desolada, sozinha de madrugada na porta da boate, te ofereci carona e você aceitou. Não sei por que, mas você chorou desesperadamente em meu peito e depois nos beijamos igualmente desesperados. Confuso não é? — ele pergunta com ironia. — Agora eu te pergunto? — ele levanta as sobrancelhas e abre ainda mais os olhos. E continua falando... — Ele é seu namorado? — Espera a resposta com o olhar fixo nos meus olhos.

Carla: Não — falei, mas saiu quase um grito, ao invés de uma palavra. Por que estou agindo desse jeito igual a uma idiota? Estou sendo grossa e mal educada com ele. — Me desculpe novamente Arthur. Estou um pouco confusa com tudo que vivi em menos de um dia.

Arthur: Ah sim! Mas você ainda não respondeu à minha pergunta — fitou-me ansioso.

Carla: Ele não é meu namorado. Ele é meu sócio e meu amigo — falo sem entender o seu interesse em saber se estou namorando o Alex.

Alex: Então, por que ele entrou no seu quarto e falou tudo aquilo com você? — ele escutou tudo o que Alex falou no quarto. Sabia! Avisei para aquele louco falar baixo, mas, ele é impulsivo e descontrolado. Meu Deus!

Carla: Arthur, eu e Alex somos amigos há muito tempo, sabe... Temos intimidade o suficiente para entender as vontades um do outro — tento explicar todo o mal-entendido, mas parece que piorei a situação.

Arthur: Entendi Carla — ele me olha com desprezo. — Desculpe a intromissão, mas, achei que você estivesse com algum problema. Por isso vim até seu apartamento somente para saber se está melhor. Mas agora preciso ir...

Carla: Ah sim! Mas você precisa me responder algumas perguntas Arthur — falo rápido demais e ele me olha sem entender. — Como você conseguiu subir sem ser anunciado? Como você sabia o número do meu apartamento? Por que você fez tudo aquilo por mim ontem à noite ou hoje de madruga, não sei ao certo? E, principalmente por que você me beijou? — Precisava entender tudo o que ele pensava sobre isso.

Olhei para aquele homem com ar de arrogância e prepotência, vi como exalava imponência. Aquela imagem refletia em meu cérebro em forma de energia, meu cérebro funcionava a todo vapor. Observando e salvando cada detalhe dele. Cabelos cheios e castanhos, pele clara, rosto másculo chegando até ser um pouco épico, como aquele Deus Grego das histórias de mitologia.

Nariz longo que se encaixava perfeitamente a seu rosto, boca grande de lábios vermelhos e delineados como se tivesse sido desenhado à mão, queixo quadrado e perfeitamente enfeitado por uma barba escura por fazer, completando o pacote de um homem espetacularmente maravilhoso e soberano. Qualquer mulher ficaria de quatro por um homem assim, ainda mais depois de poder sentir a intensidade dos seus beijos. Mas eu, eu não sou qualquer mulher. Muito menos estou à procura de um homem.

Enquanto visualizava cada parte de seu corpo e expressão de seus olhos, ele resolveu responder às minhas perguntas que, sinceramente nem lembro mais o que perguntei.

Arthur: Eu disse na portaria que era seu irmão. E... O porteiro autorizou a minha entrada. E quando entrei na recepção, uma mulher, acho que era a recepcionista me informou seu andar e número do apartamento — ele explica na maior tranquilidade, como se aquilo fosse normal.

Fiquei realmente desapontada com a segurança do prédio. Eu nem tenho um irmão. Que doideira!

Arthur: E, quanto a tudo que houve entre nós dois... Creio... Que você gostou tanto quanto eu. Então, não tenho o que explicar a você. Preciso realmente ir, tenho compromisso daqui a pouco. — Ele me olha com arrogância como se quisesse me dizer que tem compromisso com alguém do sexo feminino. Ah vá! Pensei eu... Como se eu me importasse com isso... Ou me importo?

Carla: Ok! Obrigado por vir e fique à vontade para retornar quando quiser. Mas, peça para anunciá-lo antes de subir — falo no mesmo tom arrogante que ele usou para falar comigo, sobre o suposto encontro.

Caminho até ele e estico a mão para abrir a porta. Quando abro, ele sai se aproxima e beija meu rosto, mas o beijo saiu meio que, molhado e eu pude sentir o cheiro refrescante de sua boca. Fechei os olhos por instinto e quando os abri encarei o seu rosto me olhando bem de pertinho, com uma expressão confusa.

Arthur: Tchau Carla! Até qualquer dia — virou-se e partiu.

Carla: Tchau Arthú! — Seu nome saiu quase como um gemido dos meus lábios. Nem se quer olhou para trás. Nossa que difícil!

Entrei e fechei a porta atrás de mim.

Carla: Nossa que começo de sábado animado. Que homem intenso!

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