Capítulo 185 :

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Bônus+

Arthur: Bom, eu só queria esclarecer os fatos e deixá-los ciente de tudo o que aconteceu — falei e levantei.

Delegado: Qualquer novidade entraremos em contato com você — o delegado disse. Eu aquiesci e deixei o gabinete.

Ricardo: Agora é só esperar Arthur — Dr. Ricardo falava enquanto seguíamos por um corredor estreito. — A qualquer momento eles serão presos, então saberemos se foram os Campelo que provocaram o acidente do Rodolffo.

Arthur: Eles demoram muito, eu já estou perdendo o meu controle. A Rafaela e o pai dela estavam aqui o tempo todo. Como isso é possível?

Ricardo: É assim mesmo, eles só acreditam no que acham relevante para facilitar o trabalho deles. O processo para reaver a devolução da quantia bloqueada nas contas em nome da Rafaela Campelo, foi aceito e dentro de duas semanas, o dinheiro será devolvido. Mas eu não sei como proceder, pois o requerente é o Rodolffo que também é o presidente da empresa de sua família.

Arthur: Eu não posso assinar mais nada pela a empresa, transferi todas as minhas cotas para o Rodolffo.

Ricardo: Eu sei, mas você poderia ser o procurador da empresa, somente até o Rodolffo voltar — parei de frente ao carro e olhei para o Dr. Ricardo.

Arthur: A Thais não pode responder por ele?

Ricardo: Poder ate pode, mas seria complicado. Por ela está em São Paulo, e a sua irmã entra de férias na segunda-feira. 

Arthur: Faça a procuração me dando poderes para tudo o que for preciso. Leve até a casa dos meus pais para eles assinarem, eles ainda são sócios da empresa.

Ricardo: Já havia pensado nisso, quando você me ligou, tomei a liberdade — ele mexe em sua pasta e retira duas folhas. — Aqui, são duas cópias, bastam eles assinarem — entregou-me. Encostei ao carro e li as duas cópias com cautela.

Arthur: Estou indo até o apartamento deles, me acompanha.

Dirigi pensando tudo o que o delegado e o investigador me disseram, espero que aquela louca e seu pai, sejam presos. O que não saiu dos meus pensamentos foi o que o investigador falou sobre o Rodolffo. Espero que ele tenha se enganado e o Rodolffo estava apenas sobre o efeito de álcool.

Arthur: Ricardo, eu preciso subir sozinho. Meus pais ainda não sabem o que aconteceu com o Rodolffo.

Ricardo: Aguardo, sem problemas. Boa sorte.

Arthur: Quando eu terminar de conversar com eles, ligo para você. Foi bom você ter vindo junto comigo, pois tenho certeza que o Sr. José não me daria todos esses poderes sobre o "império" dele.

Toquei a campainha e logo um dos empregados que auxiliam a minha mãe atendeu a porta.

Xxx: Bom dia senhor Arthur.

Arthur: Bom dia — passei por ela e caminhei até o salão principal. Sentei no sofá e disse: — Chame a minha mãe, por favor — ela deixou a sala e seguiu pela entrada que dava acesso a alguns quartos do primeiro andar.

Beatriz: Arthur? Meu filho? — Escutei a voz da mamãe.

Xxx: Sim, ele está esperando pela senhora na sala.

Ela entrou ainda vestindo suas roupas de seda que costuma usar quando vai dormir. Assim que ela encontra os meus olhos, põe as duas mãos sobre o peito e meneia a cabeça em negativo. Minha mãe sempre foi sensível aos pressentimentos, eu não movi os meus lábios para falar nada e ela veio em minha direção chorando.

Beatriz: O que aconteceu? Fale logo. Foi com o Rodolffo, não foi? Eu estou ligando para ele e o celular dele está desligado, nem o Juarez consegue falar com ele. — ela falava sem parar e eu não conseguia responder a nenhuma de suas perguntas.

Arthur: Mãe, senta aqui ao meu lado. Preciso conversar com a senhora. Antes de começar a falar, quero que se acalme — olho para ela e limpo as suas lágrimas com os dedos. — O Rodolffo sofreu um acidente de moto ontem à noite.

Beatriz: Eu sabia... O meu menino... Diz para mim que ele está vivo, por favor, meu filho. O Juarez não viveria mais se tiver que enterrar um filho, á dois anos atrás, ele teve que enterrar a esposa, o filho ele não aguentaria.

Arthur: Ele está vivo. Ele está em coma, passou por duas cirurgias — ela me abraçou e começou a entrar em desespero.

Beatriz: Eu não acredito! Por que Deus deixou que isso acontecesse com o meu menino? Eu prometi para a mãe dele que cuidaria dele como se fosse meu filho, e eu falhei!

Arthur: Mãe, ele vai sair dessa. Ele resistiu às cirurgias, ele é forte. Fique calma, precisarei da senhora

Vendo o desespero da minha mãe, pensei na Carla. Imaginei a dor que ela sentiu e ainda sente por ter enterrado um filho de apenas quatro aninhos. Na verdade, não consigo compara-las, Rodolffo não é realmente filho da minha mãe, mais não deixa de ser triste. Eu farei da Carla a mulher mais feliz do mundo, a começar por nossos filhos.

Beatriz: Eu preciso vê-lo! Eu quero ir até o hospital agora.

Arthur: Não vai adiantar à senhora ir ao hospital, ele está desacordado e dentro do CTI. Liguei ainda pouco para saber mais notícias, mas eles apenas me informaram que ele ainda encontra-se no CTI.

Beatriz: Você não pode me impedir de ir até o hospital. Onde fica esse hospital?

Arthur: Hospital Miguel Couto, na Gávea.

Beatriz: Ai Deus! Em um hospital público?

Arthur: E o que tem isso? Receberam o Rodolffo e graças a eles, o meu amigo ainda está vivo — ela fecha os olhos, junta as duas mãos e faz uma prece em silêncio.

Beatriz: Eu não sei como irei contar isso ao Juarez. Como contarei ao seu pai. Conte você meu filho, pois eu não tenho estrutura.

Arthur: Mãe, conte a senhora. Infelizmente não consigo... Perdoa-me, mas acho melhor a senhora contar. Preciso que vocês dois, assinem uma procuração me dando poderes sobre a empresa. O Dr. Ricardo está na recepção com a procuração. Enquanto peço para o Ricardo subir, conte ao seu marido tudo o que aconteceu, inclusive sobre a procuração. O Dr. Ricardo estará disponível para responder e explicar quaisquer dúvidas.

Beatriz: Em um momento tão delicado como esse você age com essa frieza e indiferença. Não te entendo, sempre carinhoso e amoroso, tornou-se uma pessoa rancorosa.

Arthur: Não me tornei nada disso, apenas não quero conversar com ele — ela limpou as lágrimas e seguiu para o quarto. — Mãe! — chamei e ela virou-se para me olhar. — Eu serei pai de gêmeos.

Era para ser um momento de alegria, mas meu tom de voz saiu baixo e desanimado. Ela sorriu e voltou a caminhar até o quarto.

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