Capítulo 113 :

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Juliette: Segura logo e para de "mimimi" — ela ordena, mas ele não se intimida com seu tom autoritário.

Felipe: Carlinha posso segurar a sua cintura? — ele perguntou com a boca colada ao pé do meu ouvido, todo envergonhado. Fiquei arrepiada com o calor de seu hálito em meu pescoço.

Carla: Pode pegar com força, Felipe. — Acreditem ele estava com medo.

Juliette segurou as duas mãos dele e as colocou em minha cintura de novo.

Juliette: Faça uma pobre menina abandonada feliz! — Juliette gritou apertando o abdômen do garoto. Morri de rir.

Cheguei a uma breve conclusão: ele está vivendo uma noite de treinamento para ser jogado aos lobos. Segurou-me com jeito. Minha coluna bateu em seu abdômen e nas mãos nervosas da Juliette.

Carla: Nossa Senhora! — gritei animada, mas minha animação quase se esvaiu quando vi o Arthur e a ruiva, chegando na pista.

Ele falou alguma coisa em seu ouvido que a fez sorrir igual a uma hiena no cio. Isso só me atiçou, rebolei como se não houvesse o amanhã. Quando estava totalmente imersa no ritmo da música, senti o Felipe se afastar de novo, Pendi a cabeça para o lado para fitá-lo, seus olhos verdes estavam escuros e o rosto vermelho. Tentei ver a Juliette mais não a encontrei.

Carla: Cadê a Juliette? — mostrou-me indicando com a cabeça. Ela estava dançando com o Rodolffo e mais uma mulher. Nem percebi que ela havia nos deixado.

Felipe: Acho melhor pararmos de dançar assim — disse com a boca próxima ao meu pescoço.

Carla: Por quê? — perguntei, mas sem perder o rebolado, continuei remexendo-me.

Felipe: Melhor pararmos — ele fala.

Carla: Não. Estou gostando. Vamos continuar.

Felipe: Tá bom! Mas para de rebolar desse jeito. Está difícil aqui em baixo — pendi a cabeça novamente para fitá-lo. — Não tenho culpa. Você é linda e eu sou homem. — É impressão minha, ou a voz dele mudou de timbre?

Carla: Vou tentar não rebolar próximo ao seu amiguinho — disse movida pela adrenalina e álcool

Felipe: Agradecemos — referiu-se a ele e o seu amiguinho de baixo. Que situação! Virou-me de frente para ele, segurou em minha cintura e dançamos como se estivéssemos em um concurso de lambada. — É melhor assim — ele disse e eu concordei. — O cara que você não sabe se é o seu namorado ou não, não tira os olhos de nós dois. Ele está com uma expressão que não está nada satisfeito com o que vê.

Carla: Esquece ele — disse.

Felipe: Posso até esquecer, mas ele não me esquecerá. Pois está vindo em nossa direção com uma fúria, estou quase saindo daqui correndo, fugido. Carlinha... Acho que ele vai quebrar a minha cara. Ele fechou as mãos...

Carla: Fica calmo — tentei tranquilizá-lo, mas foi em vão. O garoto tremeu todo quando uma voz grossa e incisiva nos atingiu.

Arthur: Tire as mãos dela. AGORA! — Felipe só faltou empurrar-me na direção do Arthur.

Carla: Não! — gritei para ambos ouvirem, pois a música estava mais alta do que antes.

Arthur: Vem... Vem que eu vou te mostrar uma coisa — Arthur me segurou pelo braço e saiu me levando em direção a uma porta imensa, ao lado dela tinha dois homens de terno e gravata, parecem ser seguranças.

Eles abriram a porta e nos deixaram passar. Conforme nos afastávamos, a música aos poucos se tornava baixa, até que desapareceu qualquer ruído que pudesse identificar que acontecia uma festa no mesmo andar.

Carla: Arthur me solta! — Ele caminhava decidido, segurando o meu braço.

Arthur: Não!

Carla: Vai deixar a sua amiguinha sozinha? Vai acabar perdendo sua foda da noite. Percebeu que está repleto de homens gostosos e sozinhos na festa?

Arthur: Pare de falar asneiras — juro que não consegui segurar o surto de risos.

Carla: Asneiras? Quem é que usa essa palavra arcaica? — disse com deboche. — "Pare de falar merda", soa mais contemporâneo — falei para irritá-lo.

Arthur: "Cale a boca", soa do jeito que eu quero — ele disse com a voz grossa e seca.

Carla: Se você não me soltar vou gritar.

Arthur: Grita, ninguém vai te escutar. — Um sorriso sarcástico surgiu no seu rosto.

Carla: Me larga seu maluco.

Arthur: A única maluca aqui é você.

Carla: Maluca que você usou e se lambuzou até enjoar.

Arthur: Quem disse que eu enjoei? — segurou-me com posse, encurralou-me contra uma parede fria e uniforme. Seus olhos encaravam os meus com desejo. Mas logo uma expressão dura tomou o lugar do desejo e me fez recuar. Desviei os olhos para o chão. — Ei? Não desvia os olhos dos meus.

Minhas lágrimas disseram: oi voltei!

Carla: Arthur, se você me arrastou até aqui para me ofender, ou sei lá... Fazer-me sofrer ainda mais com o seu desprezo, peço que pense duas vezes, antes de começar. Pois a única coisa que posso oferecer a você é o meu amor. Não me faça me sentir pior do que já estou.

Arthur: Xiiiiii... — colocou dois dedos nos meus lábios para que eu me calasse.

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