Capítulo 150 :

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Arthur: Aconteceu mais alguma coisa entre eles dois, que você se esqueceu de me contar?

Rodolffo: Contei tudo o que eu vi. Quando cheguei ao estacionamento, vi o Lorenzo e a Carla em uma discussão contida, mas a maneira que ele a segurava pelo braço me irritou. Quando me aproximei deles, já fui falando tudo o que eu faria, mas a Carla pediu para eu ficar tranquilo e disse que estava tudo sobre controle. Dei espaço para ela, mas fiquei próximo, encostado no meu carro. Eles conversaram, o babaca chorou, ela também chorou e depois ele foi embora. Ela me disse que ele foi embora para sempre. Só isso... — ele me analisa com cuidado. — Eles se abraçaram, mas eu interrompi e o mandei vazar. E, ainda deixei claro que ela pertencia a você, mas ele fingiu que não escutou. Agora sim, só foi isso. Relaxa! Ela te ama e cuspiu isso na cara do francês marrento — meneei a cabeça. —Você deveria colocar um segurança com a Carla, até confirmarmos se ele foi embora mesmo. Sabe? Não dá bobeira — calou quando ouviu a Carla e Sofia entrarem na sala.

Rodolffo: E aí, gostou do carro? — Rodolffo pergunta a Sofia.

Sofia: Adorei! Obrigada!

Carla: Ela aprendeu os traquejos, rápido! — Carla disse animada. Olhou para mim e disse: — Amor, já pediu a pizza?

Arthur: Não. Qual sabor vocês preferem? — pergunto a todos.

Rodolffo: Calabresa com bastante cebola! — Rodolffo fala deitando no sofá.

Carla: Margarita com bastante manjericão! — Carla disse e saiu em direção ao quarto.

Olhei para a Sofia e ela disse sorrindo: Sofia: Tanto faz! Gosto de qualquer coisa que misture carboidratos e lipídeos.

Rodolffo: Sofia senta aqui — Rodolffo chama Sofia, que está um pouco tímida, observando todo o ambiente.

Arthur: Querem beber alguma coisa?

Rodolffo: Queremos — Rodolffo responde.

Arthur: Então levante e sirva a Sofia, pois ela é visita e você não. Fique à vontade Sofia — disse seguindo pelo corredor em direção ao quarto.

Quando entrei no quarto, tive a visão mais gostosa. Minha mulher, completamente nua em uma posição provocadora, deixando toda a sua bunda e vagina exposta. Quando me viu entrar, sorriu e continuou de joelhos, parecia estar procurando alguma coisa no chão.

Arthur: Amor que posição é essa? — Minha ereção já estava ressurgindo.

Carla: Perdi meu brinco de pérola. Acho que caiu... Há! Achei — levantou falando sobre a importância do brinco. — Esse brinco foi o meu pai quem deu para minha mãe, e ela passou para mim. Ele é importante tanto para mim quanto para minha mãe.

Arthur: Acho melhor evitar usá-lo, vai que você perde e não o encontra nunca mais?

Carla: É verdade. Vou guardar — saiu em direção ao banheiro.

Sentei na cama, peguei o meu celular que estava carregando sobre a mesinha ao lado. Liguei para pizzaria que costumamos frequentar e fiz o pedido. Vou até o closet e pego uma roupa. Entro no banheiro e vejo o quanto ela está distraída, não percebeu quando entrei. Está alheia a minha presença, parece estar com o pensamento em outra dimensão. Seus olhos estão fechados, enquanto ela passa a esponja em todo o corpo, os cabelos protegidos por uma touca de banho, ela faz os movimentos mecanicamente ao pegar mais sabão liquido e o óleo de morango que costuma misturar com o sabão.

Cruzo os braços no peito e continuo olhando sem piscar, espero que não esteja estremecida por causa do encontro com o Lorenzo. Ela ainda não falou sobre o encontro inesperado com o Lorenzo no estacionamento do shopping. Não quero importuná-la exigindo cobranças e explicações. Não sei o que realmente aconteceria se o Rodolffo não a encontrasse coincidentemente.

Talvez o Lorenzo tentasse beijar ela novamente, ou talvez ele perdesse a cabeça e a levasse contra a vontade dela. Quando Rodolffo me ligou, avisando que encontrou a Carla e Lorenzo discutindo, senti um desespero perturbador.

Depois de ouvi-la dizer dias atrás, que procuraria por ele e daria um ponto final em toda essa loucura, senti uma raiva misturada com ciúmes, isso foi virando uma bola de neve e quando dei por mim, uma avalanche se formou dentro mim. Não pensei muito, procurei por ele antes que ela fizesse a besteira de procurá-lo.

Flashback

Cheguei ao Apart Hotel, onde ele hospedou, pedi para recepcionista avisá-lo que estaria esperando no saguão. Mas, ele pediu para que eu fosse até o seu conjugado. Na hora não achei muito seguro, mas teria que resolver essa história imediatamente, ou alguém entre nós três sairia muito machucado, então subi decidido a pôr um ponto final.

Toquei a campainha e logo a porta foi aberta por ele. Cerrei meus dentes, fechei as minhas mãos em punho, senti uma vontade de socar aquela cara dele até ele perder a consciência.

Lorenzo: O que você quer aqui? — Levantei uma sobrancelha e disse:

Arthur: Não é óbvio? — abri a porta ainda mais e entrei no conjugado. Acho que ele não entendeu a palavra "óbvio", pois fez uma expressão confusa e repetiu a palavra.

Lorenzo: Sobre a Carla, minha mulher — respondeu.

Quando ele terminou a frase, senti a adrenalina percorrendo os meus vasos sanguíneos, meus músculos contraíram involuntariamente. Preciso manter-me controlado ou cometerei um estrago nesse babaca.

Arthur: Sua EX-MULHER... MINHA, MINHA MULHER! — falo alto.

Lorenzo: Não adianta insistir nessa história entre vocês dois, o que eu e ela vivemos foi muito intenso e verdadeiro para ser esquecido — fala com um português péssimo.

Arthur: Foi intenso? Uma linda história de amor que acabou por causa de um covarde, que humilhou e expulsou a mocinha indefesa de sua vida, fazendo com que ela vivesse no inferno por sete anos a base de drogas antidepressivas e calmantes — minha voz saiu altiva e desdenhosa. Ele precisa saber tudo o que ela viveu por causa dele.

Lorenzo: Você não tem nada a ver com isso. Será que não percebeu que está nos atrapalhando? Você mesmo viu o quanto ela ainda me deseja. Lembra do beijo? Eu a beijei, ela correspondeu sem muito esforço. Ela é minha. Eu a fiz mulher, eu a tornei mulher, eu fui o primeiro homem da vida dela, eu dei um filho a ela. Tudo o que ela sabe e faz, fui eu quem a ensinou — respirei fundo para obter controle sobre o meu corpo que já está começando a reagir a ele.

Arthur: Quantos "EU"! Eu... Eu... Eu, porra nenhuma! — disse alto, invadindo totalmente o espaço físico entre nós dois. — Você pode até ter sido o primeiro em tudo, mas ela não está mais com você. Ela escolheu ficar comigo, antes mesmo de você reaparecer do inferno. Eu a fiz mulher novamente, eu fiz com que ela apagasse completamente você da vida dela. Eu sou o último homem, o último homem da vida dela — encaro seus olhos escuros e desafiadores.

Estou bufando, pareço um touro contido, qualquer reação ou movimento, será o suficiente para perder a minha cabeça completamente.

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